Capítulo 4

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A morena prendeu os cabelos como rabo de cavalo enquanto descia as escadas, em direção a sala de jantar, para o café.

Sabia que aquela manhã seria difícil para ela encarar Rafael.

O empresário permanecia sentado em sua cadeira, encarando a manchete do jornal.

De alguma forma, algum paparazzi ou jornalista, havia captado fotos de Eduardo e Eva saindo da mansão e especularam a discussão.

Tornou impossível para Rafael não bufar estressado.
Já estava farto de ser importunado. Resolveria aqueles problemas.

— Bom dia.— a voz de Miranda soou pela sala, fazendo com que Rafael a olhasse e se deslumbrasse ao reconhecer sua beleza.

— Bom dia.— o homem tentou parecer animado, porém era visível seu incômodo com a notícia do jornal.

Miranda caminhou pela sala e sentou-se ao lado de seu marido, que parecia irritado.

— O que houve?— a mulher perguntou, servindo seu café e adicionando algumas consideráveis colheres de açúcar.

O empresário endireitou a postura e dobrou o jornal, deixando a vista de Miranda a manchete sobre sua madrasta.

A mulher o encarou atônita, antes de estender a mão, pedindo o jornal.

Bufando, Rafael lhe entregou a manchete e virou a pequena chácara de café na boca.

Miranda franziu o cenho, observando a imagem.

Aproximou-se do marido e estendeu o jornal, apontando para a dupla próxima na fotografia.

— Rafa...— ela chamou.— Eles estão de mãos dadas?— a morena perguntou antes de virar-se para observar o rosto do marido.
Porém, Rafael mantinha os olhos fixos em seu rosto. Sentia a pele queimar sobre as íris de seu marido.

O homem suspirou e virou-se para o jornal.
Realmente a dupla parecia um casal conversando sobre algo.

Um estrondo na cozinha fez com que o empresário desviasse o olhar por alguns minutos.

— Você acha que isso tem algo a ver com nós?— Rafael perguntou preocupado.

Miranda respirou fundo e voltou a sentar-se em seu lugar.

— Tem a ver com o fato de meu pai estar casado com uma mulher vinte anos mais nova que ele.— a morena diz um tanto grossa.

Rafael respirou fundo e encarou a face da esposa. Não queria se irritar, mas o fato de Miranda ter o tratado mal o dava nos nervos.

— Enfim, termine o café, vamos sair!— o homem anunciou enchendo, novamente, sua xícara com café.

Miranda parou sua xícara no meio do caminho e encarou Rafael por longos minutos.

— Onde vamos?— a mulher perguntou receosa.

O empresário levantou-se e tomou o paletó, antes nas costas da cadeira, vestindo-o.

— Vamos até a residência dos Sanches-Rodrigues.— o homem balbuciou abotoando alguns botões de paletó.

Os olhos de Miranda miraram o corpo de seu marido. O homem parecia incrivelmente elegante de terno, porém Eloise costumava nomear o traje como "vestido para matar".
A camisa preta e o terno da mesma cor faziam com que Rafael parecesse mais sombrio do que já era.

A morena engoliu o café e respirou fundo antes de levantar-se.

— Por que isso agora?— a mulher pergunta curiosa, caminhando até o marido.

Amor MeuOnde histórias criam vida. Descubra agora