O final de semana passou de forma arrastada para Luna e Heitor. Após a bronca que levaram dos pais por terem omitido várias coisas, eles ficaram sem celular e computador, impossibilitando qualquer contato entre eles durante aquela situação tão tensa.
Na segunda-feira, Heitor tinha acabado entrar no colégio e, antes que pudesse esperar por Caio no pátio, uma inspetora informou que a diretora queria falar com ele. Aquilo provocou nele um frio na barriga, mas por fim foi até a sala de Sônia. Chegando lá, ele se surpreendeu ao ver Luna sentada com uma feição preocupada. A jovem também ficou surpresa com a presença deles, mas os dois não falaram nada.
— Aí está você... Sente-se, por favor. -a diretora disse e apontou para uma cadeira.
Após o jovem se acomodar, a diretora deu um longo suspiro e começou a falar com um tom sério.
— Eu imagino que vocês saibam o porquê de estarem aqui... Na sexta-feira, o Sr. Bellini me relatou uma pequena confusão entre ele e o Sr. Mendes e quis saber o que estava acontecendo entre vocês dois. Obviamente, contei a verdade e ele quis que esse castigo que eu dei à vocês fosse anulado... Mesmo estando um pouco receosa porque falta apenas duas semanas para o castigo terminar, eu acredito que a missão com vocês já terminou.
Os jovens estreitaram o olhar e Sônia prosseguiu.
— Meu objetivo era que vocês reconhecessem as diferenças um do outro e trabalhassem como uma dupla, as atividades que vocês fizeram ficaram muito boas e os professores não estão relatando mais nada de ruim sobre vocês.
Luna e Heitor se olharam e sorriram orgulhosos um para o outro, no entanto a diretora falou.
— Infelizmente por conta dessa confusão entre seus pais, algumas coisas irão mudar, como por exemplo o lugar onde vocês se sentam na sala de aula.
Um tanto quanto a contragosto, eles assentiram e a mulher finalizou a fala com mais algumas palavras de apoio, dizendo que não queria que esse problema afetasse os dois diretamente. Em seguida, os três saíram do local e foram em direção à sala de aula, onde os alunos já estavam lá com o professor de Química. A diretora informou que haveria uma pequena mudança no mapa de sala, Caio ficaria atrás de Luna e Heitor ficaria no lugar do amigo, que ficava no canto esquerdo da sala.Antes do jovem sair do antigo lugar, ele escutou Luna sussurrar um “Me desculpe”, mas ele negou com a cabeça de uma forma compreensiva, como se a culpa do que estivesse acontecendo não fosse dela.
As aulas ocorreram normalmente e, quando o sinal do intervalo tocou, os alunos saíram apressados em direção ao refeitório. No local, Heitor estava comendo algo enquanto observava Luna conversar com Carol, o olhar fixo dele fez com que Caio comentasse.
— Cuidado para a baba não escorrer, cara.
— Foi mal...
— Que nada, deve ser difícil ficar longe da sua amada.
— Do que você tá falando?
— Que eu sei que tá rolando um clima entre você e Luna, mas vocês dois são moles demais para admitir isso.
— Você tá ficando louco!
— Ah é? Então, me explica de você estar com essa cara de enterro, certeza que foi porque você mudou de lugar e que o castigo de vocês acabou.
— Eu não tô com cara de enterro, mas também não vou ficar entrando nesse assunto com você.
Caio olhou para o amigo de um jeito malicioso e em seguida deu de ombros. Com um longo suspiro, Heitor acabou revelando.
— A convivência que a gente teve mudou algumas coisas que eu pensava sobre ela.
— Tipo...
— Eu não pensava que ela seria uma pessoa tão paciente comigo, tipo apesar das nossas provocações, ela sempre esteve ali querendo fazer os trabalhos.
— É isso ou levar uma advertência, né? -Heitor revirou os olhos para o comentário de Caio, que disse. – Tô brincando, cara, eu entendi o que você quis dizer... Tu tá gamado nela.
— Dá pra parar? -ele perguntou um tanto quanto impaciente. – Eu não tô gostando da Luna.
