Amor Meu

Capítulo 17

Os dias passaram rápidos e difíceis com o silêncio e a ausência de Rafael. Até uma semana depois de Miranda dar seu depoimento.

A morena subia as escadas furiosa com um documento em mãos.

A noite já havia caído. No dia seguinte comemorariam o aniversário de Guilherme e também teriam a primeira audiência de seu caso.

Miranda bateu na porta do quarto repetidas vezes, expressando sua insatisfação.
Cansada de esperar que Rafael abrisse, a mulher adentrou o quarto de seu marido e se assustou ao vê-lo sair do banheiro apenas com uma toalha presa a cintura.

— Desça em menos de quinze minutos ou vou explodir esse lugar!— a mulher praguejou desviando o olhar antes de fechar a porta novamente.

Não aguentaria mais aquela tortura. Uma semana inteira sem falar com Rafael. Uma semana sem terem uma refeição decente. Trocavam algumas palavras somente na presença de Guilherme.

Confessava que vê-lo apenas de toalha havia diminuído sua fúria, no entanto não lhe daria trégua.

A mulher caminhou impaciente de um lado para o outro na sala de estar.
O som de seus sapatos arrastando no assoalhadas a tirava ainda mais do sério.

Estava tão alterada que não havia percebido a aproximação do homem de cabelos molhados.
Rafael encarava com atenção o nervosismo da esposa e não entendia o porquê.

— O que quer?— perguntou um tanto grosso.

Miranda virou-se e encarou o homem de cabelos molhados vestindo seu pijama regular.

A morena tomou o documento sobre a mesa de centro da sala e entregou nas mãos de Rafael.

— Que palhaçada é essa?— Miranda pergunta alterada apontado para o documento que Rodolfo havia lhe entregue.

Rafael abriu a pasta e suspirou ao reconhecer do que se tratava.

— É só assinar!— o homem respondeu frio colocando o documento novamente sobre a mesa de centro.

Os olhos da morena encararam a expressão fria de Rafael. Odiava aquilo. Odiava aquela situação.

Em um surto de raiva, pegou uma caneta, que estava sobre a mesa, e assinou o pedido de divórcio, jogando o documento no peito de Rafael.

— Satisfeito agora!— a mulher perguntou alterada.

O empresário respirou fundo e encarou a assinatura.

— Está livre de mim. Meu sangue não mancha mas a sua historia.— Rafael murmurou encarando o documento antes de caminhar até seu escritório.

Miranda encarou as costas de Rafael se afastando da sala de estar.
Estava atônita.
Não acreditava no que acabava de ouvir.

Caminhou em direção a Rafael e puxou seu braço para trás, o obrigando a olha-la.

— Você acha que tudo é uma brincadeira?— a mulher pergunta sem esperar resposta.

Rafael balança a cabeça em negação e volta a caminhar em direção a seu escritório. No entanto a morena o seguia furiosa.

O homem abriu a porta de seu escritório e suspirou sem ar ao encarar sua mesa.

— Ainda acha que é brincadeira?— a pergunta de Miranda surgiu retórica atrás de si.

Os olhos do empresário encararam o pequeno bolo de chocolate sobre a mesa e uma fotografia do casamento ao lado.

— Um mês, Rafael! Feliz um mês nosso!— Miranda murmurou adentrando o escritório e virando-se para encarar o homem.

O nó se formou na garganta de Rafael.
Tentou evitar se aproximar de Miranda tentando fazer com que ela desistisse dele.
Quis que ela recomeça-se de uma forma diferente.