56. UM HOMEM QUE SE DIZ DE BEM (revisado)

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Quando ele e Ernesto chegaram em casa a polícia já cercava o lugar. O sogro era tão ou mais influente que seu pai, o que magicamente fez o delegado Milton trabalhar, o que podia ser considerado um milagre dado as circunstâncias. Quando chegaram o homem gritava ordens para seus subordinados, o que fez Ricardo estranhar essa inquietação entre os oficiais, afinal era só invadir a casa, mas não demorou muito até ele entender o que realmente acontecia. Ao abaixar o vidro da janela do carro do sogro viu as chamas que consumiam seu antigo quarto, Mas que merda que ele tá fazendo? Se perguntou consternado, sua mãe, Karen e empregada de Morgana estavam na casa e isso o desesperou, não queria ver ninguém sair machucado. Como ele pôde incendiar minha casa?
Quando o carro parou saltou de dentro dele.

— Os bombeiros já estão vindo chefia. — César, o informante gordo e desengonçado disse para ele quando o viu.

Nem sequer tinha visto o homem se aproximar dele, o que devia ser impossível já que César era bem “visível”

— Ah bom, estamos salvos! — Não pôde deixar de usar uma certa ironia na sua fala, o fogo não iria esperar até a chegada do carro de bombeiros para queimar alguém. — Como as coisas estão? Minha mãe saiu da casa?

— Os caras estão arrombando para entrar. — Esses incompetentes não conseguem derrubar um portão? — Mas o motorista disse que ninguém saiu desde que a moça com curativo no rosto chegou.

Estava prestes a decidir saltar ele próprio o portão e invadir a casa quando ouviram um som estridente, era seu portão que havia sido praticamente explodido por algum tipo de granada. Os policiais correram e invadiram seu jardim, todos armados e devidamente vestidos com coletes. Ernesto passou por ele, indo em direção a entrada, o sogro o olhou com desprezo, como se de algum modo fosse o responsável pela loucura do pai.

— Esse desgraçado queimando a casa da minha filha. — O sogro afirmou o encarando enquanto marchava para o seu jardim. — Pelo jeito mal caráter é um mal de família. — O mais velho apressou os passos e alcançou o delegado que esperava por ele. — Como estão as coisas?

Seguiu o homem para poder ouvir a conversa, em um canto não muito distante viu Alberto conversar com policiais, ele segurava a região íntima como se tivesse com algum tipo de dor peniana.

— O motorista relatou que foi deixado trancado do lado de fora pela secretária dele ali. — O calvo fez um movimento com a cabeça na direção de Ricardo.

Se apressou, não queria mais ouvir aqueles dois, aquilo já fora o suficiente, precisava saber se as mulheres estavam bem, não queria ver mais ninguém morrer outra vez por culpa da loucura do seu pai. No jardim os PMs se aglomeravam, todos indo em direção a porta, um militar atirou na fechadura e, então, invadiram a casa.
Um deles tentou impedí-lo de passar, mas fez pouco caso.

— Essa é a minha casa. — Disse empurrando o braço que o homem colocou a sua frente para bloqueá-lo.

— Fique lá fora. — O homem insistiu, mas ele entrou do mesmo jeito.

— Mãe! — Gritou colocando ambas as mãos ao lado da boca. — Karen!

— Tem uma mulher na cozinha! — Alguém gritou e policiais correram até lá.

Ricardo subiu as escadas em meio aos agentes com pressa, sabiam que eles só dariam ordens inúteis, mas não fariam nada contra ele. Eles adoravam bajular ricos e como ele era um, não cruzariam seu caminho de fato. Chegaram ao segundo andar, o calor no corredor já era um tanto abrasador, sua testa ficou úmida e logo começou a escorrer uma fina camada de suor graças a temperatura. A fumaça saia por baixo da porta do quarto principal ao final do corredor, onde dormia com Morgana.

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