Capítulo 11

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Era uma tranquila tarde de sábado e Heitor decidiu ajudar o pai na quitanda, que sempre ficava movimentada aos finais de semana. Rebeca estava fazendo plantão no posto de Verano, as tarefas domésticas e escolares estavam prontas e isso fez com o jovem fosse fazer uma visita no comércio do pai.

Chegando lá, ele percebeu que estava um pouco movimentado. Heitor cumprimentou algumas pessoas e encontrou Marcos, o funcionário de Benício, passando as compras dos clientes.

— E aí, Heitor? Tá perdido?

— Que isso cara, tô querendo saber onde meu pai tá.

— Tá lá nos fundos recebendo umas caixas de frutas.

O jovem assentiu e foi atrás do pai. Benício estava ajudando um entregador a carregar umas caixas de madeiras para dentro da quitanda. Ao ver o filho, ele soltou uma das caixas e perguntou surpreso.

— Filho? O que tá fazendo aqui?

— Tava sem nada pra fazer em casa, então resolvi aparecer para ajudar em alguma coisa.

— Não precisa, Heitor, é sério. Semana de provas tá aí e não quero você indo mal.

— Sobre isso, pode ficar tranquilo, seu Benício. -ele pegou uma leve caixa e perguntou. — Onde eu deixo isso?

Benício negou com a cabeça e acabou sorrindo para o filho. Tudo estava bem tranquilo na quitanda e Heitor estava ajudando na medida do possível, seja empacotando algo ou varrendo o chão. Um tempo se passou e o comércio não estava com muitos clientes, então o jovem foi arrumar algumas frutas nas prateleiras.

Heitor estava focado na tarefa até que uma voz doce e familiar surgiu do lado dele.

— Com licença... Eu queria saber se vocês vendem graviola por aqui.

Ele se surpreendeu ao ver que era Luna que estava ali. Seu cabelo estava preso por um rabo de cavalo, ela estava usando uma regata verde-clara, short jeans e sandálias, e também a jovem estava sorrindo de forma singela para ele. Heitor ficou tão surpreso com a presença dela que acabou derrubando as frutas que tinha acabado de arrumar.

Rapidamente, os dois se abaixaram para pegar as frutas e Heitor perguntou com um tom baixo.

— O que você tá fazendo aqui?

— Eu vim conhecer a quitanda do seu pai e também comprar graviola.

Eles colocaram as frutas em um carrinho e ele questionou um tanto quanto tenso.

— Como soube que essa era a quitanda do meu pai?

— Você comentou comigo no dia que a gente foi andar de bicicleta.

— Putz, verdade... Bom, sim, nós temos graviolas, fica no corredor à esquerda.

— Você não pode me levar até lá?

Heitor deu de ombros e foi acompanhar Luna até o outro corredor. Ele realmente não entendia o porquê de ela estar ali, sendo que no centro de Verano tem várias outras quitandas. O jovem estava pensando nisso até que notou que seu pai estava arrumando a prateleira de graviola. Heitor pensou em dar meia-volta, mas Benício o olhou e viu que o filho estava um pouco nervoso.

— Está tudo bem, filho?

— Sim, eu tô só ajudando essa cliente a encontrar a parte de graviolas.

Heitor e Luna lançaram um olhar de cúmplices um para o outro e Benício disse com um tom simpático.

— Bom, então vou dar licença, faça boas compras.

(Não) se apaixoneOnde histórias criam vida. Descubra agora