•dificuldades•

176 24 21
                                    

Ps: querido leitor, para ter uma melhor experiência na leitura deste capítulo e para sentir as mesmas sensações que eu, escritora, senti ao escrevê-lo, convido-o a ler este capítulo da história com a música que deixei na capa.
*Se assuntos de dificuldades, guerra, mortes, corpos (cadáveres), violência e tortura forem sensíveis para você, peço para que pule este capítulo.*

-não, não!! BRIAN NÃO!!- ele estava sendo levado, levado para a morte, era inútil gritar, meus gritos ficavam mais inaudíveis a cada tentativa.

-BRIAN!!! NÃO!!!!- impulsiono meu corpo para frente mas não foi possível sair do chão, olho para baixo e meus pés estavam acorrentados ao chão.

E ele se afastava cada vez mais de mim.

-NÃO!!!- meus gritos ficaram cada vez mais baixos na medida que tentava fazê-los soarem mais alto, mas era inútil.

Ele foi levado para um pedestal, e uma corda é posta em seu pescoço.

-suas últimas palavras Brian?- um oficial amarrou a corda, e se posicionou na frente de Brian, onde ele estava pendurado apenas com a ponta dos pés encostando em uma cadeira posta embaixo de si.

-eu... eu te amo Roger-

O oficial chuta a cadeira que fora posta embaixo de Brian e o deixa pendurado pelo pescoço.

Meus olhos presenciam a pior cena, Brian ficara pendurado pelo pescoço e começa a se debater, suas mãos pousam na corda e o mesmo tentava tirá-la, inutilmente.

Até que o mesmo da um último suspiro, e morre na minha frente.

-não Brian não!!! Não!! Não!!-

-BRIAN NÃO!!!- falo enquanto dormia.

-Roger? Roger meu bem acorde!- sinto alguém me sacudir, e desperto em um pulo, Brian estava na minha frente, me fitando com o olhar preocupado.

-Bri!!!- em um impulso, abracei ele e logo as lágrimas começam a invadir meus olhos.

-oh meu amor, o que houve?- o mesmo me envolve em seus braços.

-eu... eu tive um sonho ruim, sonhei que fomos capturados, e você foi enforcado! Eu gritava, mas você não me ouvia- as lágrimas rolavam pelo meu rosto, mas Brian as enxugou rapidamente.

-amor eu sei que está assustado, com medo de que nos peguem, mas eu prometi que não iria deixar nada acontecer com você, lembra? Sou um homem de palavra-

-eu sei que é Bri....- Brian não me deixa terminar a frase e rapidamente cobre minha mão com a boca, e então consigo escutar vozes.

-eles estão por aqui, tenho certeza-

-nazistas- ele sussura e levanta-se rapidamente -temos que ir, como está seu pé?- O cacheado volta sua atenção para mim.

-ainda está dolorido, mas acho que isso não me impede de correr- fico em pé rapidamente e passo a mão em minhas vestes, limpando-as.

-qualquer coisa eu lhe carrego no colo, agora vamos- ele segura em minha mão e se pôs a correr, entrando na parte mais fechada da floresta, seguindo entre as árvores altas e escuras, que a essa hora da noite se tornavam amedrontadoras.

Novamente vem em minha mente as lembranças de Paris, quando estava correndo junto a Brian para mostrar-lhe aquele lugar nas colinas tão especial para ambos.
Mas neste momento estávamos correndo para salvar nossas vidas, da última vez que me encontrei nessa situação fui capturado pelos soldados, mas dessa vez pode ser diferente pois não estou sozinho.

Correndo pela neve, nas valas onde os soldados passavam com seus carros de guerra, consigo ver uma mão, paro de correr por um minuto e me aproximo, até que percebo que é um cadáver e dou um passo para trás.

-BRIAN TEM CADÁVERES AQUI!- arregalo os olhos de espanto e corro até ele.

-Sim... muitas pessoas que são mortas pelos soldados são jogadas em valas como essa, ou são fugitivos que tentaram se esconder na neve, mas não resistiram ao frio e acabaram morrendo congelados- o mesmo passa o braço pelo meu ombro e me puxa para um abraço.

-Brian eu... eu não aguento mais isso, ver mortos, viver fugindo, passar fome, sede, frio... apenas por ser o que eu sou. Talvez, morrer seje melhor do que passar por tudo isso- ao ouvir tais palavras, Brian me vira para si e segura firmemente em meus ombros.

-então você prefere desistir, ao lugar pela própria vida Roger? Eu seu que é difícil, mas estamos passando por isso juntos amor, estou com você nessa luta e eu prometi a você que não iria deixar nada, absolutamente nada acontecer com você meu amor- o mesmo inicia carícias em minha face, o ato me fez sorrir por um momento.

-obrigado Brian... se você não estivesse comigo, provavelmente não sobreviveria à isso- suspiro tristemente.

-sobreviveria sim, sobreviveria pois você é forte, é mais forte que todos esses soldados que marcham e matam pessoas pela "pátria"-

-lembrando que agora você é um desses soldados Brian, apenas é um fugitivo, mas ainda é um soldado nazista- encaro ele.

-Roger... eu...-

-eu sei que foi obrigado a servir o exército e não o culpo- abracei o maior, e o mesmo retribui o abraço. -mas... sei que matou pessoas da minha raça, mesmo que tenha sido obrigado a tal ato...-

-eu sinto muito Roger... todas as pessoas que matei, era como perder parte de mim, eu estava morrendo aos poucos, estava morrendo junto com aquelas pessoas- algumas lágrimas rolam pelo seu rosto, eu fico na ponta dos pés e enxugo as mesmas.

-está tudo bem Bri, agora não está mais sendo obrigado à matar, mas está em risco de morte...-

-eu prefiro ficar em risco de morte junto à pessoa que eu amo, ao ficar seguro mas sem você ao meu lado- surgiu um sorriso na face do cacheado, e fiquei feliz ao vê-lo sorrir após tanto tempo.

-vamos passar pela guerra juntos ok? Eu não irei abandoná-lo novamente, e após tudo isso terminar, irei pedir-lhe em casamento- Brian segura em minha mão, e me faz girar -iremos ter uma cerimônia linda, e após isso, iremos passar a lua de mel no local de sua escolha-

-mas precisamos sobreviver a guerra para isso ocorrer Brian...-

-então, prometa para mim que não irá desistir, irá ser forte e vamos passar por isso juntos... promete Roger?-

-eu prometo Brian- sorri em sua direção, e o mesmo me pega novamente   em seu colo.

-era isso que queria ouvir, mas agora vamos, temos que sair daqui-

Brian segura-me firmemente contra seu peito, e se pôs a correr floresta adentro.


Classic • MaylorOnde histórias criam vida. Descubra agora