Amor Meu

Capítulo 10

A manhã passou de forma rápida.
Miranda se perguntava se sua discussão havia sido motivo o suficiente para Rafael se trancar no escritório e evitar receber qualquer empregado.

A morena caminhava pelo jardim ao lado da empregada que suspirava por um novo personagem de livro.

— ... então ele fazia de tudo por ela...— Eloise disse empolgada ao virar-se para a patroa.— Senhora? Esta me ouvindo?— Eloise perguntou ao observar a patroa distraída.

— Me desculpe Eloise, minha mente está em outro lugar!— Miranda sussurrou voltando a olhar a empregada.
Eloise sorriu brincalhona.

— Está no escritório do patrão?— a loira provocou escondendo o riso.
A morena respirou fundo e encarou seus pés enquanto caminhava.

— Não seja inconveniente, Eloise! Mas esta. Rafael é muito complicado!— Miranda balbucia frustrada.
Após a discussão o homem havia sumido, não havia ao menos tomado café.

Um assobio foi ouvido de longe, cantarolando uma música antiga, fazendo com que ambas as mulheres observassem o jardineiro de joelhos na terra.

— Não sei senhora, já é a terceira noite que passam juntos! O tempo vai decidir o que devem fazer!— a empregada sussurrou ao encarar o jardineiro a sua frente.

Miranda bufou frustrada.

— A vida não é um romance, Eloise! O tempo não pode mudar meu passado!— a mulher suspirou ao virar-se para observar a roseira a seu lado esquerdo.

Eloise suspirou. Sabia que não era fácil, porem torcia para que o patrão conquistasse o coração de Miranda.

— Desculpe me intrometer, mas nós escrevemos nossas histórias, senhora, você pode decidir viver o futuro de forma diferente do que seu passado foi. — a voz de Arthur soou calma.— O amor não é algo provável ou simples. Almas totalmente distintas podem construir algo indestrutível conforme o desejo de ambas. Apenas o ódio compartilha do mesmo intuito!— o jardineiro explica aproximando-se da dupla.

Um sorriso largo nasce nos lábios de Eloise ao observar as flores que Arthur cultivava.
Margarida eram suas flores preferidas. Na infância, seu pai dizia para que ela fosse como uma margarida em meio as rosas. Em meio a tantas extravagâncias, cultivasse sua simplicidade e sua beleza única.

Miranda virou-se para Arthur e observou seu rosto.
O homem não passava dos vinte e cinco anos. Tinha olhos verdes e cabelos cor de mel. Sempre calmo, porem seus olhos sempre atentos.

— Meu passado não é algo que possa ser apagado com uma borracha.— a patroa suspirou antes de voltar a olhar o jardineiro.

Arthur sorri ao observar a aflição de sua patroa.
Miranda parecia dispersa demais pra alguém que apenas discutiu com o marido.

— O passado não pode ser apagado, senhora. Aprendemos com ele.— o homem sussurrou antes de voltar ao trabalho.— Não existem pessoas iguais no mundo, isso que nos possibilita recomeçar!— Arthur diz antes de sorrir para Eloise que observava a conversa com atenção.

Seus olhos percorreram os longos fios de cabelos dourados da empregada até encontrarem uma pequena folha presa no decorrer de sua trança.
Suas mãos avançam sobre a mulher e retiram a pequena folha de seus cabelos, recebendo um largo sorriso da mulher loira.

Miranda estava perdida em seus pensamentos enquanto encarava a roseira.
Sua mãe amava o vermelho da flor chamativa, no entanto a flor preferida de Miranda eram lírios. A pureza das flores estrangeiras faziam seus olhos se encheram de lágrimas.

— Sejamos francos Senhora, Rafael não é o Príncipe Maxon, mas você também não é América Singer, mas se quer viver uma nova história tem que abrir mão de seu "Aspen".— Eloise explicou levantando-se e batendo a saia de seu vestido azul marinho.