Capítulo 31

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Luna e Heitor estavam na aula de História copiando a matéria da lousa até que a diretora Sônia entrou na sala e os alunos pararam o que estavam fazendo.

– Bom dia, alunos! -ela os cumprimentou e eles retribuíram o gesto em uníssono. – Como todos sabem, a formatura do terceiro ano acontecerá, daqui poucas semanas. Já estou conversando com a comitiva de eventos para organizar a colação de grau e a festa de formatura.

Mesmo sabendo que esses dois eventos sempre acontecem para as turmas do terceiro ano, os alunos comemoraram a notícia da diretora, que esperou pacientemente eles se acalmaram.

– Bom, sei que isso animou vocês de certa forma, mas vocês tem uma tarefa para cumprir. Quero que vocês decidam aqui e agora quem será o orador ou oradora da turma, quem fará um discurso em nome de vocês.

Os alunos se olharam em silêncio e assim começou a votação de quem seria o orador ou oradora. No final, os nomes mais votados foram coincidentemente de Luna e Heitor, visto que os dois eram inteligentes e sempre ajudavam os colegas.

– Como podem ver, ficou empatado entre Luna Bellini e Heitor Mendes. -a diretora comentou olhando para os dois. – Basta à vocês dois decidirem quem fará o discurso.

Luna se virou para Heitor e sussurrou.

– Você tem que ser o orador.

– Eu? Por quê?

– Ora porque você é melhor em discursos do que eu, eu sou muito tímida.

– Mas você é muito boa nas palavras quando quer.

– Verdade?

– Verdade. -ele pegou levemente na mão da namorada. – Eu acredito no seu potencial.

Ela sorriu levemente para Heitor, que levantou a mão e falou em voz alta.

– Luna será a oradora da turma.

– Você concorda com isso, Luna? -a diretora perguntou.

A jovem revezou o olhar entre a diretora e o namorado, mas por fim assentiu com um leve sorriso.

– Ótimo, então Luna Bellini será a oradora da turma. Outro recado que eu tenho é que por mais que a formatura esteja aí, quero todos vocês se empenhem nas provas finais.

Os alunos concordaram com a diretora, que acabou se retirando da sala e a aula continuou normalmente. Na hora do intervalo, Luna estava sentada na área verde esperando Carol pegar o lanche eis que Heitor a abraça por trás e lhe deu um leve beijo na bochecha.

– O que minha querida namorada está olhando?

– Pro símbolo que a gente pintou juntos, lembra que fez parte do nosso castigo?

– Claro que me lembro, lembro também da guerra de tinta.

– Verdade, verdade... Pode parecer bobagem, mas ali eu vi o seu lado mais descontraído, o seu verdadeiro lado.

– É, eu tava ressentido pelo que tinha acontecido entre nossos pais então eu acabava descontando em você.

– Mas pelo menos você percebeu isso e agora nossa relação mudou muito.

– E como mudou...

Heitor deu um leve beijo nos lábios de Luna, que no início ficou um pouco insegura pelo fato de provavelmente outras pessoas estarem olhando, mas no fim acabou se entregando ao gesto de amor. O clima entre dois estava bem romântico até que Caio e Carol se aproximaram e o rapaz comentou.

– Ah o amor juvenil...

– Não querendo ser chata, mas os inspetores estão por aí e certeza de que vão cortar o clima. -Carol disse entregando um sanduíche para a amiga.

– Como vocês estão fazendo? -Heitor perguntou sarcasticamente e Carol lhe mostrou a língua.

– Cuidado com o que você fala para a oradora da turma, Carol. -Caio falou com um tom descontraído.

– Verdade, você é a oradora da sua turma, parabéns amiga!

– Obrigada... Mas eu não faço a menor ideia do que falar no discurso.

– Relaxa que é só usar aqueles discursos padrões, agradecendo os professores e tudo mais. -Caio respondeu.

– Eu vou agradecer eles também, mas ainda sim eu quero que seja algo tocante, sabe?

– Qualquer coisa eu posso te ajudar nisso, aliás a turma inteira pode te ajudar. -Heitor a aconselhou e Luna sorriu como resposta.

– Okay, você tem razão... Mas vamos mudar de assunto, já decidiram que curso vocês vão prestar no vestibular?

– Eu já. -Heitor e Carol responderam em uníssono.

– Eu ainda não, tô entre Nutrição e Educação Física já que eu curto esses lances de saúde... -Caio respondeu um tanto indeciso e olhou para os três. – E vocês?

– Eu quero fazer Odontologia. -Carol respondeu. – Vou pegar no pé de todo mundo pra escovar os dentes.

Eles riram com o comentário dela e Luna respondeu.

– Já eu vou prestar pra Psicologia, percebi que eu gosto de entender o que se passa na cabeça de cada um.

– Sua mãe não teve nenhuma influência nisso? -Heitor perguntou.

– Mais ou menos, eu sempre me espelhei nela, então acho que eu vou curtir a área.

– Tenho certeza disso também, é a sua cara. -Heitor falou. – Já eu vou fazer Engenharia Civil.

– Sério? Eu pensei que você ia fazer Desenho Gráfico. -Caio comentou.

– Confesso que eu tava em dúvida entre esses dois, mas infelizmente aqui em Verano não tem muita oportunidade de emprego e eu quero crescer profissionalmente.

– Isso aí, ambição nunca é demais. -Carol falou. – Mas tomara que dê tudo certo e que a gente consiga entrar na Faculdade Veranense.

O grupo concordou com Carol e eles continuaram conversando sobre assuntos aleatórios, como a faculdade, a festa de formatura e as provas finais. Mesmo a insegurança ainda pairando um pouco no ambiente, no fundo o quarteto sabia que iriam passar nas provas.

***

(Não) se apaixoneOnde histórias criam vida. Descubra agora