No final de semana seguinte, Arthur estava estudando na mesa da cozinha e quando se deu conta, já eram quase três da tarde. Carla ainda não havia aparecido e nem ligado. Resolveu pegar o celular e ligar para ela, porém caiu na caixa postal. Ficou ainda mais nervoso, pois àquela hora, ela já costumava estar ali. Foi até a janela e olhou lá fora, nenhum sinal dela chegando.Voltou a se sentar, logo ela estaria ali. Os minutos iam passando e não conseguia se concentrar, só pensava onde ela poderia estar. Não havia avisado nada e aquilo o deixava ainda mais preocupado. Resolveu tentar de novo o celular e não conseguiu mais uma vez. Suspirou e passou a mão na cabeça.
Beatriz: O que foi, querido? — perguntou alisando as costas dele.
Arthur: Carla ainda não chegou, o celular está desligado, estou preocupado. — disse colocando o telefone em cima da mesa.
Beatriz: Calma, pode ter acabado a bateria e ela deve ter tido algum tipo de compromisso com o pai, logo ela aparece ou avisa. — beijou a cabeça dele.
Arthur: Tomara, mãe. — ele respirou fundo e voltou a ler os livros.
Anoiteceu e Carla não dera sinal. Arthur havia desistido de estudar, não conseguia se concentrar e só pensava nela. Perdeu a conta da quantidade de vezes que tentou ligar para ela, mas só dava desligado. O dia todo passou e ela não dera sinal.
Na manhã seguinte, Arthur acordou ainda mais nervoso, comeu rápido e ficou sentado na varanda. Tentou ligar para Carla, o celular chamou, chamou, e deu caixa postal novamente. Pelo menos chamava e aquilo já era alguma coisa. Precisava falar com ela, saber o que havia acontecido, entender porque ela não avisara nada.
Quinze minutos depois, o carro dela virava a esquina e ele se levantou na mesma hora. Apesar de aliviado, começou a ficar irritado por não ter recebido nenhum tipo de satisfação.
Carla: Lindo — ela correu até ele e o abraçou.
Arthur: Até que enfim apareceu! — disse sério sem abraçá-la.
Carla; O que houve? — olhou para ele assim que o soltou.
Arthur: O que houve? — olhou para ela, incrédulo — PORRA, CARLA! — explodiu — FIQUEI TE ESPERANDO QUE NEM UM IDIOTA O SÁBADO INTEIRO E VOCÊ NÃO ME DEU NENHUMA SATISFAÇÃO!
Carla chegou para trás, um pouco assustada com a reação dele. Arthur era calmo, nunca perdia o controle. Encolheu-se um pouco e ficou sem saber o que dizer por um momento. Estava chocada com a reação dele, nunca o vira assim.
Carla: Arthur, calma... — disse baixinho.
Arthur: Como quer que eu tenha calma? Me diz! — disse abrindo os braços — Fiquei o dia todo preocupado com você, nem conseguir estudar! Me diz por que deixou o maldito celular desligado? — voltou a gritar — ONDE VOCÊ SE METEU ONTEM CARLA?
Carla: Fica calmo... — disse encolhida — Está me assustando.
Ele respirou fundo e olhou pra cima, jogando a cabeça para trás. Ficou quieto por quase um minuto recuperando a calma e voltou a olhá-la. Cruzou os braços e ficou esperando a explicação dela.
Carla: Eu fui a um orfanato. — disse abraçando o próprio corpo.
Arthur pareceu processar a informação de modo lento. Demorou a entender o que ouvira. Arregalou os olhos quando a ficha finalmente caiu. Carla fora a um orfanato. Estava confuso e passou a mão no rosto tentando organizar as ideias.
Arthur: A um orfanato? — perguntou parecendo querer ter certeza e ela assentiu — E por que não me disse?
Comentários
VOCÊ ESTÁ LENDO
MEU ANJO! 😇
FanfictionSinopse: Arthur Picoli precisava urgentemente de um emprego e conseguiu um nas empresas Diaz. Sentia-se aliviado, pois o dinheiro que ganharia ali era o que precisava para economizar e pagar a cirurgia que a mãe tanto precisava. O que ele não contav...