22. DESVIOS DE CARÁTER (revisado)

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Acordou com o outro deitado sobre seu peito, por um momento admirou aquele que mais desejava, seus cabelos bagunçados caíam sobre seus olhos enquanto sua respiração suave tocava sua pele, Se eu fosse mais corajoso poderia ter isso pra sempre, acordar e olhar pra alguém que de fato eu deseje, mas não posso, suspirou e desejou não ser tão covarde. Um dia deixarei de viver de aparências, mas agora preciso manter esse teatro.
Sentiu muito por ter que acordar o outro.

—Vítor...  — O chamou com um sussurro.   — Acorda...

—Hum?   —O outro gemeu ainda de olhos fechados. 

—Eu tenho que ir...  —Disse com pesar.

—Ah...  —O mais novo abriu os olhos e o encarou, seu sorriso era lindo em qualquer fase do dia.   —Vai tomar banho antes de sair?

—Sim, só preciso que saia de cima de mim.   —Falou e riu, o outro se virou saindo de cima dele e caindo no colchão.   —Obrigado.

Se levantou ainda um pouco sonolento e foi para o banheiro que ficava ao lado do quarto, a toalha usada por ele na noite anterior ainda estava lá, pendurada num gancho atrás da porta. Sem demora se pôs debaixo do chuveiro, a cabeça doía um pouco devido a ressaca mas no geral estava satisfeito por voltar a ficar com Vítor. Assim que terminou seu banho voltou para o quarto e se  vestiu, o outro o olhou ainda deitado e coberto.

—Não pode ficar deitado o dia todo.  —Brincou vestindo sua camisa. —Você tem que ir trabalhar também.

—Eu sei, mas tenho tempo até as 8.

Terminou de se arrumar e arrumou os cabelos como pôde, era chato deixar a casa do outro assim, mas quanto mais cedo fosse embora melhor seria pois evitaria comentários desnecessários.

—Me acompanha até a porta?

—Claro.   —O mais novo saltou da cama e caminhou ao lado dele até a sala.   —Não vai levar seu terno molhado?

—Pego outro dia, não sei.

—Ok...   —O garoto bocejou.

—Até depois. —Ricardo beijou a testa do mais novo.  O rapaz abriu a porta e liberou a passagem.

—Até.   —Após passar pela porta o garoto a fechou atrás dele. 

Olhou para os lados, ninguém na rua, Também pudera são 6 horas da manhã. Entrou no carro e se pôs a dirigir, imprudente dividiu a atenção entre a rua e o celular para checar suas mensagens e ligações. No grupo destinado aos funcionários do escritório pouco se falava de trabalho, seus subordinados mandavam figurinhas o fofocavam sobre as vidas uns dos outros de modo divertido.  Em uma conversa particular, Morgana o xingava muito, ele não tirava sua razão mas não deixou de ficar surpreso com suas ofensas,  Preciso reverter isso e logo. Não posso deixar ela desconfiar de mim. 

—É, eu mereço tudo isso. — Concluiu rolando a tela e lendo todas mensagens recebidas da esposa. — Nem vou responder...

Jogou o celular no painel do carro, preciso de um terno limpo pra trabalhar. Não havia lojas abertas, e ir pra casa não parecia uma boa ideia naquele momento, ela tá grávida. Precisamos evitar confusões. Ponderou bastante, o que fazer? Se sentiu perdido por um momento, não queria decepcionar Morgana mas não se sentia culpado pela noite que passou ao lado de outro, eu não presto,  eu sei disso. Seu celular tocou o fazendo voltar para sua realidade. 
Parou o carro para atender a chamada, na tela aparecia "número oculto" o dando certeza sobre quem seria, É ele... o maldito.

—Alô. —Começou mantendo a voz firme.

Alô.  —Uma voz grave respondeu do outro lado.  —Fiquei sabendo que queria trocar uma ideia comigo.

Mensagem Proibida (Em Revisão E Mudanças)Onde histórias criam vida. Descubra agora