26. EU PRECISO DE VOCÊ (revisado)

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Tomás ainda não tinha dado sinal de vida, mas para seu azar, Nil sim. Teve o desprazer de encontrar o homem na porta da sua casa, aguardando apoiado no capô daquela maldita hilux com cara de poucos amigos, Nem pra ele sumir com esse carro. Deu uma boa olhada nele, usava uma regata com uma caveira e um jeans rasgado, no seu pescoço um cordão de metal estava pendurado com um pingente em formato de caveira, para variar. Vítor estacionou na parte da calçada que servia como estacionamento pra ele e desceu do seu Kwid hesitante pois sabia o que lhe esperava, no fundo sabia.
De braços cruzados o outro o encarava com seus olhos frios.

— O que eu te falei?  —Nil perguntou com seu tom de voz exalando autoridade.

— O quê?  —Indagou muito nervoso, não sabia como agir.

—O quê? —Ele repetiu suas palavras em tom de escárnio. Balançou a cabeça e caminhou até Vítor parando diante dele ainda o encarando com aquele olhar de pedra. —Falei que não queria você com aquele homem, não falei?

—Apenas estávamos conversando.      —O olhar do outro deixava claro que não acreditava nele, Droga, essa desgraçado não tem nada melhor pra fazer e tá me seguindo agora?

—Acho que você deveria "conversar" comigo se está tão afim assim de trocar ideia.  —Vítor se sentiu desconfortável e preferiu não responder, diante do silêncio do advogado o mais alto continuou. —Sabe, eu errei em te dá tempo pra pensar. Você sempre gostou de dominância, da minha pegada forte, acho que tá na hora de agir. Tem tratar como você merece.

Franziu o cenho.

—Como assim? —Seu braço foi puxado pelo outro com violência, e então ele entendeu o quê iria acontecer.  —Não!

—Fica quieto. —Nil abriu a porta do seu carro pra obrigá-lo a entrar e tentou empurrar ele para dentro. —Como nos velhos tempos. Lembra?

—Não quero! —Colocou um perna contra o banco traseiro e fez força tentando evitar ser empurrado pra dentro. —Para com isso, por favor. Vamos conversar!

—Entra nessa merda! —O outro gritou no seu ouvido.

Nilson usou as duas mãos para empurrar Vítor pelas costas, ele tentou se segurar mas acabou caindo de cara no maldito banco de couro já que era mais fraco, Não, não, não! O mais novo se virou de peito para cima e tentou sair mas foi bloqueado pelo ex-militar que era maior e mais forte.

—Sai da frente, me deixa em paz! —Gritou desesperando-se.

—Que diabos está acontecendo? — Dona Clara, a vizinha, surgiu gritando de sua janela.  —Tá virando costume trazer esses arruaceiros pra cá!

—Me ajuda dona Clara.  —Gritou o mais alto que pode.  —Isso é um assalto!

—Cala sua boca! —Nil esbravejou chutando uma de suas pernas com truculência, o golpe doeu.

—Assalto?  —O vizinha berrou.  — Mas que filho da puta! Aroldo trás minha espingarda! Solta ele seu demônio.

Um falatório começou na casa da mulher fofoqueira, podia ouvi-la tagarelar com o tal Aroldo que ele ainda não conhecia. Vítor levou sua mão até a canela, não tinha quebrado nada, mas doía muito. Nil bufou de raiva, então, como fosse um saco de batatas, o advogado foi puxado pra fora pelo troglodita que agarrou sua gravata quase enforcando-o, naquele instante poderia jurar que iria levar a maior surra de sua vida. O homem o agarrou pela lapela do seu terno e o levantou até a altura dos seus olhos.

—Você vai se arrepender, pode anotar. —Prometeu desferindo um soco no seu estômago.

Ele caiu no chão com falta de ar tentando a todo custo respirar. O outro caminhou até sua Hilux enquanto o mais jovem ficou ali arquejando de dor estirado no chão com o rosto para cima, sua visão embaçou pois era difícil conter as lágrimas naquela situação, E mais uma vez fui humilhado. Nil bateu a porta do carro e acelerou sumindo em meio a escuridão da noite.

Mensagem Proibida (Em Revisão E Mudanças)Onde histórias criam vida. Descubra agora