O tribunal estava em completo silêncio.
Ninguém ousava dizer uma palavra sequer.Os réus adentraram o salão um a um.
Rafael foi o primeiro, seguido por Cleber, Eva e por fim Eduardo.Os advogados de defesas se encontravam a direita dos réus.
Rodolfo como advogado de Rafael e outros dois advogados, um dividido entre Cleber e Eva e o terceiro para Eduardo.No lado esquerdo do tribunal, Miranda batia o pé no chão impaciente.
— Você não precisa ficar aqui. Eu respondo por você!— Aline sussurrou ao fitar a inquietação de Miranda.
A morena encarou suas mãos preocupada. A ansiedade estava presa a sua garganta.
Era como enfrentar um batalhão desarmada.
Nem mesmo quando falou com Inácio, um dos homens mais influentes em todo sistema corporativo, sentiu aquilo.— Não. Eu comecei isso e vou terminar como deve ser!— a morena suspirou encarando a mesa.
Respirou fundo e levantou os olhos até os réus.Nunca pensou que veria seu pai naquela situação.
Um assassino.Odiava Marcos, no entanto ver seu pai perder a liberdade por ter tirado a vida dele a fazia repensar sobre a fatídica noite.
Eva a encarava com raiva.
Estava farta de ouvir que a madrasta havia a salvo. Eva havia destruído toda sua vontade de viver
Esconder os laudos médicos e fazer um acordo com Eduardo para obriga-la a casar com Rafael foi o auge de sua paciência.Sentiu o peso dos olhos de Eduardo sobre si. Tinha raiva de seu então sogro.
Mesmo sabendo o que ela havia passado nas mãos do filho mais velho, não tinha compaixão de sua vida.Rafael mantinha os olhos presos ao chaveiro que Eloise havia lhe dado.
Sua paixão pelo arco e flecha o fez enxergar o mundo de um forma mais objetiva.Iria fazer o certo, mesmo que fosse indiciado, não esconderia quem ele realmente.
O oficial de justiça adentrou o tribunal, fazendo todos se colocarem em pé.
Logo o promotor surgiu pela porta principal, sendo seguido pelo juiz, que para a surpresa de muitos era uma mulher.Logo após se sentar, a juíza passou os olhos pelo salão. Mesmo em seu segundo ano naquela jurisdição, era o primeiro caso de estupro que havia assumido e estava mais nervosa ainda por envolver grandes nomes do mundo corporativo.
— Caso 557, Miranda Nelle Albuquerque Sanches. Estupro, opressão matrimonial, abuso de poder, coesão e assassinato.— o oficial de justiça disse antes de fazer com que todos sentassem.
O promotor colocou-se em pé e caminhou até a frente do pódio.
— Primeira testemunha de acusação.— o homem diz antes de virar-se para a porta e observar um policial abri-la.
Agatha adentrou o salão a passos largos. Estava confiante de que o caso da irmã teria justiça.— Agatha Nelle Albuquerque.— o promotor diz por fim.
Um dos advogados de defesa se levantou, aproximando-se de Agatha.
— Senhorita Albuquerque, onde estava no dia 25 de março as 21:30 da noite?— o homem perguntou.
A caçula Albuquerque respirou fundo e passou os olhos pelo salão. Encontrou seu pai sentado ao lado de seu cunhado. Havia presenciado a troca de murros que Rafael deu em Marcos e o tiro que matou o primogênito dos Rodrigues.
— Estava com minha irmã e Marcos. Ele estava nos acompanhando até em casa. Havíamos ido a uma premiação de alguns atores conhecidos nossos.— Agatha explicou encarando o advogado de Eduardo.

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Amor Meu
RomanceDuas histórias. Dois traumas. Duas almas que, em um beco, presenciam um rumo diferente de seu futuro. Até onde você iria por amor? Rafael Sanches é um empresário forte no ramo da tecnologia em São Paulo. O Leão corporativo não abaixa a cabeça para n...