Mensagem Proibida (Em Revisão E Mudanças)

11. HORA CERTA (revisado)

Ricardo estava um pouco fora de órbita pois bebera muito na festa surpresa promovida pela mulher. O advogado chegou em casa num estado deplorável e precisou da ajuda do motorista e de Morgana para subir até o quarto já que não conseguia dar dois passos sozinho sem cair. Com dificuldade a dupla o conduziu até seus aposentos, e ao ser jogado sobre a cama apagou por um longo tempo. Em sua cabeça, com imagens distorcidas, uma lembrança tomou forma e invadiu seus sonhos.

"Beijou a boca do outro com desejo, precisava dá adeus a vida de solteiro em grande estilo, pois sabia que ficaria cada vez mais difícil escapar de Morgana depois de casados. Arrebatado pelo desejo arrancava as roupas do parceiro pouco se importando se danificar algo, a carteira estava cheia e pagaria os prejuízos se precisasse, pagaria mil camisas se o outro assim pedisse.

—Então você vai casar amanhã?   —O homem que parecia ser de origem asiática, possivelmente japonesa graça a grande migração, mordiscava seu queixo enquanto o provocava de forma sensual.

—Pois é, que chato isso, né?   —Respondeu movimentando as mãos tentando pelas costas do mais novo, para pegar o máximo que podia do homem para si. Sorriu cheio de lascívia.   —A partir de amanhã serei um homem de família.

Riram da piada e então Ricardo foi jogado de costas na cama do motel.  Morgana e sua mãe estavam envolvidas nos últimos preparativos para o casamento e disseram que ele não deveria ver a noiva nas horas que antecedia o casamento, aparentemente dá azar segundo elas, e ele adorou isso pois era exatamente o que queria; liberdade para poder ser quem realmente era, nem que fosse pela última vez, com um estranho que conheceu no bar depois de alguns drinks. E depois não tinha o menor interesse em ver Morgana vestida de noiva ou de qualquer outra coisa.

—Então...  —O homem se apoiou sobre as pernas do advogado colocando um braço de cada lado. Seu rosto a altura do umbigo do moreno, sua respiração estava tão próxima que arrepiava sua pele fazendo seu pau enrijecer.    — ... Eu acho que vou ter que caprichar..."

Abriu os olhos e piscou algumas vezes afastando a lembrança acusatória da cabeça, virou o pescoço e  viu Morgana admirando sua silhueta esguia diante do espelho enorme que estava no meio do quarto. Mesmo com a barriga já se mostrando um pouco saliente, ela ainda era linda: sua pele branca e seus cabelos loiros e olhos claros reluziam enquanto ela vestia um robe que ganhara de presente.
Estava simplesmente deslumbrante.

Por que eu tinha que ser gay? Era irônico pensar em como tinha tudo, mas se sentia um completo nada. Queria poder retribuir os sentimentos de Morgana e amá-la loucamente como ela merecia, queria poder fazer amor com ela com paixão curtindo cada momento como se fosse o único, mas infelizmente não conseguia por mais que tentasse. Tinha decidido encenar todas essas emoções que lhe faltavam para que seu casamento desse certo, afinal a mulher não precisava saber que ele não a desejava, já bastava um sofrendo na relação. Assim que se casaram não pode evitar mudar um pouco, é óbvio, afinal ninguém é um ator 24 horas por dia. Mas claro que nunca deixou de ser delicado e respeitoso com ela, porém não conseguia mais fingir o desejo com tanta frequência como fazia no início, era difícil demais para ele. No entanto se orgulhava de realizar seu papel de homem, uma ou duas vezes na semana levava ela para cama e a satisfazia de modo perfeito, realizando cada fantasia que a loira tivesse.
Não se esqueça que seus pais escolheram ela por um bom motivo, recordava a si mesmo sempre antes de cumprir seus deveres.

—Mas como eu?    —Começou a indagar quando foi acometido por uma dor de cabeça repentina ao se levantar. O som da própria voz parecia vir de longe, como um eco.    —O que eu..?

Esqueceu o que ia perguntar, ele ainda estava se sentindo tonto graças ao álcool que consumiu de forma exagerada. Olhou ao redor e viu embalagens e embrulhos de presentes que a mulher recebera espalhados pelo quarto numa bagunça característica da esposa, ela adorava compras. Se endireitou na cama olhando fixamente para a loira.