O silêncio pairava sobre a mansão e o único som audível no momento eram os passos impacientes de Miranda.
A mulher caminhava de uma lado para o outro, preocupada.
Não ouvia-se som do lado externo da mansão, o que deixava a morena ainda mais preocupada.— Não vai adiantar ficar nervosa, senhora!— Eloise sussurrou, tentando acalmar a patroa. Miranda virou-se para encara-la.
— Depois do que vi ontem, Eloise, não me peça para não ficar nervosa!— Miranda bufou estressada. — Quer saber? Eu vou até lá!— A mulher bufou caminhando em direção a porta da cozinha.
Arthur a impediu tocando seu braço e pondo-se em sua frente.
— Senhora, o patrão deixou claro que ninguém devia sair!— o jardineiro explicou, tentando fazê-la parar, porem Miranda contornou o corpo de Arthur e voltou a caminhar em direção a sala.
Miranda estava cansada de ser tratada como frágil.
Já havia passado pelo inferno. Não permitiria que Rafael lutasse sozinho pelo que acreditava.A mulher sentiu um puxão em sua saia e virou-se para encarar quem tentava a impedir, porem encontrou as íris castanhas de Guilherme, que chorava em silêncio, mesmo sem entender o que acontecia.
Miranda abaixou-se e tocou os ombros do menino.
— Vai ficar tudo bem! Não chore!— a morena pediu tocando o rosto do garoto e afugentando as lágrimas.
Guilherme balançou a cabeça em concordância e tocou o rosto de Miranda antes de sorrir.
O garoto não disse nada, apenas caminhou de volta a cozinha.A mulher não entendia bem o porque Guilherme não falava, mas poderia imaginar depois de ver Catarina levantar a mão a um empregado.
Por um minuto os olhos de Haroldo encontraram-se aos de Miranda.
O mordomo estava apreensivo.
Nunca haviam recebido um ataque direto do grupo Abravanel. Era a primeira vez que Inácio se deslocava até mansão.
O medo de Haroldo era o patrão fazer besteira e acabar morto.Miranda não entendeu muito bem o que Haroldo tentava dizer com os olhos, no entanto seguiu mesmo assim para fora da mansão.
Estava cansada se agir como vítima. Se tivesse que enfrentar Inácio frente a frente, o faria.
Abriu a porta da mansão e encarou os dois homens de terno posicionados mais a frente.
Cristian e Vitor eram seguranças da casa, no entanto também não moravam lá. Assim como Vanda.Miranda caminhou por meio deles e logo observou ambos se aproximarem.
— Senhora, não podemos deixar você sair!— Vitor balbuciou preocupado.
— São ordens do chefe! O patrão não quer que ninguém saia!— Cristian argumentou.
No entanto Miranda não deu ouvidos a ninguém. Continuou caminhando em direção ao portão, até que avistou o Suv preto estacionado em frente a mansão.
Catarina permanecia de braços cruzados encarando o velho, até então de costas.
Os guardas costas voltaram-se todos para Miranda, quando Rafael percebeu sua presença.O moreno deixou Inácio falando sozinho e caminhou em direção a esposa.
Em momento algum Miranda parou de andar até o marido.
Pelo canto de olho avistou o velho desenrolar a chibata de couro.
Catarina tentava argumentar com o pai, porem o homem estapeou o rosto da mulher, calando-a.Rafael puxou ambos os braços de Miranda, afundando seu rosto em seu peito antes de ouvir o som da chibata estalar e atingir seu corpo, rasgando as costas do empresário.
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Amor Meu
RomanceDuas histórias. Dois traumas. Duas almas que, em um beco, presenciam um rumo diferente de seu futuro. Até onde você iria por amor? Rafael Sanches é um empresário forte no ramo da tecnologia em São Paulo. O Leão corporativo não abaixa a cabeça para n...