Capítulo 40

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O silêncio soprou pelo tribunal quando o réu adentrou as portas, seguido por seu advogado, e sentou-se em frente ao pódio.

O homem sentia os olhares sobre si, no entanto seus olhos estavam presos a imagem sobre o pódio do lugar do juíz.

A peça de madeira branca se destacava na cor do carvalho escuro.
Uma cruz.

Lembrou-se de almirante, que havia agarrado sua esperança em sua fé.

Novamente a porta se abriu, fazendo com que todos ficassem em pé.
O juiz adentrou o salão e caminhou até o pódio, por fim sentando-se seu lugar.

— Caso 567. Assassinato de Cleber Marcondes Albuquerque.— o oficial de justiça disse após todos se sentarem.

— Antes de prosseguir, quero informar que uma segunda investigação foi feita e dessa vez sob minha supervisão. Portanto, o réu, Rafael Rodrigues Sanches, não deve estar sozinho no banco dos réus.— o promotor de justiça disse caminhando em frente ao juiz.— Chamo a segunda acusada, Isabel Soares Martins, para tomar o lugar como réu.— o homem disse apontando para a porta de madeira, que logo se abriu, revelando dois guardas conduzindo a mulher de cabelos ruivos ao banco de réus.

Isabel se debatia entre os policiais, que somente a soltaram quando sentou-se ao lado de Rafael.

O empresário respirou fundo ao sentir ser observado pela mulher, no entanto não desviou o olhar em momento algum.

A porta foi aberta novamente e um homem adentrou, caminhando em direção a Rodolfo.

— Podemos iniciar a cessão!— o promotor disse antes de voltar-se ao seu lugar.

Rodolfo levantou-se e caminhou até um dos oficiais de justiça.

— Assim como informado pelo promotor, uma segunda investigação foi feita e nesse documento existem fotografias de meu cliente saíndo do local do crime, entrando em seu carro e seguindo pela rua, capturando também a imagem de Cleber em vida.— o advogado diz antes de voltar ao seu lugar, permanecendo em pé.

Um silêncio formou-se no tribunal.
Rafael suava frio nervoso ao lado de Isabel.

Tinha vontade de estrangula-la por ter planejado a morte de Catarina.
Ela era a única responsável pela morte de Vanda.

Novamente a porta foi aberta e um homem adentrou seguido por um oficial.

Pelo canto de olho, Rafael observou a mulher ao seu lado estremecer.

— Esse homem, meritissimo, é a testemunha de defesa.— o promotor disse antes de virar-se para Rodolfo.

O advogado voltou a caminhar, dessa vez, parando em frente ao homem que vestia uma jaqueta preta, sentado na mesa de testemunhas.

— Senhor Martins, conte-nos o que fazia na cena do crime no horário da 18:20?— Rodolfo perguntou cruzando os braços.

O homem respirou fundo e encarou a mulher no banco dos réus.

— Fui fazer um trabalho pra minha irmã.— o homem murmurou, alto o suficiente para que o júri ouvisse.

O advogado voltou a perambular pela sala.
Seus olhos encontraram o rosto sério de Rafael.
A meses havia jurado a si mesmo que provaria a inocência de seu melhor amigo.

— Quem é sua irmã, senhor Martins? E qual era o trabalho?— Rodolfo voltou a perguntar ao homem, virando-se.

— O que está querendo insinuar?— o advogado de Isabel praguejou levantando-se.

Rodolfo olhou-o de relance e ponderou sua pergunta, voltando-se para a testemunha.

— Meu trabalho era eliminar a escória que faliu minha família. E se Rafael não tivesse saído, estaria morto também!— o homem cerrou os dentes batemos as mãos na mesa irritado.

Amor MeuOnde histórias criam vida. Descubra agora