Tentação Inesperada

ETHAN

— Aonde ela está? — pergunto entrando na cozinha da minha avó que está de costas mexendo alguma panela.

— Deve estar lá em cima. — ela murmura me olhando sob os ombros. — Senta aí... — ela pede quando eu começo me afastar.

Terminar essa semana foi um verdadeiro alívio. Sinceramente eu não via a hora de ver a Kate livre e sem a sombra de um segurança na sua cola. Pelo que ela me falou Arthur e a esposa já estão na nova casa e as coisas finalmente estão como deveriam. Ainda assim eu não aguento mais essa situação com a Bianca. E suspeito que ela já tenha ciência que eu e Kate estamos dormindo juntos. Não fiz questão de disfarçar nada, mesmo com suas visitas inconvenientes a oficina. Hoje ela não terá escapatória.

— Ela disse alguma coisa em relação ao dinheiro? — pergunto quando minha avó se aproxima com uma xícara de café.

— Negou até o último minuto. — ela se apoia no balcão. — Bianca ligou para a mãe dela e contou o que está acontecendo, assim como ligou para os seus pais.

— O que ela pretende com isso? — eu resmungo com uma careta.

— Eu não sei filho. Sinceramente, eu não entendo o que deu nessa menina. Sua mãe já me ligou umas três vezes, assim como a Déborah. Ela falou muita coisa. Disse que você a está desprezando e não quer assumir as responsabilidades... ela fez uma confusão. — ela suspira — Como a Kate está?

— Bem. Nós marcamos um ultrassom essa semana. — dou um sorrisinho fraco.

— E você já falou com os pais dela? — ela arqueia as sobrancelhas.

— Como? Eu preciso resolver essa história da Bianca primeiro. — coço a cabeça. — Eu realmente acreditei que ela estava grávida, mas depois do que a Kate me falou...

— Conversa com ela, filho. Bianca está confusa...

— Ela está com medo isso sim, vocês a paparicaram demais. — bufo — O que ela precisa é entender a gravidade dos próprios atos. Gravidez não é um recurso para ganhar as coisas, vó. O que ela fez foi brincar com algo sério. Isso é falta de caráter. — termino de beber o café e subo para o andar de cima. Para minha surpresa o quarto está vazio.

Chego na oficina e subo direto para o andar de cima. Kate está sentada com seus óculos de grau olhando concentrada para uma folha e a sua frente um rapaz a encara sorrindo.

— Está bem aqui... — ela sorri apontando na folha e entregando a ele.

— Tem razão. Acho que me distrai com sua beleza. — ele brinca e eu reviro os olhos me aproximando.

— Oi, está tudo bem? — ela pergunta me encarando com as sobrancelhas enrugadas e eu balanço a cabeça em positivo — Você pode esperar eu liberar esse carro, é rápido. — ela pede se voltando para o rapaz. — Agora você pode assinar, na última linha, senhor Valesco.