Epílogo

59 16 3
                                    

Após ver o desespero de sua esposa ao correr pelo restaurante em direção ao banheiro em um jantar importante para as relações da empresa, Rafael decidiu acompanhar Miranda até o hospital.

Havia um dia em que ela dizia se sentir enjoada e vomitava tudo aquilo que ingeria.

O empresário acariciava os cabelos da esposa deitada em uma maca no quarto de hospital.

Miranda respirava pesado encarando o teto.
Estava cansada, queria apenas ficar deitada e dormir.

Virou-se para o lado e observou os olhos preocupados do marido.
Rafael não havia se dado ao trabalho de voltar para casa, estando quatro horas esperando pelo resultado do exame de sangue de Miranda.

Estava angustiado.
Não estava preparado para uma notícia maléfica.
Sua mente pessimista lhe mostrava apenas possibilidade ruins.

— Não fique preocupado.— a morena murmurou sonolenta.
Rafael afagou os cabelos da esposa e suspirou pesado.

— Isso é pedir demais, meu amor!— o homem balbuciou cansado.

A porta do quarto se abriu e a médica de plantão adentrou a passos largos.
Rafael levantou-se preocupado encarando a mulher nervoso.

— Desculpem pela demora, senhor e senhora Sanches, mas o pronto socorro está lotado e estou sozinha essa noite!— a mulher explicou-se.

— O que ela tem, Doutora?— Rafael perguntou impaciente.

Miranda sentou-se na cama e puxou a mão de Rafael, repreendendo com o olhar.

— Entendemos sua situação, doutora. Qual resultado do exame?— Miranda perguntou observando o marido passar a andar de um lado para o outro.

A médica de plantão limpou a garganta e puxou o resultado do exame do envelope que acabará de chegar do laboratório.

— Senhora Miranda Sanches, parabéns, a senhora está grávida!— a médica disse entregando o exame para Miranda antes de sair do quarto.

Miranda encarava o teste sem reação.
Rafael escutou as palavras da medica e fitou a esposa com atenção.

— Ela disse o que eu ouvi?— Rafael perguntou com a voz trêmula.

Os olhos de Miranda encontraram o corpo do marido em pé, imóvel no meio do quarto.

— Quatro semanas e meia.— ela murmurou encontrando os olhos de seu marido.— Estou grávida, Rafael!— disse um tanto mais alto.

O moreno tomou o corpo da esposa nas mãos e levantou-a junto ao peito.

— Um filho!— Rafael balbuciou abraçando a cintura de Miranda.

A mulher apenas sorria enquanto as lágrimas corriam por seus olhos.

A extensão de seu amor por Rafael crescia dentro de seu ventre.
Não houve alegria maior para ela naquele instante.

Finalmente estava seguindo em frente após toda dor que a vida lhe proporcionou viver.

"Não haveriam borboletas se a vida não passar por longas e silenciosas metamorfoses"
Isabela Santana

Amor MeuOnde histórias criam vida. Descubra agora