15. NÃO ME DECEPCIONE (revisado)

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Quando o celular tocou a despertando, Karen praguejou até a última geração de quem quer que fosse que estivesse a acordando às 5:30hrs da madrugada, Não se tem mais paz nessa cidade. Estendeu o braço para fora da cama afim de pegar seu celular caído no chão encima do carpete. Sua visão ainda estava embaçada, seu corpo pedia para ela fechar os olhos e dormir um pouco mais, e ela estava tentada a obedecer esse comando.
Olhou para tela do aparelho e forçou sua visão.

—Vish! Dona Morgana endoidou de vez. —Afirmou indignada, estreitou ainda mais os olhos na esperança de estar errada.  —Ninguém avisou pra ela que não se acorda ninguém essa hora?

—Verdade...  —Jefferson, o segurança falou se virando ao seu lado de modo preguiçoso. O homem se aninhou no travesseiro e voltou a roncar.

—Alô.  —Atendeu saltando da cama apenas de calcinha. A secretária correu até o banheiro e bateu a porta, o chão sob seus pés estava absurdamente gelado. — Aconteceu alguma coisa, senhora?

Preciso de sua ajuda,  —a voz do outro lado não parecia amistosa, geralmente Morgana era delicada com as palavras.   —alguma coisa tá acontecendo com o Ricardo!  Ele me trata de um jeito diferente, tem algo errado!

E eu com isso, porra? Se perguntou cheia de raiva com o fato de ter sido tirada da sua cama. Karen adorava a patroa, era muito grata por tudo mas não via motivos para que ela, que não tinha nada a ver com a relação do casal, ser inserida no assunto assim do nada. Problemas de casal, pertencem ao casal.

—Como assim? —Respirou fundo, odiava ser levantada de madrugada porém odiava muito mais o desemprego.   —Ele tratou a senhora mal?

Não, só está agindo como se eu não existisse.  —Ela suspirou narrando os fatos, para Karen ela estava a ponto de chorar.   —É como se estivesse com a cabeça em outro canto, eu não sei explicar mas ele não é o mesmo há dias.     

—Dona Morgana, fique calma. Me diga o que aconteceu exatamente. —Pediu para patroa.   —Nos mínimos detalhes para que eu possa entender.

Essa noite ele chegou depois de sair a tarde. Era outra pessoa, voltou descabelado, com as roupas amassadas, estava feliz e cheirava a perfume pobre.   —Fez uma pausa.     —Olha, não sei como te explicar mas ele tava com alguém. Tenho quase certeza disso... O estado dele praticamente gritava que ele fodeu com alguém.

Engoliu em seco sem saber bem o que dizer para a mulher que estava nervosa do outro lado da linha. A secretária olhou seu reflexo no espelho, seus cachos estavam amassados e suas olheiras bem marcadas. A maravilhosa noite com o segurança teve seu preço.

—Isso é muito sério senhora.  — abriu a torneira e molhou a mão na água gelada.  — Acusar sem provas pode render problemas.  —Levou a mão ao rosto e passou água nos olhos.

Aí que tá, preciso da sua ajuda. Quero que vigie Ricardo, qualquer ligação suspeita preciso saber. Vigie suas colegas também, nada pode escapar.

—Mas... Mas.  —Ficou horrorizada com a ideia de invadir a vida pessoal dos amigos.   —Seu Ricardo vai me jogar no olho da rua sem dó.

Só agir discretamente, sei que consegue. Preciso muito de você, entenda isso. Não posso contar com mais ninguém, se eu falar com a mãe dele ela vai tentar me convencer que isso é bobagem.

—Ok, eu posso tentar....   —Sentiu um súbito medo, e se o patrão desconfiasse dela?   —Só não prometo nada.

Tudo bem, só preciso que sutilmente descubra tudo o que ele tem feito.   A voz da loira agora parecia menos vacilante.    —Não posso ter paz sabendo que posso perder ele, eu o amo, não o que seria de mim sem ele.

Mensagem Proibida (Em Revisão E Mudanças)Onde histórias criam vida. Descubra agora