O homem avistou o carro estacionado em frente ao cemitério e suspirou cansado.
Já havia perdido a conta de quantas vezes havia ido buscar o homem naquele lugar.
— Acha mesmo que ele está aqui?— o homem de cabelos cor de mel pergunta curioso.
Um grito de fúria é ouvido pela dupla.
O homem que procuravam estava ali.— Essa é sua resposta, Arthur!— o homem de cabelos negros murmurou adentrando os portões do lugar.
A noite já se fazia alta e a dupla estava em busca do homem a uma hora.
Haviam o procurado na casa de seu pai, em seu bar preferido, no entanto não o encontraram.Aquele era o último palpite do mordomo era o único lugar onde conseguia falar sobre seus sentimentos.
Ao lado da mãe.A dupla caminhou em silêncio por entre os túmulos antes de ouvir outro brado de raiva, dessa vez mais alto que antes.
Arthur estremeceu. Não entendia o porquê de Haroldo o chamar para ajudá-lo se o jardineiro tinha pouco tempo morando na mansão.
No entanto o jardineiro entendeu quando observou o patrão proferindo socos em uma árvore próxima a um túmulo
— Tudo que aconteceu aqui, fica aqui.— Haroldo murmura antes de caminhar até Rafael.
O empresário proferia socos seguidos no tronco de uma árvore ao lado do túmulo de sua mãe.
— Senhora Regina não iria gostar de te ver dessa forma!— a voz de Haroldo fez com que Rafael fechasse os olhos irritado.
— Ninguém gosta de ver o lado sujo de uma alma. Nem tudo são rosas, Haroldo, e você sabe bem disso.— Rafael resmungou alterado ao afastar-se da árvore e abrir os olhos nervoso.
O mordomo respirou fundo e aproximou-se do patrão.
— Você tem razão, mas você me ensinou a me controlar, então faça o mesmo!— Haroldo disse cansado.
Os olhos de Rafael encontraram a lua e um longo suspiro saiu de seus lábios.
Lembrou-se de quando decidiu morar sozinho e contratou Haroldo e sua família para trabalhar pra ele.
Em uma noite ele desceu as escadas, seguindo em direção a cozinha e ouviu a conversa do casal.
Haroldo estava nervoso pois o primogênito havia o roubado novamente e Ana tentava o acalmar, em vão.Em um acesso de raiva o mordomo avançou sobre a esposa, inconsequente, atingindo-a algumas vezes. Naquela dia, Ana perdeu a gestação de três meses de uma menina.
Rafael afastou Haroldo de Ana e denunciou o filho deles por furto.
Demorou anos para o mordomo reconquistar a confiança e o amor de sua esposa.Desde então, Haroldo que o auxilia em todos seus ataques de raiva.
— Não é a mesma coisa!— o empresário cerrou os dentes.
Não queria conversar.
Queria era matar seu irmão novamente.O mordomo caminhou até o túmulo de Regina e suspirou cansado.
— Já chegou até aqui, vai desistir agora?— Haroldo perguntou frustrado.
Seus olhos encontraram o rosto do homem que confiava a vida.
Rafael chorava em silêncio.— Não há o que eu possa fazer. Ele é Cleber Albuquerque. Vai tomar tudo de mim. Vai tomar Miranda de mim!— o homem gritou frustrado.
No entanto sentiu um gosto amargo na boca.
Miranda nunca foi sua para a perder, e talvez nem queira mais estar com ele.O jardineiro avançou alguns passos, se aproximando da dupla.
— Pode ser quem for, a justiça vê as duas faces da moeda. Você é inocente, nada o culpa. Nem mesmo seu nome!— Arthur diz cruzando os braços apreensivo.

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Amor Meu
RomanceDuas histórias. Dois traumas. Duas almas que, em um beco, presenciam um rumo diferente de seu futuro. Até onde você iria por amor? Rafael Sanches é um empresário forte no ramo da tecnologia em São Paulo. O Leão corporativo não abaixa a cabeça para n...