13 de abril.
Mais um dia comum e chato na rotina do jovem advogado Vítor Almeida, seus dias passavam sem grandes novidades; do trabalho para casa e de casa para o trabalho. Agora, depois de alguns anos exercendo seu trabalho naquele escritório não via mais a magia que o envolveu quando foi contratado tanto tempo atrás. O motivo de sua vida está perdendo a cor e se tornando um filme em preto e branco tinha nome e sobrenome: Ricardo Albuquerque.
Ricardo era seu patrão e dono dos seus sentimentos havia muito tempo, mas infelizmente era um homem casado e inalcançável para ele, e para piorar sua situação, ultimamente circulavam boatos de que Morgana, sua esposa, estaria grávida. Isso tudo era demais para ele, será que estava fadado a solidão? Sem merecer amor recíproco? Esperava de verdade que não.
Depois do expediente tinha marcado de sair com seu melhor amigo Tomás. O estagiário notara sua tristeza e resolveu levá-lo a uma de suas ‘boates’ favoritas na tentativa de animá-lo. Como se beber resolvesse algo.
— Anda Vítor, parece uma múmia com essa lentidão. — Tomás dizia enquanto o arrastava pelo braço para dentro da boate. O letreiro Néon brilhava de forma ofuscante, o advogado tinha certeza que qualquer um num raio de 10 quilômetros poderia ver o nome “The zone” no alto da entrada. — Já vi tartarugas mais rápidas que você.
— Calma cara, você nem deixou eu passar em casa pra trocar de roupa. — Disse com vergonha. Todos ali estavam bem vestidos, e Vítor estava de terno e gravata. Se sentia uma alienígena em meio a tanta gente com roupas mais casuais. — Tô parecendo um pastor com essa roupa brega.
— Te conheço. — Tomás tinha um olhar debochado, nada escapava de seu julgamento. — Se eu deixasse, você ia entrar em casa e colocar sua roupa de mendigo favorita e deitar pra ver alguma série chata. E nosso rolê já era.
— E o que tem de errado nisso? — Disse falando alto para se sobressair a música. — Amo minhas roupas de dormir velhas e amo séries também.
— Anda, vamos dançar. — Uma música vibrante tocava a todo volume. Tomás foi a loucura, começou a dançar num ritmo frenético, ele era desinibido e totalmente livre, sabia como se mexer. Ele, então, deu de ombros e tentou acompanhar o amigo, se entregou a música e bebeu para tentar esquecer completamente de Ricardo. Não haviam como tê-lo para si e pensar nisso o torturava, refletir sobre o patrão era como se alguém envolvesse seu coração entre os dedos e apertasse.
Horas passaram e depois de muitas bebidas finalmente começou a se sentir mais leve. A cada música se sentia flutuante, era como se dançasse nas nuvens, queria se sentir assim o tempo todo. Sem medo de se expôr e sem temer os pensamentos alheios, sem receio de se assumir para seu melhor amigo. Conhecia Tomás à anos nunca teve coragem de dizer a ele que era gay, pois era fechado demais em seu mundo, criou uma fachada quem só Deus sabe como enganava alguém.
Bebeu até perder a conta e a noção, possivelmente sairia dali devendo um rim ou no mínimo deixaria todo o salário para pagar os gastos. Depois de intermináveis horas que tinham começado a bebedeira, Tomás começou a se preocupar com a fraqueza de Vítor com relação à bebida.
— Amigo, você tá tonto, talvez seja hora se parar. Temos que dormir um pouco. — Tomás disse olhando Vítor dançando de braços abertos, igual um pássaro com assadura de baixo das asas. — Vem, vamos ao banheiro dá uma mijada e depois partiu casa.
Ele riu como um maluco enquanto o mais novo lutava para arrastá-lo em meio a multidão que dançava.
