Capítulo 29

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A tarde chuvosa lutava para ir embora quando a campainha tocou.

Haroldo se apressou para abrir a porta e retirar as visitas da chuva.

Uma mulher de longos cabelos cor de fogo adentrou a mansão encarando o mordomo.
Haroldo a conduziu até o escritório do patrão a poucos metros.

Após a autorização, a mulher adentrou o escritório e encarou o homem ainda sentado em sua cadeira com a camisa preta de seu terno dobras até os ante braços.

Eloise levantou-se da cadeira e observou a mulher por alguns minutos.
Como todas as vezes, julgou a beleza da mulher em comparação a beleza da patroa.

— Conversamos sobre isso mais tarde, mas deixe os três avisados que quero vê-los ainda hoje!— o empresário murmurou ao abrir uma das gavetas e guardar a caixa minúscula que brincava com os dedos.

Rafael levantou-se e observou Eloise sair junto ao pai.
Seus olhos encontraram as íris castanhas da mulher a sua frente.

Mesmo depois do que passou naquele dia tratou de mover o céus para descobrir o que queria e aquela era sua resposta.

O moreno estendeu uma da mãos e sorriu sem dentes

— É um prazer finalmente conhecê-la, senhorita Martins!— Rafael pigarreou, observando-a levantar uma das sobrancelhas.

Isabel apertou a mão de Rafael e sorriu vitoriosa.
Pensou que a conversa séria entediante, mas aquilo a surpreendeu.

— É muito bom saber, senhor Sanches. Estou aqui porque tenho grandes ambições e quero dividi-las com você!— a mulher disse antes de sentar-se.

Rafael encarou a mulher por alguns minutos e logo se sentou novamente.

— Sou todo ouvidos, senhorita!— o homem murmurou antes de encostar-se e respirar fundo.
A ruiva se debruçou sobre a mesa e agarrou uma das mãos de Rafael.

— Acredito que tenho que ir direto ao ponto. Quero um acordo de matrimônio. Vamos unir aliança para derrubar Cleber e Inácio. Sei que gosta tanto deles quanto eu e imagina o quanto podemos ser fortes!— a mulher murmurou.

Rafael revirou os olhos e puxou o braço, afastando-se da mulher.
Estava exausto de receber propostas como aquelas, até mesmo de Catarina.

O empresário se levantou e bufou entediado.
Tinha muito o que fazer e estava sem paciência para aquilo.

— Primeiro, não devia se rebaixar a isso.— o homem praguejou antes de caminhar até a porta em frente a sua mesa.— Acredito que não saiba mas estou casado a quatro meses!— Rafael pigarreou antes de abrir a porta.

O corpo de Miranda apareceu em frente ao batente com alguns arquivos nas mãos.

— Perdão! Não sabia que tínhamos visitas, querido!— a morena murmurou antes de adentrar a sala e caminhar até a mesa do marido.

— Querido?!— Isabel repetiu atônita encarando Miranda.— Está me dispensando por uma caipira?— a ruiva praguejou.

Miranda desatou a rir. Não sabia o motivo das mulheres da alta sociedade a chamarem de caipira. Era tão poderosa quanto as outras.

— A mulher que você acabou de chamar de caipira é dona de 50% do grupo Albuquerque, 40% do grupo Sanches e tutora do único herdeiro do grupo Abravanel.— Rafael praguejou se aproximando da esposa.— Acho que você deve ao menos um pedido de desculpas, não acha?— o homem murmurou antes de apoiar-se na mesa e encarar a mulher.

Isabel levantou-se e encarou Miranda curiosa. As roupas simples e os cabelos presos em um rabo de cavalo a mostrava mais simples que qualquer secretaria.

Amor MeuOnde histórias criam vida. Descubra agora