Tentação Inesperada

ETHAN

O almoço foi uma verdadeira merda. Katherine tem o dom de me fazer perder a razão. E o que foi aquilo de sexo matinal quente? Será que ela não tem ideia do efeito que suas palavras causam na minha mente? Sorte que fomos interrompidos ou não sei o que poderia acontecer. Odeio não conseguir resistir, mas eu também não sou feito de ferro. Nenhum homem no meu lugar resistiria. Kate se entrega de uma forma que é praticamente impossível dizer não. O foda é que ela está cheia de atitudes e no minuto seguinte parece uma menina perdida. Porra. Bianca não devia ter feito o que fez e para piorar eu também não devia ter me sentido mal pelo ocorrido e feito a burrice de abrir minha boca e me oferecer para tratar da sua maldita contratação. Agora aqui estou eu sentado no escritório do meu avô sete e meia da manhã caindo de sono e esperando que ela chegue.

Merda.

Tive uma noite péssima. Lembro perfeitamente da Bianca e sua obsessão por mim. Não que eu nunca tenha gostado, afinal eu fui o responsável por tirar a porra da sua virgindade quando éramos mais jovens. Para falar a verdade tecnicamente ela também foi minha primeira transa. Eu tinha quinze anos e queria poder dizer aos meus amigos que não era virgem. Claro que Katherine era proibida na época, nem se eu quisesse seus irmãos me deixariam chegar perto dela para isso. Kate era linda e tão esperta. E mesmo podendo escolher eu sabia que ela me queria. Eu sabia que ela gostava de mim e sei que no fundo eu também não queria magoá-la. Minha menina demônia. Sempre mandona e sorridente. Caramba. Kate ficou ainda mais gostosa com o passar do tempo. E sinceramente agora eu não tenho o código besta de lealdade entre amigos. Somos adultos, temos total liberdade para transar se quisermos e mesmo assim eu me vejo como o Ethan adolescente perto dela. Kate sempre quis mais. A porra do 'mais' que eu nunca pude oferecer é o que me impede de toca-la. Bianca por outro lado era apaixonada por mim e eu nunca me importei com seus sentimentos, muito pelo contrário, eu agi unicamente como um moleque cheio de tesão. E não sei se gosto de descobrir que mesmo com o tempo ela não superou nossa transa.

Escuto saltos arranhando o chão e fico alerta. Logo Kate aparece no topo da escada e olha em volta antes de caminhar até o batente da porta que está aberta. Engulo em seco e tento não reparar muito no seu vestuário, mas é impossível. Ela está fodidamente sexy. Até mesmo a porra do óculos de grau em seu rosto a deixa linda.

— Bom dia chefinho... — ela praticamente ronrona. — Trouxe seu café, como você prefere provar? Com açúcar para ficar docinho e calmo ou quer forte e natural? — porra, a cada três palavras que ela troca comigo duas tem conotação sexual. Isso só pode ser castigo.

— Não quero café nenhum. — resmungo. Kate está parecendo uma secretária pornô. Uma maldita secretária de fetiches masculinos. E juro que ouvi-la questionar se eu quero forte ou docinho não melhora minha atual situação em absolutamente nada. Encaro seu rosto e sinceramente não entendo qual a necessidade dessa porra de batom. E os óculos? Céus, quando miopia se tornou atraente em alguém? Puta que pariu! Eu só posso estar louco.

— Poxa eu trouxe com tanto carinho. — ela suspira virando e caminhando até a mesa do lado de fora para colocar nela sua bolsa. — Eu posso entrar? — pergunta voltando para o batente da porta.

— Entra. — respondo ríspido.

— Posso me sentar? — ela leva os óculos até a ponta do nariz e morde o lábio inferior.

— Porra. Da para parar com isso? — questiono irritado e ela da risada — Óbvio que você pode sentar! — bufo com irritação.

— Em você ou na cadeira? — ela sorri e eu não respondo continuo a encarando sério e ela comprime os lábios divertida enquanto puxa a cadeira para se sentar.