Capítulo 22

39 16 0
                                    

Os dois meses seguintes foram os mais difíceis na mansão.
A cada dia que se passava Rafael se tornava cada vez mais distante de Miranda.

Estava afundando em sua dor. Sendo sufocado por seus pensamentos.
Passou a dormir no escritório e passava a maior parte do tempo na empresa. Quando chegava, passava pouco tempo com Guilherme e a noite embarcava em atirar flechas.

Miranda, por outro lado, sentia que a cada dia estava mais leve. Sua conversas com Eloise e Arthur transformam seu dia.
Sua maior preocupação tem sido Rafael.

Faltava apenas um dia para a segunda audiência de seu caso e seu marido não lhe dirigia a palavra.
Acreditava que o homem pensava tê-la traído.

Assim que pisaram na mansão, Guilherme suspirou cansado.

— Queria que o tio pudesse vir com a gente!—o garoto murmurou cansado.

Miranda abaixou-se, ficando na altura do menino.

— Seu tio não pode ir por causa da justiça. Porque não vai pro escritório e eu levo algo pra vocês comerem?— a morena sugeriu com um belo sorriso nos lábios.

Guilherme sorriu largo com a esperança de que o tio o receberia.
Assentiu com a cabeça e correu para o escritório.

Miranda riu da situação. A energia de Guilherme transmitia pela casa a fazia sentir viva novamente.

Caminhou até a cozinha e preparou um café, um leite com achocolatado e algumas rosquinhas de chocolate.

Seguiu até o escritório trêmula. A meses não via Rafael e sua ansiedade havia a invadido a possibilidade de encontrá-lo novamente.

— Aí a mulher perguntou o porquê que você tinha me dado o arco e flecha. Perguntou se eu tinha medo de você!— o garoto tagarelava em meio ao escritório.

— E o que você falou, Bêh?— Rafael perguntou com interesse.
O homem estava pálido e mais magro que o normal. Seus ternos, antes azuis ou cinzas, se tornaram pretos.

— Eu disse que não tinha medo, porque você tá lutando com meus avôs por mim e pela tia. Você é muito forte e usa o arco e flecha pra se mostrar pra tia!— Guilherme disse sorrindo.

Rafael sentiu uma forte pontada no peito. Sua perspectiva de lutar estava certa, porém o arco e flecha era sua terapia para não se corroer de raiva.

— Você está certo, Bêh. Vou proteger você e sua tia, não vou parar de lutar por vocês!— o empresário murmurou tomando o corpo do menino nos braços, o sentando em sua perna.— Você e tua tia são as coisas mais importantes pra mim. Eu nunca faria nada pra machucar vocês!— Rafael sussurrou tocando os cabelos do sobrinhos.

Miranda abriu a porta do escritório e encarou o homem com o garoto nos braços.
Seu ar se foi ao encontrá-lo mais magro que a dois meses.
Sua barba e seu cabelo já tomavam comprimentos maiores.
Seus olhos perdidos não haviam mais brilho.

— Você trouxe café, tia!— Guilherme disse eufórico, pulando do colo de seu tio.

Rafael encarou a mesa. Se recusava em olhar Miranda. Sentia dor em seus ossos apenas de imaginar como a tocaria novamente.

— O café é para seu tio. Você tem que beber leite pra fortalecer os ossos! Ouviu o que o médico disse!— Miranda disse caminhando até a mesa de centro e colocando a bandeja de café sobre ela.

Passou o olhos pelo escritório. Impecavelmente perfeito. Limpo e cheiroso.
Miranda puxou o ar com força para os pulmões e se embriagou com o perfume de seu marido.

— O que o médico disse?— Rafael perguntou encarando o sobrinho firmemente.

Guilherme encolheu os ombros.

Amor MeuOnde histórias criam vida. Descubra agora