•Abusos•

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Ficamos fechados naquela cerca por um bom tempo, eu estava faminto até agora não havia recebido comida nem água, se fosse posto para trabalhar no estado em que meu estômago estava, provavelmente iria morrer de desidratação poucas horas.

Meus olhos estavam totalmente focados em Brian, o mesmo caminhava de um lado para o outro no campo, sempre com sua arma em mãos e sua expressão facial demonstrava frieza mas ao mesmo tempo tristeza.

Sei que ele não se orgulhava do seu posto de trabalho, pois foi praticamente obrigado a servir o exército alemão, eu no seu lugar estaria igualmente desolado.

Os dias em que passei sem Brian em Paris foram angustiantes, pensar na possibilidade de que ele poderia não estar vivo, me desanimaram e me entristeciam mais a cada dia que se passava.

Logo após ser capturado pelos nazistas, achei que não sobreviveria por muito tempo, ou que seria morto em Paris mesmo, contudo, não foi o que ocorreu, e aqui estou eu no campo de concentração, trabalhando para sobreviver.

Porém, estava ciente de que Brian estava comigo e apenas esse fato era o suficiente para continuar lutando.

-vamos!!! Todos para fora- um soldado loiro com os cabelos até os ombros, abre o portão do cercado em que nos mantinham presos, e nos chama para fora.

No momento em que passei ao seu lado, pude sentir um olhar carregado de malícia sobre mim, o que me fez tremer involuntariamente.

Olhei ao meu redor e pude ver Brian encarando-o, demonstrando desconfiança. Mas ele tinha que disfarçar para os soldados não perceberem que ele estava do meu lado, então o mesmo desvia o olhar e volta a caminhar ao redor do campo.

O soldado loiro me dava medo, e pelo seu olhar, sabia que boas intenções não sairiam da sua parte.

~pov Kurt Cobain

Aquele loirinho não saia das minhas vistas, talvez conseguiria me aproveitar um pouco daquele corpinho.

Mas alguma coisa estava fora dos eixos, estava desconfiando de que Brian não fosse o que realmente dizia ser, ele parecia fraco e sentimental demais para um soldado, para ser sincero não sei o que o Führer viu nele.

E outra questão que me deixava ainda mais desconfiado é que, desde que Brian entrara para o exército e começara a trabalhar no campo, ele não havia matado um único judeu sem ser obrigado, geralmente soldados matam judeus frequentemente, os prisioneiros não precisariam fazer nada, nós apenas atiravamos sem motivo algum. Mas até agora não havia visto Brian fazer isso, na verdade parecia que ele estava protegendo-os, em especial o loirinho.

Talvez se eu fosse dar uma verificada em sua cabana, conseguisse descobrir algo...

Aguardei um pouco a barra ficar limpa, e me dirijo devagar até a cabana 7 que é aquela em que Brian dormia.
Adentro na mesma, fecho a porta e me pus a vasculhar tudo, embaixo da cama, entre os lençóis da mesma, atrás da porta, por todo o ambiente.

Caminhando um pouco e vasculhando o local, sinto abaixo dos meus pés uma tábua solta e me agaicho até ela, tiro a mesma e sorri com o que vi.

Era um pequeno caderninho todo empoeirado devido à sujeira que havia embaixo daquela tábua.

Sentei-me na beirada da pequena cama, abri o diário e me pus a ler o mesmo apressadamente, pois Brian poderia aparecer aqui à qualquer momento.

Fico pasmo com o que meus olhos viram, e então confirmo minhas suspeitas de que Brian era um traidor da pátria, ajudando esse judeu imundo. O desgraçado havia até traçado um plano para ajudá-lo a fugir do campo!! Traidor, mas isso não iria ficar assim.

Vou me aproveitar de toda a situação para brincar com o loirinho.

~pov Roger Taylor

Meus olhos acompanharam o soldado adentrando na cabana do Bri, e achei estranho pois ele não compartilhava a cabana com nenhum soldado, que eu saiba.

Não gostei daquele oficial, ele me lançou um olhar na qual não simpatizei muito, mas talvez não fosse nada demais, pois os soldados aqui não simpatizavam com judeus, visto que somos as presas deles.

Meu olhar voltou em Brian, e o mesmo agora estava acompanhando uma aglomeração de judeus até um cercado igual o meu, mas não era o mesmo.
Brian tranca o portão do cercado e se pôs a ficar de vigia.

Finalmente meus olhos veem aquele soldado loiro saindo da cabana do Brian, e o mesmo vem vindo em minha direção.

-você vem comigo, tenho um trabalho para você- o loiro abre a porta do cercado me chamando até ele.

Apenas concordo, e sai do cercado, seguindo o soldado. O mesmo vai até uma cabana me empurra para dentro, entra em seguida e tranca a porta da cabana.

-você me atraiu bastante sabe loirinho-
O soldado pousa a mão em minha coxa, subindo pouco a pouco até o meu íntimo.

Consigo ler o nome em sua farda e era Kurt D. Cobain.
Eu não estava gostando nada do rumo que as coisas estavam tomando, fiquei muito desconfortável com o seu ato, mas sabia que não tinha o direito de falar nada.

-isso ficará apenas entre nós... Brian não ficará sabendo de nada- o mesmo se pôs a depositar selares em meu pescoço, e eu apenas queria sair correndo daquele lugar.

Ele era nojento, e como ficou sabendo do meu relacionamento com Brian? Agora não poderia fazer nada, nem mesmo contar a ele, pois Brian era vingativo e se eu falasse qualquer coisa, Brian iria tirar satisfações com ele, e então Kurt nos entregaria as autoridades e ai seria o nosso fim.

Tudo o que eu poderia fazer era ceder...

Lágrimas começam a jorrar pelos meus olhos sentindo ele passar sua mão pelo meu corpo e adentrando com a mesma em minha calça, atingindo minha intimidade.

-shiii... não irei machucar você- o mesmo faz pressão na minha cabeça, fazendo-me ajoelhar diante a ele e colocando minhas mãos em seu membro ainda coberto pela sua calça.

-apenas faça o seu trabalho... que não teremos problemas- um sorriso malicioso surgiu em seus lábios e o mesmo começa a desabotoar sua calça.

Mais lágrimas começam a jorrar, eu não queria fazer aquilo mas se fosse necessário para Kurt não entregar a mim e a Brian, iria ter que fazê-lo.

De certa forma eu me sentia mal, pois estava traindo a Brian e se ele descobrisse nunca iria me perdoar.
Mas infelizmente nossas vidas dependem disso, e por mais relutante que eu esteja, teria que ceder aos abusos.

Eu apenas não imaginava que eles ocorreriam com tanta frequência.

Classic • MaylorOnde histórias criam vida. Descubra agora