— Essa fase da negação todo mundo passa, meu amigo.
— Ah vai se ferrar. -ele respondeu com um tom de brincadeira, querendo fugir do assunto.
Heitor se levantou para ir ao banheiro e acabou passando ao lado de Luna, que olhou para ele e Carol disse tendenciosa.
— Eu vi isso.
— Isso o quê? -a jovem perguntou de um jeito inocente.
— Isso o quê... Você olhando para o Heitor.
— É crime agora olhar para o meu colega de turma?
— Crime não, mas indica que alguma coisa tá rolando.
— Não tá rolando nada, Carol, isso é coisa da sua cabeça.
— Ah qual é, amiga! Vocês passaram semanas fazendo todos os trabalhos juntos, não é possível que não mudou nada na relação de vocês.
— Bem, agora somos bons amigos... Pelo menos, eu acho. -ela disse um pouco cabisbaixa por conta do que aconteceu na última sexta.
— Amigos também se beijam, sabia?
Luna deu um leve tapa no braço de Carol e respondeu.
— Para de ser maliciosa, amiga.
— Tá bom, vou até mudar de assunto... Você vai para o Festival das Luzes?
Festival das Luzes era um evento anual que acontecia em Parque de Diversões de Verano, onde tinham comida, música e um maravilhoso show de fogos de artifícios. Praticamente todos da cidade iam para prestigiar e se divertir no evento. Ele iria acontecer daqui poucos dias e algumas pessoas do colégio já estavam comentando sobre isso.
— Eu vou ver ainda, Carol, não sei se meus pais vão deixar.
— É, amiga... Esconder coisas dos pais não é muito legal.
— Como se você nunca tivesse feito isso, né? Olha que eu sei de todos os seus podres.
— Tá bom, você venceu. -Carol levantou as mãos como se estivesse rendida. – Mas tenta convencer eles, talvez a Dalila possa te levar.
— É, vou conversar com eles... Mas e você?
— Claro que eu vou, você sabe que eu adoro fogos de artificio, melhor ainda quando eles são só visuais e não sonoros.
— Várias pessoas e animais são sensíveis ao som, e é um show bem bonito, então vale a pena ir.
— Verdade, será que o seu príncipe troiano vai ir?
Luna revirou os olhos para Carol e falou.
— Depois dessa eu vou até ir ao banheiro, já volto.
A jovem se levantou para ir até o banheiro e, enquanto passava no estreito corredor onde havia alguns alunos conversando, ela acabou esbarrando acidentalmente em Heitor. Os dois se olharam por longos segundos até que Luna falou um pouco nervosa.
— Me desculpe, não foi minha intenção.
— Não se preocupa... Você tá bem?
— Sim, foi só um esbarrão.
— Eu não tô falando disso.
— Ah... Bom... O que aconteceu na sexta foi tão repentino que eu nem sei o que sentir ainda.
— Eu tô na mesma situação, seus pais te colocaram de castigo?
— Sim, sem celular e computador.
— Os meus também fizeram isso... -ele abaixou o olhar por um momento e acabou falando. – Bem, eu já vou indo.
— Beleza...
Luna e Heitor se despediram de uma forma um tanto quanto atrapalhada e, quando entrou no banheiro, a jovem apoiou os braços na pia pensando no que tinha acabado de acontecer.
Aquilo realmente foi estranho porque Luna notou quão nervoso Heitor estava ao falar com ela. Se era algo relacionado ao castigo dele ou algo a mais, a jovem realmente não sabia... Mas estava disposta a saber.
***Oi gente bonita, tudo bem com vocês? Gostaram do capítulo de hoje? O que acharam desse clima estranho entre a Luna e o Heitor? Será que eles irão ao Festival das Luzes? Deem suas opiniões e obrigada por lerem esse capítulo 💜
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(Não) se apaixone
Ficção AdolescenteEm um festival, Luna Bellini e Heitor Mendes se conhecem de uma forma não muito amigável. No entanto, ao descobrirem que vão estudar na mesma turma e terão que fazer um trabalho juntos, eles sentem suas vidas mudarem de cabeça para baixo. Tudo por c...