- Você está falando sério Clarissa? Isso é algo muito grande, tem certeza que dá conta?
- Você ainda dúvida da minha capacidade, não é mesmo Richard? Eu achei que poderia confiar em você - dou um suspiro pesado enquanto encosto minhas mãos em sua linda mesa de madeira ágar. Eu tinha que persuadi-lo, era a única pessoa que eu conhecia e que poderia me ajudar.
- Eu juro que não é isso. E sim, você pode confiar em mim. É só que... Um projeto desse demanda muito trabalho e você quer encontrar um lugar perfeito até amanhã. É algo quase impossível.
Sento me na cadeira pesadamente.
- Richard! Meu ex noivo mais amado. Devo te lembrar que quando eu coloco algo na cabeça eu vou até o fim?
- Que eu me lembre eu sou seu único ex noivo. - diz com um sorriso entre os lábios.
- Cala a boca! - franzo minhas sobrancelhas para demonstrar minha ironia de forma séria.
- E se eu me lembro bem, você não vai sossegar enquanto eu não te dar o que você quer?
- Isso! - concordo estendendo minha mão a ele - É muito bom fazer negócios com você.
- Certo, vamos começar - diz pegando uma pasta em suas gavetas - Aqui está a lista dos meus clientes e, bem, entre eles o seu pai. Mas você disse que não quer nada dele nesse sentido. Conhecendo você o tanto que eu conheço, acho que o Daniel Petrov, o Mário Alcantara e a Jaqueline Muller, são os que combinam com o seu estilo.
- Olha que o meus estilos tem mudado muito nos últimos dias.
- Talvez. Mas, espere até eu te mostrar alguns dos imóveis deles. - ele se vira para a tela do computador e busca uma série de imóveis grandiosos lindos. Pelo menos uns cinco ou seis de cada um dos construtores que ele me indicou. - No que você estava pensando?
- Eu quero um espaço grande, no máximo dois andares, com várias salas e um enorme pátio. Será que encontramos algo assim? Se eu mandasse fazer demoraria muito e minha ansiedade não me ajduaria.
- Bem... tem esse aqui, do Daniel, dois andares, um mesanino, 20 salas. Dê uma olhada - diz ele virando a tela do computador pra mim.
- Parece bom Richard, mas sinto que falta algo. Algo inspirador.
- Inspirador como o que?
- Eu não sei. Quando eu estava internada, o que me inspirava e me dava alguns momentos de alegria, eram as borboletas da janela do meu quarto. Elas eram tão incríveis, tão lindas, elas eram minha fonte de inspiração. Eu quero que seja um lugar inspirador e não que remete a um hospício ou coisa do tipo.
Richard coça a cabeça. Ele que sempre foi tão técnico, se deparar com algo assim, parecia uma tarefa bem difícil para ele. Era preciso usar a imaginação. Enquanto ele rolava a tela do computador tentando achar algo que me encantasse, meu ex noivo me mostrava várias opções se sucesso.
- Richard, algo inspirador - eu insistia.
- Clarissa, estamos aqui há 40 minutos. Eu já te mostrei vários estilos espaços diferentes e nada parece tão inspirador pra você.
- Sabe... eu amei muito você. Mas se tinha algo que me irritava além de você trabalhar 24h por dia era essa sua falta de paciência. Sempre irritado, sempre inquieto.
Ele respirava fundo. Era como se eu o tivesse ofendido, mas não era essa minha intenção.
- Amava? - ele me encara profundamente com o semblante meio frustrado.
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Ensaios de borboletas
ChickLitClarissa é uma mulher delicada, sensível e muito afetuosa. Apaixonada por música clássica, não é a toa o seu talento pelo violino. Uma mulher que gosta da tranquilidade e dispensa grandes aventuras. Com uma carreira brilhante, um noivo dedicado e um...