•Nazistas•

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Ps: Caro leitor, para uma melhor experiência, e para lhe despertar fortes emoções, peço que na leitura deste capítulo quem puder escute-o com a música que deixei na capa, o meu intuito com isso e fazê-lo despertar o mesmo sentimento que abrangiu meu peito na escrita deste capítulo.
Este capítulo contém cenas fortes e impactantes, de violência explícita e palavras de baixo calão, por favor leia com calma e atenção. Boa leitura :)
*se não conteúdos como violência e tortura forem sensíveis para você, por favor peço para pular o capítulo*

Logo após eu sair da cruz vermelha, como sempre tentei ao máximo não ser visto por ninguém, sempre me camuflando nas sombras e me escondendo de todos.

O caminho da cruz vermelha até a cabana em que eu me escondia davam aproximadamente uma meia hora, era apenas ser cauteloso e tomar bastante cuidado que iria ser tranquilo, afinal, eu já era perito em fugir dos nazistas, isso se tornara parte da minha rotina.

Coloquei o capuz do sobretudo e peguei a faca na mão, enquanto caminhava escorado ao muro de tijolos, tentando ver através dele para saber aonde estava indo.

Era noite e a minha visão se limitava aos grandes faróis que foram postos por toda a cidade, mas os mesmos ficavam mais concentrados próximo ao muro, então eu corria risco de ser visto devido á tamanha proximidade que havia entre mim e o grande muro.

Eu estava muito preocupado com a possibilidade de ser visto devido aos faróis, que esqueci completamente de estar atento aos outros perigos, e foi aí que eu errei.

Volto a caminhar mas me distanciei um pouco do muro pois os grandes faróis poderiam me fazer luz, e caminho pela estrada, mas não tomei cuidado por onde caminhava e uma grande luz foi apontada para mim, um sentinela havia me visto.

-JUDEU!!!!!-

Agora, as luzes dos grandes faróis também foram apontadas para mim e me pus a correr, o sentinela gritou em alerta e pouco depois, soldados estavam correndo atrás de mim.

Ouvi disparos enquanto corria mas mesmo assim não paro e continuo a correr, eu não poderia ser pego de maneira alguma ou senão seria meu fim.

-parado!!- ouço vozes atrás de mim mas não parei, em seguida tiros eram disparados atrás de mim, mas me escondo atrás das árvores e consigo desviar das balas.

Sigo o caminho da trilha que eu tanto conhecia, minha respiração já estava ofegante mas não me permiti parar, enquanto corria, me apoiava nas árvores e pouso meu braço em minha face para a proteção dos meus olhos, pois devido à minha velocidade, seguidamente galhos batiam em minha face, arranhando-a e machucando minhas vistas.

Agora, o lugar que era tão especial para mim, nesse momento se tornara um local de medo e terror, as árvores que á semanas atrás tinham a finalidade de servir de labirinto enquanto corria com Brian até as colinas, agora serviam para me camuflar dos soldados sádicos que corriam atrás de mim.

-você não me pega- falei a Brian, enquanto corria pelas árvores seguindo a trilha e me divertindo ao ver que ele não conseguia me alcançar -vem me pegar Bri!-

O mesmo corria atrás de mim, se apoiando nas árvores devido ao cansaço que tomara seu corpo por estar correndo atrás de mim.

-você é tão fraco Brimi!- minha risada era audível enquanto corria até as colinas, o topo mais alto de Paris.

Corríamos juntos, e quando cheguei ao topo Brian veio atrás de mim, e sem aviso prévio sentou-se ao chão e puxou-me consigo, para termos a visão da cidade, mesmo que estivesse completamente bombardeada e destruída, nós conseguimos aproveitar aquela visão.

Após isso, nossos corpos foram se aproximando até chegarem a uma proximidade um tanto perigosa.

Nossos peitos subiam e desciam em um ritmo acelerado causado pela corrida que tivemos no caminho até as colinas.

Até que tive a iniciativa de quebrar o espaço que restava entre nós ao juntar nossos lábios. Nos beijavamos em um ritmo acelerado por medo que os soldados viessem até o local e nos prenderiam.

Mas ambos sabíamos que naquela noite nada realmente importou além de nós dois.

Agora meus olhos estavam inundados por lágrimas ao lembrar daquele momento tão especial com Brian, sei que esses momentos jamais voltarão e isso provocava uma sensação de vazio  em meu peito, eu me sentia vazio e sozinho sem Brian.

Enxuguei minhas lágrimas com a palma da mão e voltei ao foco que era fugir dos nazistas que continuavam a me perseguir juntamente com seus enormes cães ferozes.

Minhas pernas começaram a cansar e senti que poderiam vacilar e me fazer cair a qualquer momento, mas eu realmente não poderia parar, não agora que minha vida dependia disso.

Finalmente chego ao topo da colina, olho rapidamente ao meu redor, procurando algum lugar que servisse de esconderijo e encontro uma caverna, não penso duas vezes e corro em direção á ela, entro na mesma, prendendo a respiração tentando fazer o mínimo de barulho possível.

Alguns minutos se passaram desde a minha entrada naquela caverna, e assim penso que o pior já passou, então eu saio da caverna.

-você vem conosco!- senti uma mão agarrando meu braço logo após a minha saída da caverna, e quando viro para o lado, vejo que eram os dois soldados, eles estavam esperando minha saída da gruta para me prenderem.

-não!! Não!!- me debato o quanto posso, tentando me livrar das mãos que me seguravam, mas um tapa é desferido em minha nuca.

-judeu imundo! Você vai conosco para aonde é o seu lugar- os soldados seguram firmemente em meus braços e me arrastam para a trilha, voltando para a cidade.

Durante o trajeto, os oficiais desferiam tapas e socos em meu corpo, eu já estava muito machucado e implorava para que eles parassem, mas eles não me deram ouvidos e continuavam a me bater, eles se divertiam ao ver que eu estava sofrendo.

Eles me arrastam até os trilhos, onde o trem estava esperando a volta deles para seguir trajeto rumo ao campo de concentração. Os oficiais me empurram para dentro de um vagão e trancam a porta do mesmo.

Haviam muitas pessoas junto a mim, todas amontoadas, mal dava para respirar, eu tinha a sensação de que iria desmaiar em pouco tempo devido ao cheiro de fezes e vômito que dominava o ambiente.

Sento no chão pois sinto que minhas pernas poderiam vacilar à qualquer momento e me fariam cair.
Pouso minha cabeça em uma das paredes do trem, e fechei os olhos por um minuto, me segurando para não desabar em lágrimas.

Classic • MaylorOnde histórias criam vida. Descubra agora