Capítulo 22

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A relação entre Luna e Heitor depois daquele beijo melhorou muito, no entanto eles ainda estavam proibidos de terem qualquer contato, tanto no colégio quanto fora dele. Aquilo não os impedia de terem uma breve troca de olhares na sala de aula ou durante o intervalo. A situação dos jovens com os pais também estava boa, apesar João Alberto e Benício ainda estarem ressentidos por seus filhos estudarem juntos.

Em um intervalo do colégio, Luna e Carol estavam no refeitório e Heitor e Caio estavam em outra mesa conversando até que Heitor se levantou, olhou para Luna e saiu do local. Ao perceber que a amiga deu um sorriso abruptamente, Carol comentou com um tom malicioso.

— É o Heitor, não é?

— Tá tão na cara assim?

— Mais um pouco e você babava na comida, amiga.

— Desculpa...

— Não peça desculpas por ser intensa, relaxa. — ela olhou para trás, notou que Caio estava sozinho na mesa e voltou para Luna. – Vai atrás dele.

— Do Heitor?

— Claro né, Luna! É óbvio que ele saiu pra vocês poderem um momento a sós.

— Será, amiga? Vai ver ele só foi no banheiro ou foi tomar água...

— Por Deus, que milagre você não acreditar mais em Papai Noel. Só vai atrás dele, amiga.

Luna decidiu seguir o conselho de Carol e saiu do refeitório. Andando mais um pouco, ela viu Heitor passando reto pelo banheiro e pelo bebedouro, então a jovem teve a certeza de que ele queria ficar sozinho com ela. Indo para um corredor mais afastado, Luna olhou para trás pra ver se havia alguém no local, mas estava completamente vazio. Assim que se virou para frente, ela notou que Heitor tinha sumido, o que a fez estreitar o olhar de forma surpresa.

A jovem estava andando devagar pelo corredor, olhando para os lados à procura dele, até que sentiu alguém pegar o seu braço e puxá-la para dentro do almoxarifado. Antes que Luna pudesse gritar, ela notou que Heitor tinha feito isso e acabou sorrindo.

— Você me assustou, sabia? — ela comentou e em seguida lhe deu um leve selinho nos lábios dele.

— Desculpa por isso, mas eu tava com muita saudade. — ele respondeu acariciando o rosto dela.

— Somos dois, nem sei quando esse castigo vai acabar.

— Provavelmente até a formatura, quem sabe... Seus pais ainda perguntam alguma coisa sobre o que aconteceu?

— Às vezes o meu pai pergunta se eu ainda estou conversando com você, mas eu sempre nego tudo. Detesto mentir para o meu pai, mas não quero você se prejudique.

— Tá tudo bem, eu tô fazendo a mesma coisa também quando meus pais me perguntam isso.

— Isso é tão injusto, sabe? Tipo, é um problema deles, a gente não tem nada a ver com isso.

— Quando envolve cadeia, não tem muito o que fazer... Sei bem como é estar ressentido com algo do passado.

— Mas a diferença é que você se redimiu pouco tempo depois de me conhecer, já eles estão nessas há anos.

— É... Vai saber quando eles vão mudar de ideia.

— Isso me deixa apreensiva, sabe? Eu não quero esconder pro mundo que estou apaixonada por você.

Heitor ficou feliz ao escutar a última frase e perguntou.

— Como é? Repete isso.

— Que essa situação me deixa apreensiva?

(Não) se apaixoneOnde histórias criam vida. Descubra agora