Capítulo 33

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Nenhum dos dois se recordavam como chegaram até aquele ponto, mas ambos não queriam voltar atrás.

A meia hora atrás estavam chegando com as compras nas mãos e naquele momento ao menos se importavam com o que poderia acontecer.

Involuntariamente o homem molhou os lábios com a ponta da língua.

— O que pensa que vai fazer?— a voz de Alan soou descompassadas junto a sua respiração.
Hugo pressionava o corpo do menor no balcão da cozinha.

Não entendia o que acontecia quando estava perto de Alan. Era como um ímã o atraindo.

— Eu não sei.— Hugo murmurou entre os dentes.— Eu não consigo evitar!— sua voz quase sumiu.

Alan suspirou frustrado.
Sabia bem o que acontecia, mas tinha medo.

— Então se entenda primeiro! Não vou ser um passatempo pra você!— Alan disse empurrando o homem para trás, o afastando.

Hugo tomou a cintura de Alan, afundando uma das mãos em seus cabelos.
Seus olhos prenderam ao rosto do mais novo.

— Você não entende!— o mais velho balbuciou.— Eu quero você. Ninguém mais!— Hugo murmurou.

Alan suspirou contido.
Sentir o corpo de Hugo junto ao seu, fazia com que um fogo subisse por suas pernas.
Querendo ou não, dês do momento e que o viu, o desejou.

— Me quer? Como?— Alan o encarou.— Eu não sou um objeto que você usa e tem vergonha de assumir que gosta!— o mais novo praguejou novamente empurrando o corpo de Hugo.
O motorista o soltou, se afastando.

As palavras de Alan perduraram sua mente como agulhas.
Ele tinha razão. O queria, mas não pensou no que faria depois.
Nunca se sentiu dessa forma em relação a um homem e o que Alan o causava era melhor que tudo que já viveu.

— Não brinque comigo, Hugo. Não sou ingênuo. Sei o que você quer, mas não vai pagar o preço por isso! Você é como muitos que já conheci.— Alan murmurou antes de sair da cozinha.

Hugo encarou as costas de Alan. Odiava ser comparado a quem quer que seja, no entanto ele mesmo duvidava do que estava sentindo e guardar aquilo dentro de si estava o matando.

Seguiu em silêncio em direção a sala, em busca de encontrar Alan, porém o homem já havia sumido.

Seus olhos percorreram a extensão do saguão e encontraram a mulher de cabelos dourados que descia as escadas distraída.

— Baixinha, preciso de ajuda!— o homem gritou ao se aproximar de Eloise.
A empregada pulou de susto e virou-se para Hugo.

— Se for sobre Alan ou Arthur, não posso ajudar!— a mulher murmurou ao chegar ao pé da escada.— Enquanto não decidir o que quer vai continuar assim!— Eloise disse apontando para o homem.
Hugo respirava pesado.
Estava realmente desesperado.

— Você não entende, não é? Eu nunca passei por isso! Nunca senti isso!— o homem disse cerrando os dentes.
Seus olhos encontraram as íris claras da mulher a sua frente.
Havia decepção.

A loira avançou sobre o homem e o encarou.
Nunca pensou que sentiria tanta raiva dele.

— Devia ter pensado nisso quando saía por aí e dormia com uma a cada noite! Você nunca age com sua emoção porque tem medo de te machucarem como você fez com muitas.— Eloise apontou o dedo para o peito de Hugo.— Você tem medo de se apaixonar! Não interessa se é um homem, uma mulher ou o caramba a quatro! Você tem medo!— a loira diz alterada.

Hugo matinha os olhos presos ao chão.
Não era a primeira fez que recebia um sermão de Eloise, mesmo sendo mais velho que ela.

— Certo! Você tem razão! Mas o que eu podia fazer? Não sei viver de outra forma!— Hugo gritou alterado.
Um bufar soou por entre os lábios de Eloise, fazendo com que Hugo a olhasse.

Amor MeuOnde histórias criam vida. Descubra agora