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Por Ann

Se passou uma semana desde o abraço e palavras inesperadas que o velhote direcionou a mim depois do meu encontro com Ace. Ele foi super compreensivo e riu até chorar após eu contar como "fiz de trouxa" a unidade do Comodoro.

Nesse exato momento estou seguindo os rastros de um ladrão que se julga esperto. Ele assaltou uma casa em plena luz do dia e pegou um jovem como refém, ele simplesmente desapareceu, nenhum predador conseguiu encontrá-lo ainda, então me chamaram pra isso, bom... na verdade não me chamaram, eu descobri esse caso sem querer e parti para caçar sem permissão, já que o vovô me deixou de castigo das caçadas porque preguei uma peça no velho Buda e faltei três treinamentos pra caçar coelhos com Aiskhas.

Meu lobinho e eu nos separamos, vamos nos encontrar no esconderijo "mais elaborado" do mundo.

Até eu que não tenho um bom olfato consigo sentir o odor insuportável que esse cara emana, me dá ânsia. Parei em frente à uma cabana super decadente e olhei ao redor, é aqui que o rastro dele acaba.

Me esgueirei até uma janela e olhei o interior. Vi o ladrão em um canto analisando os itens roubados enquanto o refém está amarrado em uma cadeira.

Aiskhas parou ao meu lado após analisar o redor da casa e constatar que não tem armadilhas em volta, pude perceber por seus olhos o quanto ele está animado pra pegar o bandido.

Abri a janela devagar e pulei pra dentro da cabana e Aiskhas fez o mesmo que eu. Milagre que ele conseguiu passar já que é grande demais, mas somos bem silenciosos, não fizemos nenhum barulho sequer e o jumento continuou futricando nas coisas que roubou. Começamos a nos aproximar sorrateiramente agachados, até agora nossa chegada não foi reparada.

Estava chegando mais perto do menino quando ele me viu, seus olhos arregalaram e graças ao nosso paizinho querido ele não alarmou nada. Continuei me movendo com um enorme sorriso no rosto.

Vai ser mamão com açúcar.

Aiskhas foi se aproximar mais do ladrão e acabou pisando em uma madeira que estava em falso, reproduzindo o som de madeira velha, fazendo o meliante olhar pra nós.

__Porcaria de chão velho._- resmunguei e me ergui. O olhar do velho era assustado, mas isso não impediu que ele pulasse pra perto do menino e colocasse uma faca em seu pescoço.-__Jura que precisa disso? Que desnecessário.

__Mais um movimento e eu mato esse garoto! Isso não é um blefe!_- seu olhar alterna entre mim e Aiskhas e logo sua expressão assustada foi mudando para uma de deboche.-_ Não acredito que mandaram uma mulher atrás de mim, estou surpreso que você tenha achado meu esconderijo.

__Tu chama esse cafofo de esconderijo?! Pelo amor cara, que clichê. Uma cabaninha caindo aos pedaços no meio do mato era bem óbvio._- ele se enfureceu e apertou mais a faca no pescoço do menino onde uma fina linha de sangue apareceu.-__Oe oe, não vamos nos precipitar, minha alma chora quando meus oponentes me subestimam, sabia?

Olhei para Aiskhas e ele está babando de tanto desejo, está apenas esperando minha ordem. Olhei pro garoto e pisquei para ele com um olho só, tentando passar conforto e segurança, logo suas mãos que seguravam o braço do bandido penderam ao lado de seu corpo, deixando o caminho livre para minhas facas.

__Por que não resolvemos isso só entre eu e você? O garoto não tem nada a ver com isso.

__O garoto fica e eu já deixei claro, sua vagabunda, um movimento e ele morre.

__Imaginei que diria isso._- suspirei pesadamente e alonguei minhas costas.

Em um movimento rápido atirei duas minis facas no bandido, uma pegando em sua perna e a outra simultaneamente em sua mão que estava com a faca, o fazendo largar o objeto no mesmo instante. Ele grunhiu de dor e caiu no chão agarrando sua perna, indeciso se tirava a faca da mão primeiro ou da coxa.

Gol D. Ann- A Paz Substituída Por Vingança Onde histórias criam vida. Descubra agora