Capítulo 8

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Eloise estacionava o carro na garagem dos Sanches enquanto a patroa vibrava com as compras que havia feito.
Estava extremamente feliz.

— Pelo amor de Deus, senhora, não deixe o patrão descobrir que eu quem dirigi.— a loira balbuciou antes de abrir a porta do motorista.

— Devia dizer isso pra mim, a patroa é boa demais com você!— a voz de Vanda soou ao lado de Eloise.
A empregada pulou assustada quando encontrou os olhos castanhos da mulata.

A única coisa que Miranda pode fazer foi rir.

— Ah não Vanda! Por favor não me dedure!— a empregada pediu.
Miranda desceu do carro e caminhou ate Vanda, que se mantinha de braços cruzados e franzindo o cenho.

— Só dessa vez Vanda. Da próxima você vai com a gente!— Eloise se empolga ao firmar os pés no chão.

— Vamos, Vanda! Ele não precisa saber!— Miranda insistiu.

A motorista encarou a empregada e depois a patroa antes de bufar frustrada.

— Certo, vou omitir, mas não quero ir da próxima vez. Odeio comprar roupas!— Vanda pragueja retirando a chave do carro do contato e caminhando até o porta malas.

— Não se preocupe, não compramos roupas!— Miranda balbuciou esperando ansiosa a motorista abrir o porta malas.

Vanda abriu o bagageiro e se surpreendeu com as três caixas grandes abarrotadas de livros, muitos de capas duras.

— A Senhora tem gostos peculiares comparada as mulheres de seu patamar!— a motorista murmurou, recebendo uma pisada do pé de Eloise.

— Vanda!— a empregada repreendeu.

— "Mulheres do meu patamar"? Sou mulher como você, a diferença é que odeio dirigir!— a morena balbuciou fazendo careta.

Eloise riu da expressão de Vanda encarando a patroa de braços cruzados.

— O patrão acertou em cheio! Imagina se ele tivesse casado com a maluca da Catarina!— Vanda murmurou novamente, recebendo outra pisada de Eloise.

Miranda virou-se para encarar a motorista que sorriu sem graças após amaldiçoar Eloise por a machucar.

— Rafael ia casar com a cunhada?— a voz de Miranda soou amarga.
Eloise desesperou-se ao imaginar a briga dos patrões próxima.

— A maluca propôs um casamento por causa do garoto, mas o patrão recusou na lata. Na época foi a pior confusão!— a motorista sussurrou aproximando-se da patroa.

— Você não devia falar coisas assim só porque ela não te quer!— Eloise retrucou, interferindo na conversa e recebendo um olhar mortal de Vanda.— Desculpa, se você não calar a boca isso vai dar merda!— a empregada explicou-se.

Vanda descruzou os braços e coçou a testa nervosa.

— Pra começo de conversa eu sou a patroa de vocês e mesmo que tenha acontecido a dez anos atrás, tem relação ao meu marido.— Miranda diz tomando a frente da conversa.— E se Catarina for alguém como dizem que é, teremos muito o que conversar!— a morena explicou virando-se para o porta malas.

Eloise encarou Vanda e ambas bufaram cansadas. Acabaram se envolvendo em uma confusão que sabiam que não sairiam tão cedo.

— Na época, o patrão disse que estava esperando a pessoa certa e que quando ela chegasse ninguém no mundo o faria mudar de ideia!— Vanda sussurrou agarrando uma das caixas que Miranda retirava do porta malas.

— Ela chegou a oferecer dinheiro para o pai dele, só que o velho empurrou Marcos no lugar!— Eloise praguejou pegando a última caixa nas mãos.

Miranda ouvia a história com atenção. Não conseguia acreditar que tentaram comprar Rafael de tal forma. Agora entendia sua relutância ao comunicar a ela que a mulher iria os visitar.

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