Capítulo 11

48 19 0
                                    

O silêncio pairava sobre a mansão e o único som audível no momento eram os passos impacientes de Miranda.

A mulher caminhava de uma lado para o outro, preocupada.
Não ouvia-se som do lado externo da mansão, o que deixava a morena ainda mais preocupada.

— Não vai adiantar ficar nervosa, senhora!— Eloise sussurrou, tentando acalmar a patroa. Miranda virou-se para encara-la.

— Depois do que vi ontem, Eloise, não me peça para não ficar nervosa!— Miranda bufou estressada. — Quer saber? Eu vou até lá!— A mulher bufou caminhando em direção a porta da cozinha.

Arthur a impediu tocando seu braço e pondo-se em sua frente.

— Senhora, o patrão deixou claro que ninguém devia sair!— o jardineiro explicou, tentando fazê-la parar, porem Miranda contornou o corpo de Arthur e voltou a caminhar em direção a sala.

Miranda estava cansada de ser tratada como frágil.
Já havia passado pelo inferno. Não permitiria que Rafael lutasse sozinho pelo que acreditava.

A mulher sentiu um puxão em sua saia e virou-se para encarar quem tentava a impedir, porem encontrou as íris castanhas de Guilherme, que chorava em silêncio, mesmo sem entender o que acontecia.

Miranda abaixou-se e tocou os ombros do menino.

— Vai ficar tudo bem! Não chore!— a morena pediu tocando o rosto do garoto e afugentando as lágrimas.

Guilherme balançou a cabeça em concordância e tocou o rosto de Miranda antes de sorrir.
O garoto não disse nada, apenas caminhou de volta a cozinha.

A mulher não entendia bem o porque Guilherme não falava, mas poderia imaginar depois de ver Catarina levantar a mão a um empregado.

Por um minuto os olhos de Haroldo encontraram-se aos de Miranda.
O mordomo estava apreensivo.
Nunca haviam recebido um ataque direto do grupo Abravanel. Era a primeira vez que Inácio se deslocava até mansão.
O medo de Haroldo era o patrão fazer besteira e acabar morto.

Miranda não entendeu muito bem o que Haroldo tentava dizer com os olhos, no entanto seguiu mesmo assim para fora da mansão.

Estava cansada se agir como vítima. Se tivesse que enfrentar Inácio frente a frente, o faria.

Abriu a porta da mansão e encarou os dois homens de terno posicionados mais a frente.
Cristian e Vitor eram seguranças da casa, no entanto também não moravam lá. Assim como Vanda.

Miranda caminhou por meio deles e logo observou ambos se aproximarem.

— Senhora, não podemos deixar você sair!— Vitor balbuciou preocupado.

— São ordens do chefe! O patrão não quer que ninguém saia!— Cristian argumentou.

No entanto Miranda não deu ouvidos a ninguém. Continuou caminhando em direção ao portão, até que avistou o Suv preto estacionado em frente a mansão.

Catarina permanecia de braços cruzados encarando o velho, até então de costas.
Os guardas costas voltaram-se todos para Miranda, quando Rafael percebeu sua presença.

O moreno deixou Inácio falando sozinho e caminhou em direção a esposa.

Em momento algum Miranda parou de andar até o marido.

Pelo canto de olho avistou o velho desenrolar a chibata de couro.
Catarina tentava argumentar com o pai, porem o homem estapeou o rosto da mulher, calando-a.

Rafael puxou ambos os braços de Miranda, afundando seu rosto em seu peito antes de ouvir o som da chibata estalar e atingir seu corpo, rasgando as costas do empresário.

Amor MeuOnde histórias criam vida. Descubra agora