Capítulo 1

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Luna não fazia a menor ideia do motivo de estar ali. Na verdade, ela sabia. Só estava no Festival de Verano para segurar vela para sua irmã mais velha enquanto a mesma trocava saliva com outras pessoas. No entanto, a jovem só estava cansada e pensando na possível bronca que levaria dos pais por ter chegado tarde em casa.

Antes que pudesse pensar em mais alguma coisa ruim, Dalila saiu por detrás de um muro branco com o rapaz que acabara de beijar. Depois de trocar um olhar malicioso com o jovem, ela se aproximou de Luna, que estava com os braços cruzados e com uma feição emburrada.

— Ainda tá aqui, maninha? Pensei que tinha achado alguém pra beijar.

— E pegar herpes de um desconhecido? Não, obrigada. -ela deu um sorriso amarelo para Dalila e continuou com um tom sério. - Temos que ir, já passou do nosso horário.

Dalila olhou a hora no celular e disse confusa.

— São nove e meia da noite.

— Exato! Era para a gente estar em casa às nove.

— Meu deus, Luna, como você é exagerada! -ela exclamou. - Mamãe e papai ligaram para você?

— Não.

— Mandaram mensagem?

— Não...

— Mandaram um helicóptero de busca?

Dalila recebeu um leve tapa no ombro da irmã e Luna disse aflita.

— Para de graça, eles devem estar preocupados.

— Não, eles não estão. Relaxa e aproveita o festival.

Dalila segurou levemente os ombros de Luna e a fez olhar o que estava ao redor. O Festival Anual de Verano acontecia em um final de semana e era um dos poucos eventos bons que aconteciam na pacífica cidade. Além disso, era conhecido por ter uma decoração bonita e com várias luzes.

Enquanto sentia a leve brisa do local, Luna observava a noite iluminada pelas estrelas e pelas luzes do festival e as pessoas que por ali andavam até que viu um jovem bebendo um refrigerante e olhando algumas barracas de artesanato.

De fato, era um jovem alto e bonito, com uma pele negra reluzente como um ouro forjado. Seus cabelos eram curtos, ondulados e escuros no topo da cabeça, o que lhe trazia um certo estilo. Ele vestia uma calça jeans, uma camiseta branca lisa e uma jaqueta verde-escuro.

Luna o olhava não só por ser bonito (algo que ela nunca falaria para Dalila), mas também porque ela nunca o viu na cidade. Será que era um rapaz novo na cidade?

Depois do "transe", ela apontou rapidamente em direção à ele e perguntou para a irmã.

— Quem é ele?

— Tá interessada nele, maninha? -Dalila perguntou com um tom malicioso.

— Não, não, era só pra saber mesmo.

— Ah então você tem que conhecer ele agora mesmo.

Dalila deu leves empurrões em Luna para ela ir conversar com o rapaz. Mesmo com as recusas da jovem, ela insistiu e só parou quando a irmã acidentalmente esbarrou nele e derrubou refrigerante na camiseta branca dele.

As pessoas ao redor ficaram surpresas com o ocorrido e Luna apenas queria que um buraco abrisse por debaixo dela.

— Ai meu deus, me desculpa! Não foi a minha intenção!

O rapaz, um tanto quanto incomodado com a situação, balançou a mão encharcada de refrigerante e disse rapidamente.

— Tá tudo bem.

(Não) se apaixoneOnde histórias criam vida. Descubra agora