Capítulo 12

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O silêncio da mansão assombrava a mulher que caminhava de um lado para o outro no corredor do andar superior.
Catarina e Guilherme haviam ido jantar na mansão dos Abravanel.
Vitor, Cristian e Vanda já haviam ido embora.
Haroldo e Ana estavam limpando a cozinha, enquanto Arthur estava na biblioteca com Eloise.

Sua mente passeava pela manhã daquele dia.
Havia enfrentado um homem que sequer conhecia para ajudar Rafael e mesmo assim o homem havia saído ferido.
Estava orgulhosa de si mesma.

Nunca pensou que voltaria a usar as táticas que sua mãe lhe ensinou. Sentia-se poderosa.
Havia convencido Inácio de não punir Guilherme e agora Catarina teria que lhe dar um pouco de paz.

Nunca havia se sentido tão realizada quanto naquele momento. Estava lutando pelo que acreditava.
Acreditava em Rafael.

Mesmo após a discussão daquela manhã continuava confusa. Não sabia o que pensar. A única coisa que sabia era que iria guardar Rafael para si e que lutaria com unhas e dentes para fazê-lo permanecer ao seu lado.

Passos foram ouvidos na escada despertando Miranda de seus pensamentos.

— Não vai dormir, senhora?— Eloise perguntou ao fitar a patroa.
Miranda virou-se para a empregada e franziu o cenho ao reconhecer o jardineiro ao seu lado.

— Ainda não, Eloise. O que fazem aqui?— Miranda perguntou curiosa ao cruzar os braços curiosa.

Por mais que já estivesse um tanto escuro, Miranda enxergava perfeitamente a dupla no início do corredor.
Ambos vestidos de pijamas, o que indicava que já haviam tomado banho e terminado seus trabalhos.

Arthur aproximou-se a passos largos da patroa, sendo seguido por Eloise.
O jardineiro segurava um livro em mãos e baixou os olhos envergonhado quando parou em frente a patroa.

— Pensamos que o patrão estivesse entediado, então escolhemos um livro pra ele.— o jardineiro explicou mostrando o livro de investigação criminal.

A morena observou a dupla em silencio. Seus olhos encontraram Eloise atrás de Arthur.
Miranda tomou o livro das mãos de Arthur e suspirou.

— Eu levo pra ele!— a morena pigarreou envergonhada.

— Tem certeza, Senhora?— Eloise perguntou num sussurro aproximando-se.

Miranda encarou a loira e suspirou exausta. Iria enfrentar Rafael de qualquer forma. Estava disposta a dizer o que estava em sua mente e se abriria com o homem.

— Sabe, sobre a conversa de hoje cedo, somente você pode se permitir. Por mais que pareça difícil, o amor brota em lugares que ao menos foram regados.— Arthur suspirou antes de observar o rosto da patroa. Os olhos de Miranda brilhavam.

A morena sorriu com o comentário. Toda aquela situação havia lhe aberto os olhos e o que sentira por Rafael não era apenas amizade. Sabia disso agora.

Após seus surtos de ciúmes, não entendia o que seu coração queria lhe dizer, mas o seguiria e queria que esse caminho a levasse até Rafael.

— Vão dormir! E você, Eloise, teremos uma conversa muito séria amanhã cedo!— a patroa ameaçou apontando para a loira que pareceu suar frio.

A empregada apenas assentiu e encarou o chão envergonhada

— Boa noite, senhora!— Arthur cumprimentou antes de dar as costas e puxar Eloise para a escada.
A dupla sumiu rapidamente do campo de visão de Miranda que levantava hipóteses suspeitas sobre a proximidade de Eloise com Arthur.

Seguiu até a porta do quarto de Rafael e bateu a espera de uma resposta, que não entanto não veio.

— Rafael?— Miranda chamou contida, não ouvindo resposta sequer.
Estressada com a situação, caminhou até seu quarto e seguiu até a porta que dividia os quartos.
Bateu mais uma vez sem resposta.

Amor MeuOnde histórias criam vida. Descubra agora