— Mijada? — Repetiu como se aquilo fosse a piada do século. — Pareceu um hétero falando, só faltou um "top" no final da frase. — Balançou o dedo na frente do nariz do amigo, repetidas vezes. — Vou não.
— Se toca, vadio sem noção. — Tomás respondeu arrancando o copo da sua mão e jogando no chão. — Vem usar o banheiro sim. — O amigo continuou o puxando até o banheiro enquanto ele ria descontroladamente, já estava vendo tudo embaralhado. — Entra vai mijar e lavar essa cara. Tá na nossa hora de ir pra casa, não queremos ficar desempregados. Vou usar o boxe do lado.
Tomás o jogou dentro do boxe do banheiro e bateu a porta para dar a ele mais privacidade. Vítor se apoiou na parede com uma mão e com a outra abriu o zíper. Quando tocou no seu membro pensou em Ricardo instantaneamente e logo seu corpo ficou em alerta, Sou um otário, pensou sentindo tesão pelo patrão que estava pouco se fodendo para ele.
Tomado de uma coragem que não tinha habitualmente tirou o celular do bolso e decidiu que Ricardo iria ver o que lhe causava, na tela do aparelho viu que já era 3 da madrugada. Que se foda, sua voz interior dizia enquanto se sentia a cada momento mais excitado. Abriu seu aplicativo de mensagens instantâneas e procurou pelo contato do chefe e fotografou a sua ereção, estava tomado de uma vontade intensa.
— Isso é culpa sua, seu merda! — Exclamou se masturbando.
O celular acabou deslizando de sua mão e caindo no chão. Pouco ligou, bateu uma como nunca mais havia batido, a tensão sexual que o envolvia era muito forte, a cada movimento sentia seu pau a ponto de explodir. Imaginou Ricardo ali, junto dele vendo aquilo, desejou sentir sua língua no lugar de seus dedos, o engolindo por completo com muito desejo. Ao gozar se sentiu mais leve e relaxado. Precisava demais disso, pensou mais relaxado.
— Porra… Precisava muito. — Se recompôs. Escorregou pela parede do banheiro até cair sentado no chão. Agora se sentia menos tonto. — Sou maluco... Ah...
Enquanto curtia seu momento de relaxamento pós-gozo ouviu o celular soltar um som, algo como um “clique”, esse som geralmente notificava que o destinatário havia visualizado a mensagem, Espera aí, eu enviei?
— Ah! não! — Exclamou pegando o celular de volta, e tomando consciência do que tinha feito. — Não, não, não, não, não!
— Ei! — Tomás bateu na porta. — Que demora, vamos. Vou te levar em casa.
— Por favor não! — Suplicou diante de sua estupidez. A foto foi vista pelo patrão e Vítor sentiu como se um buraco fosse se abrir debaixo dele e o engolir. Pensou em gritar, bater a cabeça na parede e até ligar para o chefe implorando seu perdão. Porém só conseguiu engolir em seco. Estava demitido, tinha toda certeza disso, agora só restava ir para casa, deitar em posição fetal e chorar pelo resto da madrugada.
— Vítor! — Tomás reclamou batendo insistentemente na porta. O jovem advogado finalmente saiu do boxe e olhou para o amigo com seriedade, não ia chorar ali na sua frente. — Cê tá bem?
Os olhos preocupados do mais novo o olharam de cima a baixo percebendo que algo estava errado, ele controlou sua enorme vontade de surtar e manteve-se calmo, ou quase isso. Tomy não tinha culpa de nada e não ia envolver ele no seu mais novo problema.
— Vamos pra casa amigo. — Disse por fim respirando fundo enquanto encarava o outro. — Amanhã preciso estar cedo no trabalho.
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Mensagem Proibida (Em Revisão E Mudanças)
RomanceVítor sempre teve uma queda pelo patrão, mas guardou seus sentimentos pra si. Até uma certa noite onde descontou sua frustração na bebida e tomou uma decisão estúpida que mudou o rumo de tudo.