Dou dois passos pra trás receosa, Pettigrew está com um olhar faminto como se esperava que eu o beijasse e admitisse que gostava dele também. Mas não. Eu não sentia nada por ele, e estava mais era confusa por ele ao menos pensar que eu poderia.
-- Olha, eu não quero magoar você, Peter. Nunca foi a minha intenção... Mas você sabe... James. -- Eu gaguejo muitas vezes, mostrando a ele o quão nervosa eu estou por tocar nesse assunto. Já estive no lugar dele e sei como isso pode doer. Sua expressão se fecha, e ele dá mais alguns passos pra trás. Um choque de realidade passa pelo seu rosto e por um segundo ele parece estar confuso. -- Peter?
-- Esqueça. Não importa. -- Ele volta ao momento, focando os olhos em algo atrás de mim. -- É sério, esqueça isso. Finja que nunca aconteceu e permaneça com James. Você merece ele, ele te merece. Vocês estão felizes... Então, esquece tudo. O beijo, essa declaração...
-- Eu não posso simplesmente esquecer. -- Digo contrariando meus princípios, eu facilitaria tudo se apenas concordasse e saísse dali. -- Como ficam os seus sentimentos, Peter? Vou carregar a culpa de estar sendo feliz ao seu lado, com um dos melhores amigos, sabendo que fica triste com isso. Então, não sei o que podemos fazer, mas esquecer também não é uma opção.
-- Tudo bem. Mas não tem o que fazer. Não existem opções. -- Ele parecia se sentir culpado agora. Balançando a cabeça negativamente, e deixando de ser o Peter que é direto e confiante de dois minutos atrás, para o distraído e que não confia em si mesmo. -- Desculpa por isso.
-- Está se desculpando por sentir algo? -- Desacreditada, eu balanço a cabeça negando.
-- Eu.... -- Peter começaria a falar algo, mas alguém nos interrompeu. A silhueta de um garoto entrou no meu campo de visão, levantei meu olhar para o mesmo, e reconheci Régulos.
-- Ótimo. Encontrei os dois juntos! -- Ele lança um rabo de olho para Peter, um olhar furioso e rancoroso. Não entendi porque, mas mais tarde perguntaria isso.-- Você. Madison tem te procurado, não sei que tipo de caralho você se meteu com ela, mas está raivosa.
-- Espera um minuto. A Madison? -- Interrompi, meus olhos arregalados. Peter parecia surpreso também, confuso e podia jurar que ele estremeceu levemente com a notícia.
-- Sim. A Madison. -- Eu olho para Pettigrew, e ele apenas sibila um "se cuida" e saiu de uma maneira simples, acenando para eu e Régulos. -- Você sabe que ele e ela se envolveram, certo? Há um tempinho.
-- Eu sei que sim, presenciei essa fase. Mas hoje? Madison não deveria querer nenhum contato comigo ou com meus amigos mais próximos. -- Curiosa, eu encaro a porta pela qual Peter acabou de passar. -- Bem, depois pergunto a ele. Você tem estado bravo comigo há bastante dias, então o que te traz aqui?
-- Sabe o diário que Madison a deu? -- Como diabos ele sabe disso? -- Preciso dele.
-- Pra quê? Como você sabe sobre o diário? -- Todos a minha volta parecem ser suspeitos agora, cada um age de maneira inadequada e que me faz pensar o pior deles, após a traição de sua amiga mais próxima, não sei se confio que ninguém possa trair sua lealdade à mim, mas mesmo assim. Mesmo não tendo fé nas pessoas, eu não estou esperando o pior.
-- Ela me contou. Está arrependida de ter a entregue... -- Disse de forma calma, não parecia nervoso. -- Só, confie em mim desta vez. Eu irei entregar à você, depois que eu e ela chegarmos uma coisa....
-- Mas que porra é esse "eu e ela"? Se você sabe de tanta coisa assim, sabe do que ela fez pra mim, não sabe? -- Meus joelhos cederam e eu quase fui ao chão, mas me apoiei nas paredes. Tonta, eu estou muito tonta agora.
-- Aurora, você está bem?
-- Eu estou. -- Limpo a garganta, levantando a minha cabeça. -- Você anda com quem me traiu, Régulos. Com quem está ao lado dele.
Eu não sei se estou agindo de forma errada, se estou surtando por algo bobo, mas é o que eu estou sentindo agora.
-- E? -- Ele responde, balançando os ombros em desdém. -- Ela brigou com você, não comigo.
-- Ela não brigou comigo. Ela tentou me matar. -- Praticamente cuspo as palavras na cara de Régulos, fechando meus olhos em seguida, antes que eu me descontrole mais, me acalmo. -- Tudo bem, esse não é o meu problema. Só cuidado, ok? Eu ainda quero ter um marido.
-- Arranje o James.
-- Oh, eu vou. -- O casamento forçado era algo que não foi mais discutido entre a minha família, mas esse era o próximo assunto que eu tocaria. Pego o diário de dentro da minha bolsa, e o entrego passo garoto. -- Anote, Régulos. É com ele que irei me casar.
Régulos revira os olhos, se levantando com brutalidade e saindo pela mesma porta que Peter saiu há apenas alguns minutos de diferença. Meus olhos se abaixam até a minha bolsa aberta, e eu fecho o zíper rapidamente, a pendurando meu ombro novamente, saio da sala de poções, muito tempo depois da aula ter acabado. Caminhei até os jardins do castelo, minha árvore favorita felizmente estava vazia quando a encontrei. Me agachei ali, começando a tirar os livros da bolsa junto com minha pena e tinta. Eu tinha algumas tarefas para fazer e precisava pensar.
Abri o meu livro e apesar de realmente precisar começar a resolver exercícios, estava dispersa demais para isso. Minha mão se afundou na bolsa novamente buscando por um chiclete. Eu estava ansiando por um cigarro qualquer, mas eu não tinha essa opção. Prometi a tantos que não iria mais ter recaídas que agora virou o meu dilema de vida. Comecei a mascar o chiclete, o olhar nos estudantes que haviam perto de mim, eram um casal, um garoto da hufflepuff e uma menina da slytherin, eles estavam interagindo, rindo como se não houvesse amanhã.
Meus pensamentos se voltaram para James. Nós somos como aquele casal, a única coisa que nos diferencia é que Jay é da gryffindor e esse garoto um lufano. Meu sorriso cresceu no rosto, mordendo os meus lábios enquanto tentava esquecer ele. Mas ao mesmo tempo não querendo que isso aconteça porque pensar nele me deixa calma, lembrar de tudo que ele faz por mim, lembrar da nossa relação me agrada. Me deixa feliz.
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OII GENTE! adivinhem quem voltou?
Por muito tempo eu fiquei inativa aqui, pelo simples fato de: eu não conseguia conciliar a minha saúde mental fodida com coisas que me agradavam. Eu me afundei demais nos meus traumas e nas coisas ruins que estavam acontecendo na minha vida, e chegou uma época que não conseguia fazer nem coisas que me agradavam como escrever. Depois de passar por essa época realmente ruim, tirei um tempo para mim mesma, cuidando de mim, da minha saúde e psicológico. Mas como eu imaginei que o faria, voltei para cá e agora de verdade!
