XXXI

2K 158 87
                                    

Memories On

— Trabalharemos juntos por um ano até as Nacionais, e enfim ficaremos longe um do outro. — Ele estendeu a mão para mim. — Eu começo: prazer, Alec Covington.

— Safira Varson, e o prazer é todo meu. — Apertei sua mão com mais força, roubando um sorriso irritado dele.

Apenas 365 dias.

— Então finalmente seremos parceiros no final das contas. — Destino traiçoeiro. — E vamos nos aturar. Sem grandes promessas e compromissos.

— Sim, aturar. — Alec estendeu a mão direita para mim. — Safira Varson, daria a honra de ser minha colega?

— Apesar de tudo isso... — Fiz ele parar de descer os degraus. — Gostaria de ter meu melhor amigo de volta, mesmo se não pudesse ter mais nada.

— Não é como se jamais o tivesse perdido.

— Sua amizade é o eixo da minha vida. — Alec abriu um pequeno sorriso, com os olhos derrubados como os meus. — Obrigado.

— Sabe por que te provoco? — Alec envolveu minha bochecha em uma concha calorosa e roçou o dedão em movimentos circulares. — Porque provocações são as únicas coisas que me impedem de fazer o que realmente desejo.

— Eu estou apaixonada. Estou apaixonada por meu melhor amigo. Estou apaixonada por Alec Covington.

— Mas o que Safira e toda a população não sabe, é que estive apaixonado por ela pelos últimos dez anos.

Memories Off

— Já está indo? Tem um rodízio de bebidas de inverno. — Clarissa perguntou, enquanto eu me levantava da mesa.

Depois que encontrei os bilhetes misteriosos de Alec, troquei o vestido por um par de jeans pretos e um suéter vinho, com um sobretudo preto por cima. Diminui a quantidade de trajes pesados já que agora, todos os locais que vamos são equipados com aquecedores.

Vou... — Fingi bocejar. — Estou muito cansada da viagem, não dormi direito no trem.

— E Alec, aonde ele está? — Mitchell perguntou ao lado de Clarissa.

— Talvez tenha pego no sono depois da entrevista, ele dorme mais do que eu. — Menti. Além de não saber aonde ele se enfiou, Alec não dorme direito, seu sono é totalmente desregulado.

— Bem, boa noite então. — Clarissa levantou da cadeira. — Acho que vou ver esse rodízio.

— Eu dormi bastante no avião... Acho que também irei. — Mitchell acompanhou Clarissa até o bar.

Toquei em sua canela com o pé e abri um sorriso. Clarissa mandou eu parar mas jogou as mechas vermelhas para trás, enquanto olhava para as unhas.

Olhei no relógio da parede e vi que já eram oito horas. Tentei fazer com que o jantar levasse o menor tempo possível, mas Clarissa não parava de tagarelar.

Shattered IceOnde histórias criam vida. Descubra agora