Por Ann
Ainda estamos longe de chegar na ilha e eu estou entediada. Luffy está brincando com os peixes do outro lado da bolha e no momento eu não tenho interesse em conversar com os outros.
Minha mente foi de volta em tudo o que aconteceu em Marineford, e se estagnou em Aiskhas. Pensei em como ele está, se está sendo bem tratado e alimentado. Eu sei que ele está vivo, porque eu ainda o sinto, principalmente quando a cicatriz em meu ombro me dá um tipo de beliscão.
Comecei a alongar meu corpo, me preparando pra iniciar os exercícios que irei fazer. Para poder me vingar eu tenho que estar em forma, e além disso, eu tenho que ser a melhor.
Tirei o salto e inspirei enquanto fecho meus olhos. Deixo as memórias correrem soltas pela minha mente e começo a treinar.
__Você está fazendo errado. _-a voz grave de Roronoa Zoro tirou minha concentração e eu olhei pra ele indignada.
__Não me lembro de ter pedido sua opinião. _-resmunguei e ele se sentou. -_ Eu era uma comandante da marinha, sei como treinar, espadachim.
__Mas esteve sem movimento há dois anos, se começar assim não vai evoluir.
O ignorei e continuei a sequência de polichinelos que estava fazendo. Estava no quinto quando uma câimbra absurda apertou minha perna, me fazendo cair no chão.
Zoro imediatamente ergueu a minha perna, a apoiando no peito, e começou a massagear. Me senti impotente e coloquei o braço no rosto, para me esconder.
__Oe Anninha, você está bem? _-escutei a voz de Luffy num tom preocupado se aproximando de mim.-_ O que aconteceu?
__Ela está com câimbra.
Luffy ficou quieto enquanto seu companheiro termina de massagear minha perna. Quando a dor passou ele abaixou a minha perna com cuidado e meu irmão tirou meu braço do rosto.
__Você precisa ir com calma, Ann, você ainda está fraca._-ele me ajudou a levantar e me abraçou.-_ Promete pra mim que vai se cuidar e ir com calma.
Retribui o abraço e sussurrei que ia tentar. Não me demorei no abraço e saí do convés com um sentimento esmagador no peito. Odeio me sentir assim, odeio me sentir fraca e frágil. Não conseguir fazer nem 10 polichinelos é muito vergonhoso para uma pessoa como eu.
Entrei em um quarto vazio e me olhei no espelho. Meu reflexo faz a raiva queimar em meu peito. Perdi dois anos da minha vida deitada inutilmente em uma cama, deixando Aiskhas a mercê de outras pessoas.
🌊🌊🌊🌊🌊🌊🌊🌊🌊🌊🌊🌊🌊🌊🌊🌊🌊
Por Aiskhas
A corrente em meu pescoço estalou quando uma serva a puxou. Estou sendo levado novamente aos aposentos de Doflamimgo, esse desgraçado me chama três vezes ao dia e me usa como bem entender.
A sorte dele é que essa maldita corrente retém toda a minha força e me impede de me transformar de novo, senão eu já teria destruído esse reino inteiro e ido atrás da minha Ann.
Eu sei que ela está viva, eu a sinto, e agora eu sinto mais ainda. Os batimentos cardíacos dela estão normais e estáveis, antes eram tão fracos que a qualquer momento podia acabar e eu temi muito isso.
Na guerra há dois anos atrás eu cometi um erro terrível. Eu fiquei distante dela enquanto a observava com tamanha maestria e ódio bater de frente com o almirante. Eu estava extasiado com o que estava vendo e isso me custou que eu a perdesse.
Antes que eu pudesse chegar até ela quando Kizaru a atingiu, fiquei preso nas malditas linhas de Doflamimgo e ele colocou a corrente em meu pescoço, tirando totalmente a minha força. Então a guerra acabou e desde aí eu estive servindo de escravo sexual para ele em seu castelo estupidamente ridículo.
Ele usa meu corpo pro seu prazer e não há nada que eu possa fazer, mas eu sei que Ann está vindo atrás de mim. Eu sinto isso, e quando ela chegar eu vou matar esse desgraçado da pior forma possível.
__Ah! Eu não me canso de ver seu rosto. _-fui recebido com essa frase estranha assim que entrei em seu quarto.
A serva que estava segurando minha corrente se retirou nos deixando sozinhos. Toda vez que entro aqui não perco a oportunidade de vasculhar o local com os olhos, buscando algo que eu possa usar para me livrar.
__Eu olho pra você e lembro da Ann, isso me enche de prazer! _-travei o maxilar ao ouvir a menção que ele fez da minha dona.
Doflamimgo me puxou pra perto de si e fui obrigado a obedecer. Quando Ann estava na marinha eu aprendi muitas coisas, e uma delas é as habilidades e poderes de Donquixote Doflamimgo e sua família. Sei que tem uma pirralha com uma akuma no mi capaz de transformar pessoas em brinquedos e se isso acontecer comigo Ann não se lembrará de mim.
__Você nem deve se lembrar mais dela. Já faz dois anos que ela morreu e você só não passa de um cachorro sarnento._- ele comentou enquanto vira de costas pra mim já despido.
Mal sabe ele que eu só me afundo nele porque tudo que eu penso é na Ann. Minha doce Ann é a única pessoa capaz de me fazer acordar, é o único objeto dos meus desejos.
Estava lembrando da última vez que a vi sem roupa, no navio do Barba Branca antes da guerra, quando meus olhos focaram em uma caixa de madeira pequena em cima da cabeceira da cama. O cheiro que vem dessa caixa é muito familiar, me lembra o cheiro do alguém muito importante pra Ann, me lembra o cheiro do Ace.
__Você não está mais fazendo seu trabalho, cachorro! _-Doflamimgo bradou e percebi que havia parado de me movimentar.
Porém já não adiantava mais nada voltar, minha cabeça não estava mais em Ann e sim naquela caixa. Se eu conseguir reave-la e entregar para ela, sei que ficará muito feliz.
O rei de Dressrosa está me xingamento enquanto me bate por ter brochado, mas eu não me importo. Um sorriso cresce nos meus lábios ao saber que em breve ele estará morto e eu estarei com a minha dona nos braços.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Gol D. Ann- A Paz Substituída Por Vingança
FanfictionMinha vida era perfeita! Trabalhava ao lado do meu velhote, tirava sarro com a cara dos marinheiros chatos e sempre dava um jeito de ver meus irmãos. Até que um dia eu perdi a pessoa mais importante da minha vida..... Meu mundo virou de cabeça pra...