Capítulo 35 - FINAL

124 13 0
                                    

O dia da formatura do terceiro ano finalmente chegou. A colação de grau seria em um sábado no final da tarde e a festa seria à noite, mas as famílias junto com os alunos chegaram cedo. Duas dessas famílias eram os Bellini e os Mendes, quando a família de Luna chegou ao colégio eles encontraram Rebeca arrumando a beca de Heitor enquanto Benício conversava com o filho.

Heitor e Luna trocaram olhares e sorriram um para o outro, enquanto Vivian e Dalila trocaram acenos para Rebeca, que retrIbuiu o gesto. Após isso, Vivian se aproximou de João Alberto e comentou em um tom baixo.

— Nada de arrumar confusão na formatura da sua filha.

— Mas eu não fiz nada! -ele respondeu confuso e recebeu em troca um olhar de desaprovação da esposa, isso fez com Luna e Dalila segurassem o riso.

A família se direcionou para o auditório e Luna foi para onde os alunos já estavam sentados com as cadeiras em ordem alfabética. Enquanto o tempo passava de forma lenta na cabeça de Luna, ela decorava mentalmente o seu discurso.

No entanto, com seus olhos fechados, ela começou a mentalizar que tudo daria errado, que erraria o discurso, que começaria a gaguejar. Sua respiração começou a ficar mais densa e suas mãos ficaram geladas e suadas ao mesmo tempo, mas antes que sua crise de ansiedade intensificasse ainda mais, Luna sentiu alguém segurar a sua mão e ela pulou de susto. Para o seu alívio, era Heitor com um olhar preocupado.

— Hey, tá tudo bem?

— O que está fazendo aqui? Esse é o lugar da Liana. -ela perguntou ao ver o namorado sentado no lugar da colega.

— Eu tava indo pro meu lugar, mas vi você tendo uma crise de ansiedade. Tá tudo bem? Nossa, suas mãos estão geladas... Quer tomar um copo de água?

— Não, não, tá tudo bem... -ela olhou para atrás e viu sua família olhando para sua direção. — Espero não ter preocupado eles.

— Tá, mas você me preocupou.

Luna sorriu de forma consoladora para o namorado e acariciou o rosto dele.

— Estou melhor, de verdade. Muito obrigada pela preocupação.

— Namorados perfeitos servem para isso.

— Bobo... Agora vá para o seu lugar antes a diretora chame a sua atenção na frente dos seus pais.

— Eu só vou te obedecer porque você é a oradora da turma.

Luna riu com o comentário de Heitor, que foi o seu lugar a algumas fileiras a frente de onde a jovem estava. Caio e Carol chegaram logo depois e acenaram para ela, que fez o mesmo. Minutos depois, a cerimônia de colação de grau se iniciou com um discurso da diretora do colégio e, em seguida, os alunos foram chamados em ordem alfabética para receberam os diplomas. Na vez de Heitor e Luna, seus pais se animaram muito e ficaram muito orgulhosos deles.

Depois, a diretora anunciou que Luna faria o seu discurso como a oradora da turma e a jovem se posicionou no palanque. Olhando para a sua família, para a família de Heitor e para o seu namorado, ela respirou fundo e disse.

— Boa noite a todos os presentes, alunos, professores, famílias e amigos. É gratificante esse momento de realização, realização de estar se formando no Ensino Médio, realização de estar entrando na faculdade dos sonhos, mas principalmente a realização de estar passando por esse momento junto a pessoas que amamos. Esses três anos foram muito intensos, com muitos trabalhos, provas e apresentações que fizeram boa parte dos alunos virarem a noite para terminar, mas esses três anos também foram muito bons, pois conhecemos professores maravilhosos que se empenham em ensinar, uma diretora que se preocupa com a ordem e o bem-estar dos alunos, amigos que iremos levar para a vida e alguns alunos também tiveram a experiência de se apaixonarem pela primeira vez. -Luna olhou diretamente para Heitor quando disse isso e acabou sorrindo. — O objetivo do meu discurso é mostrar o Ensino Médio não é perfeito, assim como a vida não é perfeita, iremos passar por momentos ruins, mas o sentimento de união e de perdão consigo mesmo e para com os outros deve prevalecer, esses sentimentos fazem com que os momentos de alegria também prevaleçam. Então, o meu recado para todos os presentes é: perdoem o que tiver que ser perdoado e se não prendam ao passado, apenas vivam o seu presente. Isso é a vida.

(Não) se apaixoneOnde histórias criam vida. Descubra agora