Consulta com o Miguel

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1)Dr. Miguel, o que de fato você pretende provar com o caso de Clarissa?

R: A dor ela não é causada apenas por aspectos fisiológico, pelo contrário. A dor el por muito bem invadir a alma e tirar a essência do indivíduo e, com certeza, essa é a pior de todas. Para saber lidar com os traumas da vida, para saber lidar com a própria vida em si, é preciso trabalhar o seu interior, trabalhar sua vida interior. Sendo assim, para que Clarissa possa conseguir lidar com as dores física, as quais são inevitáveis, ela precisa lidar com aquela que construiu dentro dela mesma. 

Não somente isso, mas mostrar que sempre que houver vida, nós ainda temos inúmeras possibilidades para seguir quando uma falhar. As pessoas tendem a limitar a vida, seja pela rotina, seja pelo amor não correspondido, seja pelo trabalho. Acreditam que são dependentes daquilo e, quando falta, entra-se em abstinência. Assim como a droga, qualquer mudança radical em nossa vida que seja contra aquilo que estamos acostumados, entramos em abstinência. Devemos buscar outros vícios que sejam benéficos, devemos buscar o controle de nosso corpo, para só então conseguirmos sobreviver com a carga que que a sociedade, que o mundo nos faz carregar todos os dias.

2) Não sente medo de envolver-se além do devido com Clarissa? Ela é uma mulher bonita, então...

R: Clarissa é uma mulher bonita, sem dúvida. Porém, devo ser estritamente profissional e não deixar os sentimentos se misturarem. Aprendi a ter controle sobre os meus instintos, então, acho que passarei ileso. Mas o que acontecerá de fato, só Deus sabe.

3) O que mais lhe chamou atenção no caso de Clarissa?

R: O quanto essa doença é pouco comentada e o quanto muitas mulheres passam por isso, perdendo, consequentemente, a sua feminilidade. Acredito que para uma mulher isso seja a coisa mais difícil com a qual tem que aceitar. Vejo em Clarissa, o quanto ela sente falta de seus cabelos. O quanto sonhou em casar com um vestido de noiva e ter filhos. Para uma mulher que sonha com isso, é muito difícil ter de abrir mão.

Além do que, fez-me entender que por mais irredutíveis que sejamos, no fundo apenas queremos alguém que nos liberte. Clarissa, apesar de tudo, apenas quer alguém que a liberte, porém, é como eu sempre digo, meu papel será apenas ajudá-la a libertar-se de si mesma.

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