Capítulo 41

36 14 0
                                    

— Me desculpem, mas Aline está sozinha!— o advogado murmurou ao estacionar seu em frente a mansão Sanches.

O empresário virou-se para encarar o amigo e sorriu.
Nunca havia visto Rodolfo se preocupar tanto com algum assunto.

— Fique tranquilo. Mande lembranças minhas a ela.— Rafael disse antes de tocar o ombro do amigo, que assentiu.

Rafael abriu a porta do carro e rodeou o automóvel, ajudado a esposa a pegar o sobrinho sonolento do colo.
Aconchegou Guilherme em seu ombro e virou-se para Miranda que acenava para o advogado que arrancava pela rua.

Seus olhos correram por sua casa e um longo suspiro brotou de seus lábios.
Seu lar.

Estava finalmente em casa depois de meses lutando contra seu próprio corpo pra não perder a esperança.

— Bem vindo de volta, querido!— a voz calorosa soou ao seu lado, fazendo-o olha-la.

O vento balançava os longos fios castanhos de Miranda, impossibilitando-a de ver o rosto do marido.

Rafael tomou, novamente, a mão da esposa e sorriu.
Havia esperado tempo demais para viver aquele momento.

O casal caminhou pelo jardim em silêncio.
No entanto, Rafael não precisava dizer absolutamente nada, Miranda entendia cada olhar, até mesmo o que sua respiração queria dizer.

— Achei que não iria aparecer.— a voz debochada conhecida, fez com que Rafael bufasse ao revirar os olhos.

— Achou demais, jardineiro!— Rafael pigarreou como um sussurro para não acordar Guilherme.

Arthur levantou-se em meio as rosas e suspirou ao por as mãos na cintura.
Seus olhos encontraram o rosto aliviado do patrão, o fazendo rir.

— É bom te ver, Rafael!— Arthur disse ao retirar as luvas de jardinagem e caminhar até o patrão.

O empresário apertou a mão do jardineiro e riu.
Se sentia um idiota por ter ciúmes de um homem como Arthur.
Sua honestidade transbordava por suas palavras. Era visível.

— Vou levar Guilherme para o quarto.— Miranda sussurrou ao tocar o ombro do marido.

Os olhos de Rafael encontraram o rosto da mulher e com um movimento negou com a cabeça.

— Eu levo.— o empresário sussurrou antes de voltar a caminhar em direcao a mansão.
Não iria mais perder um segundo da vida de Guilherme.
Seria o pai de Guilherme.

Arthur encarou a patroa curioso.
Podia não entender, mas sabia que Rafael estava diferente.

— Aviso Ana sobre o jantar?— Arthur perguntou.

— Vamos esperar.— Miranda disse antes de sorrir e caminhar até o marido.

Rafael abriu a porta da mansão e riu ao percorrer os olhos pelo saguão e encontrar Eloise descendo as escadas.

A empregada correu desesperada até o patrão e abraçou parte de seu corpo, permitindo que as lágrimas caíssem aliviadas.

— Estou em casa, Elo!— o homem murmurou ao separar-se da mulher loira, que tentava, incansavelmente, enxugar suas lágrimas.

— Eu sabia que voltaria!— Eloise disse em meio ao choro.
Rafael afagou os cabelos da mulher e sorriu.

A loira estendeu as mãos e Rafael lhe entregou o menino sonolento. Eloise apontou para a cozinha e virou-se, seguindo até a escada novamente.

Um longo suspiro surgiu por entre os lábios de Rafael enquanto caminhava em direção a cozinha.

— ... Também adicione tomates! Rafael adora tomates.— Ana disse como um grito na cozinha.

Amor MeuOnde histórias criam vida. Descubra agora