49. MUITO OBRIGADO (revisado)

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Seguiram o trajeto que o celular de Lucas indicava até chegarem a uma cidade de interior chamada “Nova Esperança”, o lugar era agradável aos olhos dele: simples e pacata, com muitas árvores e relativamente pequena, algo que ele chamaria de roça. Já entendia porque Vítor escolhera viver ali, parecia o lugar ideal pra quem busca paz e descanso.  Se tivesse deixado claro desde o início o que estava acontecendo poderia ter tentado fazer mais por você, não é justo ter enfrentado tudo isso sozinho. Pensou se sentindo culpado, ele devia ter feito mais, devia ter protegido todos, não devia ter subestimado o perigo e muito menos arriscado a vida de um inocente, Fiz o possível para não machucar ninguém fisicamente e agora estou com minhas mãos cobertas de sangue do mesmo jeito, não puxei o gatilho, mas é como se eu o tivesse feito.
Do seu lado o garoto olhava para o celular vidrado.

— A última parada é ali, — Lucas afirmou apontando para uma casa que naquele momento parecia muito movimentada. — O sinal tá falhando, mas aqui diz que ele ficou alguns minutos ali... — O sinal estava fraco e isso irritava o rapaz.

— Já volto. — Ricardo desceu do carro indo conferir o porquê da movimentação na casa, viu que haviam carros da polícia e uma ambulância na porta da residência. — Fique aqui.

O mais novo tirou os olhos do aparelho pela primeira vez.

— Que? Nós temos que pegar o Nilson! — O garoto de cabelos vermelhos protestou mas ele o ignorou. Diante da falta de respostas, o mais jovem só falou. — Tá, espero você aqui mesmo, com essa roupa suja de sangue vou levantar suspeitas se for junto a você.

Como se eu estivesse com uma aparência melhor, Passou as mãos sobre a lapela do terno, o barro agora endurecido se desprendida da roupa em pedaços caindo no chão. Apressou os passos para não se demorar, olhou para as pessoas ali presentes, não via nenhum rosto conhecido, será que você está aqui? Quando estava prestes a perguntar para um dos policiais o que estava acontecendo viu uma imagem um tanto perturbadora: um garoto ferido sendo socorrido, era Tomás, ele estava ali e isso não fazia sentido algum. O estagiário foi retirado da casa de maca, dois homens o acompanhavam; um homem branco e calvo de feições delicadas e um rapaz de cabelos cumpridos com o corpo coberto de tatuagens. Todos pareciam nervosos, o mais magro voltou para o interior da casa enquanto o rapaz com tatuagens conversava com um policial agora.
O loiro parecia estar muito machucado.

— Meu filho! — Uma mulher loira, na casa dos 40, e que tinha aproximadamente 1,50 m de altura atravessou a rua gritando, um homem também loiro e que parecia ser um pouco mais velho que ela a seguia. — Meu filho, ele tá ferido. Meu deus!

Franziu o cenho, assim como muitas das pessoas que assistiam curiosas essa cena inusitada.

— Senhora, — Um policial se aproximou erguendo uma mão diante dela. — Tenha calma por favor.

— Mas o meu filho está ali. — Ela apontou chorando, os olhos grandes e expressivos, idênticos ao do rapaz. — Preciso ficar com ele.

— A senhora poderá ficar com ele, só peço calma. — O homem uniformizado disse frio.

Ricardo observou enquanto os socorristas traziam ele para fora, o rapaz estava consciente e tinha uma expressão de dor no rosto, suas roupas tinham sangue, assim como seu rosto, Merda, não vão me deixar chegar perto, mas preciso tentar, tenho que tentar. Estava numa situação delicada, precisava de mais informações agora, Vítor estava bem? Nilson o levou? Estava perdendo tempo ali esbarrando em outras pessoas.

Faça uma busca na região,Ouviu um policial falar no rádio da polícia. — homem na casa dos 35, 1,93 de altura aproximadamente, branco, vestindo jaqueta e calças jeans. Indivíduo de alta periculosidade.

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