No dia da reunião, Heitor tinha acabado de chegar no colégio junto com o seu pai, que estava curioso em saber como o filho estava indo nas aulas. No entanto, ao entrar no local, Benício notou que o filho estava um pouco apreensivo e perguntou preocupada.
— Tá tudo bem, Heitor?
— Claro, pai, por que não estaria? -ele respondeu com um sorriso amarelo.
— Porque você não para de olhar para os lados, parece está sendo seguido.
— É coisa da sua cabeça, não se preocupe.
— Entendi... -Benício percebeu que haviam pouquíssimos pais e responsáveis no pátio e comentou. — Eu ainda não entendi o porquê de você querer tanto me acompanhar na reunião, você nunca foi disso.
— Ah porque eu quero que o senhor saiba como eu tô indo no colégio.
— Não sei não, Heitor, você tá muito estranho... E por que você me fez sair de casa tão cedo sendo que o horário do seu grupo é daqui meia hora?
— Pra gente não pegar trânsito e também para o senhor conseguir chegar à tempo na quitanda.
Benício olhou desconfiado para Heitor, mas não comentou mais nada. Aproveitando que o pai não estava olhando, Heitor mandou uma mensagem para Luna.
Acabamos de chegar, já estamos indo para a sala
Luna estava tomando café-da-manhã quando recebeu a mensagem. Antes que pudesse responder Heitor, Vivian a repreendeu de forma gentil enquanto pegava uma fruta.
— Filha, não use o celular durante o café.
— Desculpa, mãe. -ela soltou o celular e voltou a tomar o seu suco. — Cadê o papai?
— Está terminando de se arrumar, já já ele desce pra tomar café para vocês irem para a reunião.
— MÃE, CADÊ AQUELE MEU ESTOJO PRETO? -Dalila gritou da escada e Vivian revirou os olhos.
— Sua irmã só não perde a cabeça porque está presa no corpo.
As duas sorriram uma para a outra e Vivian foi ajudar Dalila. Assim que a mãe saiu da cozinha, Luna respondeu a mensagem de Heitor.
Ok! Ainda tô em casa, mas vou dar um jeito da gente se atrasar um pouco.
—
Bom dia, filha! -João Alberto a cumprimentou, fazendo-a pular de susto.
— Que susto, papai, bom dia!
— Animada para a reunião de hoje?
— O senhor nem imagina... -ela lhe deu um sorriso amarelo e disfarçou o nervosismo comendo um pedaço de bolo.
— Bom, é melhor a gente se apressar, eu vi nas notícias que o trânsito está terrível.
Luna assentiu com a cabeça, mas pensou em algo para impedir que ela e o pai saíssem naquele momento. Então, ela propositadamente esbarrou a mão no copo de suco, derrubando-o em sua blusa branca.
— Ai meu deus, como eu sou desastrada! -ela se levantou e continuou falando. — Eu vou trocar de roupa, papai, já volto.
— Ok, só não demora, por favor.
A jovem saiu da cozinha, subiu a escada e foi direto para o quarto. Luna nunca foi de demorar para se arrumar, mas aquela situação pediu isso. Ela ficou olhando para as suas roupas e escolhendo uma outra para ir à reunião. Aquela demora era proposital e Luna torcia para que tudo ocorresse bem.
No colégio, Heitor e Benício estavam esperando serem atendidos e o jovem ainda estava apreensivo com isso. Ele achava que bastava somente chegar na reunião e conversar com os professores, mas por conta dos horários isso podia demorar um pouco.
Longos minutos depois, Luna desceu a escada com uma blusa limpa, mas João Alberto já estava a esperando um tanto quanto impaciente.
— Meu deus, Luna, que demora para trocar de roupa.
— Desculpe, papai.
— Tudo bem, agora vamos.
Eles saíram rapidamente de casa rumo ao colégio. No entanto, durante o caminho, os dois notaram que havia um congestionamento, o que fez Luna dar um discreto sorriso diante da situação.
No colégio, a reunião do segundo grupo terminou, então Heitor e Benício puderam entrar na sala de aula, junto com outros pais e responsáveis. A reunião foi bem tranquila e os professores que estavam ali falaram o quanto Heitor era um aluno dedicado aos estudos, o que acabou deixando Benício muito orgulhosos e o próprio jovem também.
Um tempo depois, Heitor observava o pai conversar com o seu professor de História e mandou uma mensagem para Luna, dizendo que eles já estavam indo embora. Assim que Benício saiu da sala, o jovem percebeu que o pai estava segurando o seu boletim.
— Seu professor de História entregou seu boletim, eu estou muito orgulhoso de você, meu filho.
— Muito obrigado, pai. -ele sorriu de forma sincera.
— Não vejo de mostrar essa belezinha para a sua mãe.
— Tenho certeza de que ela vai ficar muito feliz.
— Claro que vai... Para comemorar, eu vou te dar aquele material de desenho profissional que você me pediu esses dias.
— Sério?! Valeu, pai!
Os dois se abraçaram e Heitor ficou muito feliz com a notícia do pai. Eles passaram pelo pátio do colégio e, quando estavam conversando e indo em direção ao portão, Benício esbarrou acidentalmente em uma pessoa. Antes que ele pudesse se desculpar, o homem notou que tinha esbarrado em um velho conhecido: João Alberto Bellini.
Luna e Heitor estreitaram o olhar para o outro, completamente estáticos com a situação. Tudo o que eles temiam estava ocorrendo: seus pais se reencontraram depois de tudo o que aconteceu no passado deles. Depois de longos segundos de silêncio, Benício e João Alberto, com um certo tom de desgosto, indagaram em uníssono.
— Você?!
***
Oi gente bonita, tudo bem com vocês? Gostaram do capítulo de hoje? O que será que vai acontecer nesse reencontro de João Alberto e Benício? Deem suas opiniões e obrigada por lerem o capítulo 💜
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(Não) se apaixone
Teen FictionEm um festival, Luna Bellini e Heitor Mendes se conhecem de uma forma não muito amigável. No entanto, ao descobrirem que vão estudar na mesma turma e terão que fazer um trabalho juntos, eles sentem suas vidas mudarem de cabeça para baixo. Tudo por c...