Parecia que nunca iriamos chegar.
Não sabia á quanto tempo estava no trem e nem o quanto faltava para chegarmos.-chegamos...- ouço uma voz atrás de mim falar baixinho, e dirijo meu olhar para a janela, tremi involuntariamente ao olhar para o lugar.
O campo era literalmente cinza, um grande nevoeiro cobria todo o local, e conseguia ouvir gritos pedindo por socorro, os sons era horripilantes e me fizeram arrepiar até o último fio de cabelo.
O maquinista fala para todos descerem, e um soldado pega no meu braço e me joga ao chão.
-judeu imundo!!!- o mesmo começa a desferir chutes em mim.
-calma ele não é judeu!- Freddie vem até mim e segura nos braços do soldado -ele é um dos soldados novos!!-
-sério?- o soldado me encara e depois estende a mão para mim, seguro na mesma e ele me ajuda a levantar.
-me perdoe, achei que fosse um deles, me desculpe, sério!--tudo bem, eu acho- limpo minhas vestimentas.
-vem, vou lhe dar sua farda, e a propósito como é seu nome?- o soldado vai na frente e eu logo atrás.
-Brian May-
ele para bruscamente e se vira para me olhar -o francês que afrontou o Führer? Nossa, não achei que estaria vivo depois dessa, ah! E meu nome é Kurt Cobain- paramos em frente de uma cabana de madeira e o mesmo estende a mão para um cumprimento.
-você fala bastante né?- Kurt ri do meu comentário, e abre a porta da cabana.
-na maioria das vezes- o mesmo vai até uma mesa cheia de roupas militares e pega uma calça, camisa, farda, botas, uma boina, e as entrega a mim.
-deve servir, vá se trocar e depois disso volte aqui--ok, obrigado- entro em uma sala bem apertada, fecho a porta da mesma e analiso a farda. Era a vestimenta típica dos oficiais alemães, mas eu era francês...
Visto a rapidamente a roupa e saio do cubículo que era aquela sala.-olha, ficou bem em você até parece um soldado alemão- Kurt me analisa de cima para baixo.
-escuta aqui loiro, eu não sou e nunca serei um soldado alemão- saio da frente dele, esbarrando no seu ombro, e saindo da cabana.
-Brian May! Se apresente ao sargento- ouço uma voz chamando meu nome e rapidamente me viro e vou até ele.
-sim senhor, aqui estou senhor!- faço posição de sentido.
-ótimo, vamos testar sua habilidade com armas de fogo- o homem tira um fuzil da sua cinta e o entrega a mim, quase cai com o peso da arma, eu não estava em boa forma física.
-qual é o alvo?-
-eles- o sargento aponta para vários judeus em fila indiana, sinto meu coração apertar e logo vem uma imensa vontade de chorar.
-tenho que atirar neles?- lanço um olhar ao sargento, e o mesmo afirma com a cabeça.
-de preferência na cabeça, assim morre de uma vez- ele me encara e fica ao meu lado -sei que consegue-
-eu preciso mesmo fazer isso?-
-é melhor começar a se acostumar senhor May, aqui você irá fazer isso seguidamente, e além de que isso serve para treinar sua mira- o mesmo levanta uma sobrancelha e foi aí que percebi que não teria escolha, teria que atirar neles.
Me posiciono em frente a um prisioneiro e aponto a arma em sua direção, o mesmo se pôs a chorar o que partiu meu coração.
Dsatravo a arma e fico parado por um tempo fingindo que estava mirando a arma mas a verdade é que não conseguiria fazer isso.
-vai demorar muito?- o sargento já demonstrava sinais de impaciência, e suspira ao ver que eu não iria conseguir fazê-lo.
Ele tira o enorme fuzil das minhas mãos, mira no judeu e atira nele sem dó nem piedade, o corpo sem vida do homem cai ao chão e de sua cabeça, começa a jorrar sangue.
Fiquei horrorizado com a cena que vi e levo a mão à boca, o sargento agora me encarava e balança a cabeça decepcionado.
-terá muito que aprender, agora atire neles! Ou...- em um movimento brusco, ele desfere um chute em minha pernas, me fazendo ir ao chão e aponta a arma para mim. -ou o morto será você! Agora atire logo nesses judeus de merda!-
Levanto devagar, pego o fuzil em mãos novamente, miro no segundo judeu da fila e dessa vez não demoro muito, apenas atiro.
-muito bem May, sabia que iria conseguir e olha sua mira é ótima! Já mexeu com armas de fogo antes?-
-não senhor...- fito o corpo do judeu morto, demorando para acreditar que eu havia feito aquilo, eu era um mostro precisava morrer! Matei um judeu inocente!
O sargento se posiciona atrás de mim, pousando sua mão em meu ombro
-não se sinta culpado por isso May, você está fazendo o melhor para a pátria, deveria se orgulhar de estar servindo o exército-Ao ouvir aquelas palavras, viro em sua direção e o encaro incrédulo.
-me orgulhar?.... eu matei uma pessoa!! Como posso me orgulhar disso hein?!-
-você matou uma pessoa que está arruinando a pátria, não matou qualquer pessoa, acho que já fez demais para o seu primeiro dia, vá para a cabana 12 e descanse-
Assenti para ele e me dirijo até a cabana, entro na mesma e sento na pequena cama de solteiro que havia no local.
-eu matei um judeu... eu matei um judeu...- abraço minhas próprias pernas escondendo minha face entre elas, e segurando o choro que insistia em cair.
Pego minha mochila e de dentro da mesma tiro o meu diário e uma caneta, abro o mesmo e escrevi.
"Querido diário, hoje eu matei um judeu, senti-me sujo, é como se estivesse matando Roger... não tive escolha ao não ser pegar a arma e atirar, sei que Deus está vendo tudo isso e espero que ele me perdoe.
Gostaria de ter o perdão do meu amor algum dia, mas sei que isso não irá acorrer, a pior tortura vai ser viver uma vida sem ele ao meu lado. Mas a cada dia que se passa, mais convicto eu fico de que não mereço o anjo que é Roger Taylor"Coloco a caneta no meio do papel e fecho o caderno, guardo-o novamente na mochila e me pus a pensar.
Quando tudo isso irá acabar?
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Classic • Maylor
Romance1940, o mundo sofria com o acontecimento da segunda guerra mundial, a nação francesa sofreu com o avanço das tropas nazistas no seu território, logo os alemães tomaram conta do país, tornando-o mais uma conquista nazista. • Brian May é um jovem fran...