Capítulo 36

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- Vejo que vocês já se conheceram! - Dafne chega completando o hiato que havia se transformado entre mim e Julia. Ela ainda estava meio sem graça por ter derrubado bebida em mim.

- Sim! Eu finalmente conheci sua irmã, Dafne. 

- Fico muito feliz. Espero que se dêem bem, aliás seremos uma família. - minha irmã estava empolgadíssima com a ideia, e eu só sabia concordar.

- Mas é claro! Desde que fique longe das bebidas e não derrube mais nada em sua irmã - Júlia deu risada.

- Oh! - Dafne lamenta com certa irônia. - Essas coisas acontecem.Ah! Eu já te falei, Júlia, minha irmã é uma grande violinista. 

- Sim, aliás, você faz questão sempre de dizer: "Porque minha irmã, a minha irmã é uma violinista de sucesso". 

- Eu... eu... era na verdade. - disse sentindo um gosto amargo na boca.

- E por que?

- Bem, eu tenho uma doença e...

- Bobagem! - interrompeu minha irmã antes que aquela se tornasse uma conversa melodramática. Clarissa teve uns contratempo, precisou ficar afastada do violino, mas em breve estará de volta. 

- Mas...

- Sem mas, Clarissa.

- Achei que não gostasse da minha música. - retruquei.

Dafne suspira. 

- Como eu posso dizer, não é que eu não goste da sua música, eu não curto muito o estilo de música, mas você arrebenta, isso é fato. - diz ela com convicção. 

- Acha que voltaria a tocar qualquer dia? - Júlia pergunta. 

- Bem... eu acho que sim. - um gosto novo se faz ao dizer sim, mesmo que junto de uma possibilidade, se ainda houvesse uma chance para isso, eu com certeza ficaria extremamente feliz. 

- Agora chega de papo. Está na hora das brincadeiras. - Dafne deu pulinhos. 


Minha irmã reuniu todas as mulheres para que se sentasse em um grande círculo. Ela pediu para que cada uma colocasse em um papelzinho alguma frase, conselho ou ditado popular que as mães costumam a fazer ou dizer e colocar em uma caixa, e entregar a ela que depois ela leria em voz alta e faria algum comentário a respeito. 

E então minha irmã começou:


"O amor de uma mãe é o combustível  que capacita um ser humano a fazer o impossível". 

- Eu gostei dessa frase - disse Dafne. - Eu que já sou meio louca de nascença, quando essa menina nascer viveremos  grandes aventuras. 

- Só, por favor Dafne, não vá lançar sua filha para o alto e tentar pegar, igual fazia quando era criança com suas bonecas. - Mamãe tinha um ar de preocupação irônico, mas sério. - Você não era muito boa em pegá-las de volta. 

- Eu só queria fazer igual o papai, era tão divertido. Mas... bem... eu vou deixar isso para o vovô. é melhor. 

Rimos. 

"Você não é todo mundo".

- Ah! A frase clássica de toda mãe. E como eu odiava essa frase. Nunca a segui a risca. Foi mal mãe, eu andei pulando as janelas de casa para ir as festas que a senhora proibiu. Aproveitar pra contar já que agora eu sou adulta, uma mulher grávida e não posso levar umas, talvez merecidas palmadas - ria minha irmã.

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