•reencontro - o final•

216 30 23
                                    

Pov Roger:

-obrigado senhorita Clara, mas temos que fechar por hoje, acabou o turno- a mesma apenas pega mais alguns livros, e então sorri.

-de nada Roger, apenas me fale o valor dessas obras, por gentileza- ela coloca os livros no caixa, e então eu pego a folha de preços e somo os valores.

-ficam 90 euros-

A mesma sorriu, e me entregou o valor certinho, que o pego e o guardo no caixa.

Nos despedimos e então ela dá meia volta e vai embora.

Eu fico para dar uma organizada na biblioteca.
Passo um pano úmido no balcão, arrumo as estantes dos livros e passo uma vassoura no chão.

Eu não era lá muito de limpeza e muito menos organizado, porém o meu local de trabalho eu fazia questão de deixá-lo o mais arrumado possível, para que no dia seguinte possa receber os clientes em um local adequado.

Após a finalização do serviço, desligo todas as luzes, viro a placa de "aberto" para a de "fechado" e então fecho a porta e saio andando ao caminho de casa.

Bom, não podia considerar ela a minha casa, era a casa dele, porém, desde aquele dia em que os guardas o capturaram, nunca mais tive notícias suas. Tentei lhe escrever inúmeras vezes porém nenhuma das minhas cartas teve resposta, e com o passar dos anos acabei desistindo, mas ainda doia saber que não tinha notícias de Brian, eu o amava e ainda o amo muito, e o perder dessa maneira deixou um vazio imenso no meu coração.

A guerra tirou tudo de mim, minha mãe, meu pai, minha irmã... e o amor da minha vida.
Era doloroso viver sem eles e a cada dia que se passa me sinto mais sozinho, porém tenho que continuar, até o dia que Deus decidirá me levar.

Caminho até a minha casa e então abro a porta, estranho pois a luz estava ligada e ouço uma música clássica vinda do andar de cima, havia alguém aqui.

Pego um taco de beisbol que deixava sempre atrás da porta e caminho lentamente até as escadas, subindo as mesmas devagar e então abro a porta, seguindo a melodia e então... não acreditei no que vi.

Era ele

Era ele....

ERA BRIAN!!

-B-BRIAN!!!- sem dar tempo a ele de raciocinar ou de fazer qualquer outra coisa, corri ao seu encontro e o abraço, lágrimas já estavam jorrando dos meus olhos, eu não conseguia acreditar.

-ROGER!!!- o mesmo vira para mim e faz cara de espanto ao me ver, mas logo abre um imenso sorriso e me toma nos seus braços, ficamos abraçados um bom tempo, ambos choravam, mas eram lágrimas de alegria.

-Roger... meu amor... é você mesmo!- Brian sorri ao me ver, passando a mão pelos meus cabelos e em seguida juntando nossos lábios em um beijo.

Um beijo totalmente desesperado e repleto de saudades, o mesmo me puxa para mais perto, acariciando minha cintura enquanto nos beijavamos, porém infelizmente tivemos que nos separar devido à falta de ar.

-eu achei que estivesse morto! Como conseguiu fugir??- questiona Brian.

-assim amor, quando os guardas invadiram a casa, eu fugi para a floresta, corri muito pois tinha medo de parar e ser capturado.
Passei duas noites na floresta e após isso segui para o oeste, onde achei uma pequena civilização de refugiados, todos que estavam lá, estavam sendo caçados pelos nazistas, portando me deixaram ficar.
Fiquei lá por muitos anos até o fim da guerra, após isso retornei para Paris, pedi um empréstimo ao banco e então consegui abrir uma livraria, e é com esse dinheiro que consigo sobreviver, tive que morar na sua casa pois não tinha aonde ficar e logo que cheguei não tinha dinheiro comigo, portanto me estabeleci aqui- me expliquei, Brian fazia um cafuné gostoso no meu cabelo enquanto eu falava, eu estava sentindo muita falta disso.

-fico feliz que conseguiu se estabilizar amor, eu passei todos esses anos na prisão e apenas agora que abriram o processo e me inocentaram, mas isso não vem ao caso, a questão é que...- ele segura no meu rosto com as duas mãos, com lágrimas aos olhos.
-nao se passou um dia durante todos esses anos, que eu não sentisse sua falta, e desejasse estar ao seu lado, eu te amo Roger Taylor, e quero passar o resto da minha vida ao seu lado-

Não me segurei e o beijei novamente, sorrindo em seguida com as suas palavras. Agora minha vida estava completa, eu tinha o homem que eu amo ao meu lado, nada poderia me deixar mais feliz.

-eu também quero passar o resto da minha vida ao seu lado, quero envelhecer e partir ao seu lado meu amor, você é tudo que eu sempre quis- entrelaçamos as mãos, porém Brian me puxa para o andar de cima, colocando um disco de vinil no aparelho e assim que a música inicia a tocar, o mesmo vem até mim e estende a mão.

-me concederia a honra dessa dança, Roger Taylor?- o mesmo sorriu, eu dei a mão para ele e então começamos uma dança.

Arrodeamos pelo quarto no belo ritmo da música clássica, Brian me guiava com delicadeza e ao mesmo tempo agilidade, fazendo nossos corpos ficarem colados e girando pelo pequeno espaço que tínhamos ali.

Naquele momento eu poderia afirmar com todas as palavras: minha vida estava completa.
Não havia nada mais que eu precisava, apenas de ter o amor da minha vida comigo era suficiente.

A partir daquele momento iriamos continuar a escrever a nossa história, que se iniciou lá no ano de 1939, em meio a toda a tragédia e caos da época, conseguimos enfrentar todas as barreiras e permanecer juntos.

Mais uma vez, o amor prevaleceu, e se alguém me perguntasse eu iria responder que sim, amar vale a pena por mais que tenham barreiras que talvez dificultem o sentimento, devemos derrubá-las e assim seguir em frente.

E foi ali, na nossa casa em Paris, no ano de 1952, que demos o próximo passo na nossa história, que iria durar o resto das nossas vidas.

Fim.

Classic • MaylorOnde histórias criam vida. Descubra agora