Capítulo 15

47 17 0
                                        

O homem avistou o carro estacionado em frente ao cemitério e suspirou cansado.

Já havia perdido a conta de quantas vezes havia ido buscar o homem naquele lugar.

— Acha mesmo que ele está aqui?— o homem de cabelos cor de mel pergunta curioso.

Um grito de fúria é ouvido pela dupla.
O homem que procuravam estava ali.

— Essa é sua resposta, Arthur!— o homem de cabelos negros murmurou adentrando os portões do lugar.

A noite já se fazia alta e a dupla estava em busca do homem a uma hora.
Haviam o procurado na casa de seu pai, em seu bar preferido, no entanto não o encontraram.

Aquele era o último palpite do mordomo era o único lugar onde conseguia falar sobre seus sentimentos.
Ao lado da mãe.

A dupla caminhou em silêncio por entre os túmulos antes de ouvir outro brado de raiva, dessa vez mais alto que antes.

Arthur estremeceu. Não entendia o porquê de Haroldo o chamar para ajudá-lo se o jardineiro tinha pouco tempo morando na mansão.

No entanto o jardineiro entendeu quando observou o patrão proferindo socos em uma árvore próxima a um túmulo

— Tudo que aconteceu aqui, fica aqui.— Haroldo murmura antes de caminhar até Rafael.

O empresário proferia socos seguidos no tronco de uma árvore ao lado do túmulo de sua mãe.

— Senhora Regina não iria gostar de te ver dessa forma!— a voz de Haroldo fez com que Rafael fechasse os olhos irritado.

— Ninguém gosta de ver o lado sujo de uma alma. Nem tudo são rosas, Haroldo, e você sabe bem disso.— Rafael resmungou alterado ao afastar-se da árvore e abrir os olhos nervoso.

O mordomo respirou fundo e aproximou-se do patrão.

— Você tem razão, mas você me ensinou a me controlar, então faça o mesmo!— Haroldo disse cansado.

Os olhos de Rafael encontraram a lua e um longo suspiro saiu de seus lábios.

Lembrou-se de quando decidiu morar sozinho e contratou Haroldo e sua família para trabalhar pra ele.

Em uma noite ele desceu as escadas, seguindo em direção a cozinha e ouviu a conversa do casal.
Haroldo estava nervoso pois o primogênito havia o roubado novamente e Ana tentava o acalmar, em vão.

Em um acesso de raiva o mordomo avançou sobre a esposa, inconsequente, atingindo-a algumas vezes. Naquela dia, Ana perdeu a gestação de três meses de uma menina.

Rafael afastou Haroldo de Ana e denunciou o filho deles por furto.
Demorou anos para o mordomo reconquistar a confiança e o amor de sua esposa.

Desde então, Haroldo que o auxilia em todos seus ataques de raiva.

— Não é a mesma coisa!— o empresário cerrou os dentes.
Não queria conversar.
Queria era matar seu irmão novamente.

O mordomo caminhou até o túmulo de Regina e suspirou cansado.

— Já chegou até aqui, vai desistir agora?— Haroldo perguntou frustrado.
Seus olhos encontraram o rosto do homem que confiava a vida.
Rafael chorava em silêncio.

— Não há o que eu possa fazer. Ele é Cleber Albuquerque. Vai tomar tudo de mim. Vai tomar Miranda de mim!— o homem gritou frustrado.
No entanto sentiu um gosto amargo na boca.
Miranda nunca foi sua para a perder, e talvez nem queira mais estar com ele.

O jardineiro avançou alguns passos, se aproximando da dupla.

— Pode ser quem for, a justiça vê as duas faces da moeda. Você é inocente, nada o culpa. Nem mesmo seu nome!— Arthur diz cruzando os braços apreensivo.

Amor MeuOnde histórias criam vida. Descubra agora