Rebeca entrou lentamente no quarto, olhou para o que Heitor estava desenhando e o elogiou.
— Desenho bonito.
— Obrigada, mãe. -ele deu um fraco sorriso e, quando ela fechou a porta e se sentou na cama, perguntou receoso. – Conseguiu acalmar o pai?
— Na medida do possível, meu filho. Dei um puxão de orelha, na verdade. O que aconteceu entre ele e o João Alberto deve ficar no passado e o namoro entre você e Luna deve ser respeitado.
— É sobre isso que eu penso o tempo todo, mas a verdade é que já tô cheio disso, mãe. Até quando essa rixa vai durar? Não quero esconder o meu sentimento pela Luna.
— E tenho certeza de que ela não quer isso também... Mas o importante é que a verdade foi revelada, agora só o tempo vai dizer o que vai acontecer.
— Infelizmente eu tenho que concordar. -ele se levantou da cadeira, foi em direção à mãe e a abraçou. – Obrigado pelo apoio.
— De nada, Heitor. Por mais que você também tenha escondido isso de mim, eu entendo a sua preocupação e o seu medo.
Eles sorriram um para o outro e, no fim, Heitor deu vários beijos no rosto de Rebeca, o que a fez gargalhar. Diante de toda aquela situação, era bom ter um momento descontraído. Por um segundo, o jovem esqueceu de todo aquele caos e apenas aproveitou a companhia e o cuidado da mãe.
No dia seguinte, quando Heitor foi tomar café antes de sair para o colégio, notou que seu pai já tinha saído para trabalhar. Por um lado, ele ficou temeroso com o que estava por vir, mas por outro o jovem não queria ter um possível embate com o pai logo de manhã.
Desse modo, Rebeca levou o filho para o colégio e se despediu rapidamente por conta do turno que começaria no posto de saúde. Entrando no local, Heitor já avistou Caio e os dois ficaram conversando para ele tentar se distrair um pouco.
Minutos depois, enquanto estavam conversando sobre algumas séries de TV, eles viram Carol se aproximar com um semblante preocupante e ela os cumprimentou.
— Bom dia, meninos.
— Oi Carol. -eles responderam em uníssono.
— Heitor, você sabe se a Luna vai vir? Ela não chegou até agora.
— Ela não comentou nada, mas a gente sabe que ela não falta a aula por nada.
— Isso é verdade, só tô um pouco preocupada.
Por conta disso, Heitor também começou a ficar preocupado, com medo de que João Alberto a proibisse de ir para o colégio, mesmo isso sendo humanamente impossível.
— Relaxa, Carol, que a sua best já vai chegar. -Caio respondeu com uma voz afeminada, fazendo-a sorrir.
Ela se sentou com os meninos à espera da amiga e, algum tempo depois, Luna apareceu com uma feição emburrada.
— Graças a deus, você chegou. -Carol falou aliviada.
— A Carol e o Heitor estavam quase botando um ovo aqui. -Caio respondeu e o amigo lhe deu uma cotovelada nas costelas.
— Foi mal, gente, é que o meu pai pirou de vez.
— O que aconteceu? -Heitor perguntou preocupado. – Foi por conta de ontem?
— O que aconteceu ontem? -Carol indagou.
Luna deixou a mochila no chão, se sentou ao lado de Heitor, que apoiou o braço em torno do ombro dela e começou a contar o incidente no supermercado. Caio e Carol a escutaram atentamente e deram suas opiniões ao decorrer da história.
— Aí agora ele quer me levar para o colégio todos os dias sendo que é a minha mãe que me leva porque meu pai tem que sair cedo por conta do trabalho.
— Que bizarro, amiga. -Carol respondeu chocada.
— Isso só porque vocês estão se pegando.
— Mais respeito, Caio, a gente está namorando. -Heitor o corrigiu e Luna acabou sorrindo com o comentário dele.
Caio e Carol fizeram um som com tom de malícia e depois ele falou.
— Mas falando sério, pelo menos agora eles sabem da verdade.
— É, esse lance de namorar escondido nunca dá certo. -Carol continuou. – Sobre os seus pais, só o tempo vai dizer o que vai acontecer.
— Minha mãe falou a mesma coisa, não tem muito o que fazer mesmo.
Todos acabaram assentindo e, por fim, para mudar o tom da conversa eles decidiram falar sobre a formatura do último ano que aconteceria em poucas semanas. Além disso, junto com a formatura estava chegando também a época dos vestibulares, aumentando ainda mais a ansiedade de todos.
O quarteto começou a discutir possíveis cursos que gostariam de fazer e no que teriam que melhorar para passarem nos vestibulares. Independente das inseguranças, eles tinham capacidade de passar em qualquer vestibular que queriam, só bastavam tratar essa questão da falta de confiança que assolavam suas mentes.
***
Oi gente bonita, tudo bem com vocês? Gostaram do capítulo de hoje? O que acharam da conversa do Heitor com Rebeca? E da reação do João Alberto em levar Luna para o colégio? Deem suas opiniões e obrigada por lerem esse capítulo 💜
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(Não) se apaixone
Novela JuvenilEm um festival, Luna Bellini e Heitor Mendes se conhecem de uma forma não muito amigável. No entanto, ao descobrirem que vão estudar na mesma turma e terão que fazer um trabalho juntos, eles sentem suas vidas mudarem de cabeça para baixo. Tudo por c...