Luna e Heitor ficaram estáticos ao notarem o olhar de reprovação de suas respectivas mães. Os jovens se entreolharam e, com a tentativa de omitirem o que realmente aconteceu, decidiram simular uma discussão.
— Foi o que ela que me agarrou, mãe! -Heitor exclamou.
— O quê? Você é mais alto e forte do que eu, Heitor, como eu poderia fazer isso?
— Ah não sei, vai que você não resistiu ao meu charme...
— Esqueci de que você é um convencido!
Eles começaram a falar um por cima do outro e torcendo para que Vivian e Rebeca acreditassem naquilo. No entanto, após pouquíssimo tempo depois da falsa discussão começar, a mãe de Luna os interrompeu.
— Hey, já chega desse teatro! -eles a obedeceram e a mulher continuou. – Nós duas vimos o que aconteceu e não pareceu que foi nada à força.
Eles relaxaram os ombros como sinal de derrota e Rebeca os reprendeu.
— Vocês deveriam se envergonhar, seus pais estão praticamente se matando na mesa do restaurante e vocês se agarrando no corredor.
— Faço minhas as suas palavras, Rebeca. Desde quando estão juntos?
— Há pouco tempo, aconteceu no Festival das Luzes. -Luna respondeu com um tom baixo.
— Era por isso que você queria tanto ir ao Festival, Heitor? -Rebeca questionou.
— Não, eu nem sabia que a Luna estaria lá! -o jovem se justificou prontamente.
Um silêncio se instaurou no local, assim como a tensão. Vivian e Rebeca não sabiam o que fazer porque, mais uma vez, seus filhos haviam omitido algo sério e a confiança foi prejudicada. Com a tentativa de raciocinar melhor, mãe de Luna fez círculos em sua própria têmpora e disse com um tom neutro.
— Esse é um assunto que não dá pra resolver aqui e agora, então... -ela pegou levemente no pulso de Luna e falou. – Em casa, a gente conversa.
— Vocês não vão contar nada para os nossos pais, não é? -ela perguntou temerosa.
Vivian e Rebeca se entreolharam e, por fim, a mãe da jovem respondeu.
— Vamos voltar para a mesa, Luna, e depois eu resolvo isso.
Mãe e filha saíram do corredor, sem antes de Luna olhar para Heitor, que estava com um olhar apreensivo enquanto Rebeca conversava com ele. Assim que elas voltaram à mesa, Dalila notou que a irmã estava preocupada com algo e isso ficou ainda mais evidente quando Rebeca e Heitor retornaram.
Tirando alguns olhares entre João Alberto e Benício, as famílias aproveitaram a refeição normalmente. Algum tempo depois, a família Bellini pagou a conta e foi embora. Durante o caminho de volta, Luna percebeu que Vivian a entreolhou algumas vezes, mas as duas se mantiveram em silêncio. Assim que chegaram em casa, João Alberto deu um longo suspiro e disse amargurado.
— Com tantos restaurantes para o Benício ir, ele vai justo no que a gente está.
— Foi apenas uma coincidência, João Alberto. -Vivian respondeu um tanto quanto cansada daquela situação.
— Uma infeliz coincidência, não é Vivian? Você viu a forma que ele bajulava o filho? Com certeza foi para me provocar.
— O senhor fez o mesmo com a Luna, papai. -Dalila comentou.
— Aquilo foi diferente, Dalila.
— Diferente ou não, o importante é que estamos em casa. -Vivian falou e olhou para as filhas. – Meninas, vão para o quarto por favor, preciso conversar com o pai de vocês.
Luna sentiu o seu corpo gelar quando a mãe falou aquilo. Com certeza, ela iria contar sobre o que aconteceu no corredor do restaurante e o relacionamento entre a jovem e Heitor, que mal havia começado, estaria arruinado.
Apesar do medo, ela obedeceu a mãe e foi junto com Dalila para o segundo andar. Assim que entrou no seu quarto, Luna percebeu que a irmã também entrou no cômodo e perguntou.
— O que aconteceu?
— Quero conversar com você, maninha. -ela respondeu fechando a porta. – Aconteceu alguma coisa entre você e a mamãe no restaurante, não é?
Luna deu um longo suspiro, se sentou na cama como se sentisse derrotada e revelou com um tom entristecido.
— Mamãe me viu com Heitor aos beijos no corredor do banheiro.
— O quê?! -Dalila exclamou e Luna fez um sinal para que ela falasse mais baixo. – Luna, você perdeu o juízo?
— Na hora eu e Heitor não pensamos direito, mas a gente estava com tanta saudade um do outro. Não queríamos que nossas mães pegassem a gente no flagra.
— Ah meu deus, e a sua sogra também te flagrou... -Luna deu um leve tapa no braço da irmã, que continuou. – Maninha, se eu fosse você, eu rezava para que a mamãe não conte nada para o papai.
— Você acha que não tenho medo disso? -ela pegou delicadamente nas mãos de Dalila e falou. – Lila, eu sei que foi muito arriscado o que fizemos, mas foi tão bom...
— Eu imagino que tenha sido, mas você tinha que ver o clima péssimo que estava entre o papai e o pai do Heitor. Eu não tirava os olhos da saída de emergência com medo de que acontecesse alguma coisa.
Com o tom de brincadeira de Dalila na última frase, Luna deu um leve sorriso e perguntou preocupada.
— Se acontecer alguma coisa, você vai estar do meu lado?
— Eu estou desde o começo, maninha.
As irmãs se abraçaram, mas se separaram rapidamente quando Vivian abriu lentamente a porta.
— Dalila, você pode me deixar à sós com sua irmã, por favor?
Ela assentiu e obedeceu a mãe, mas antes de se retirar lançou um olhar compreensivo para Luna, que estava muito tensa com o que estaria por vir. Em seguida, Vivian se sentou na cama de Luna e falou com um tom sério.
— Precisamos conversar.
***Oi gente bonita, tudo bem com vocês? Gostaram do capítulo de hoje? O que acharam desse flagra das mães de Luna e Heitor? Será que elas vão impedir o relacionamento deles? Como será a conversa de Luna com Vivian? Deem suas opiniões e obrigada por lerem esse capítulo 💜
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(Não) se apaixone
Teen FictionEm um festival, Luna Bellini e Heitor Mendes se conhecem de uma forma não muito amigável. No entanto, ao descobrirem que vão estudar na mesma turma e terão que fazer um trabalho juntos, eles sentem suas vidas mudarem de cabeça para baixo. Tudo por c...