Capítulo 37

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A sensação era de que eu não tivesse dormido nada. Se tem uma coisa que eu aprendi em todo o tempo de tratamento, é que  o emocional da gente, em muito influencia os nosso corpo. É como diz o ditado: "Quando a cabeça não pensa, o corpo padece".

MInha cabeça doía. Meu corpo pesava. Mas não sentia dores muito fortes. Eu só coneseguia pensar que teria que aguentar  despedida de solteiro e o casamento de Dafne nas próximas 24 horas. 

Miguel estava ali, deitado ao meu lado, tirando uma soneca. Encarei-o enquanto sua mente estava em outra sintonia. Ele era tão lindo e tão sexy. Sorri maliciosamente por pensar em todo o pontencial de seu corpo. Porém, a sensação de aperto em meu peito veio logo em seguida. A sensação de que faltava alguma coisa. 

Miguel abriu os olhos. Um tanto vermelhos e confusos se econtraram com os meus e ele sorriu fazendo um carinho em meu rosto.

- Bom dia borboleta!

- Bom dia! - respondi cansada. 

- Estava com saudades de você, então decidi vir te ver, ver como você está.

- Bem - respondi não tão confiante.

- Acredito que o café esteja pronto. 

- Meu pai sabe que você ira tomar café da manhã com a gente?

- Provavelmente será uma surpresa. Espero que isso não cause maiores confusões. -  respondeu Miguel, e eu apenas respirei fundo.  - Borboleta, eu sei que seu pai não aprova a nossa relação, mas, a menos que me peça pra ir embora da sua vida, eu ficarei sempre do seu lado, sempre com você. - ele sorri.

Suas palavras me tocavam. Me fazia sentir bem. Mas algo estava errado. 


Miguel ajudou a me vestir e descemos para tomar café. Richard estava a mesa conversando com papai, como de costume, falavam de negócios. Mamãe e Dafne estavam falando sobre o casamento e coisas como roupinhas de bebê. A medida que nos aproximamos, o silêncio tomou conta do ambiente. 

- Bom dia! - respondeu Miguel e eu. 

- Bom dia! - responderam todos, menos papai. 

Enquanto Miguel puxava a cadeira para eu me sentar, papai o encarava com ar de reprovação e meu namorado tetntava a todo custo não se sentir ameaçado com a presença de Richard e os olhares fulminantes de seu sogro. 

- Você está bem Clarissa? Foi dormir cedo ontem? - perguntou minha irmã. 

- Sim. Um pouco cansada ainda, mas sem dores. 

- Que bom! - ela sorriu. - Se não puder ir hoje, eu vou entender, tá. A gente marca um outro dia e iremos só nós duas. 

Eu sorri por sua compreensão, mas antes que eu pudesse responder qualquer coisa, papai tomou a frente. 

- Você ainda está com essa ideia de despedida de solteiro em uma boate Dafne, por Deus! - papai passa a mão na testa em sinal de reprovação. 

- Sim, papai, eu estou noiva, não morta. Olhar não arranca pedaço, não é mesmo? - ela ri. 

- Pelo menos Clarissa tem juízo, apesar das coisas terem mudado um pouco. Aliás, minha filha, Andressa, esposa de Richard parece que vai nessa despedida também, ele ficará sozinho, porque não combinam de jantarem e conversar mais sobre a construção do teatro?.

Miguel deu uma engasgada com o café, mas conseguiu se controlar. Papai queria provocá-lo a todo custo e estava sendo totalmente desrespeitoso com Miguel e com a noiva de Richard. Ele havia passado dos limites, mas eu não tinha força pra brigar. 

Ensaios de borboletasOnde histórias criam vida. Descubra agora