Capítulo 36 :

1.2K 62 6
                                    


No final de semana seguinte, Arthur estava estudando na mesa da cozinha e quando se deu conta, já eram quase três da tarde. Carla ainda não havia aparecido e nem ligado. Resolveu pegar o celular e ligar para ela, porém caiu na caixa postal. Ficou ainda mais nervoso, pois àquela hora, ela já costumava estar ali. Foi até a janela e olhou lá fora, nenhum sinal dela chegando.

Voltou a se sentar, logo ela estaria ali. Os minutos iam passando e não conseguia se concentrar, só pensava onde ela poderia estar. Não havia avisado nada e aquilo o deixava ainda mais preocupado. Resolveu tentar de novo o celular e não conseguiu mais uma vez. Suspirou e passou a mão na cabeça.

Beatriz: O que foi, querido? —  perguntou alisando as costas dele.

Arthur: Carla ainda não chegou, o celular está desligado, estou preocupado. —  disse colocando o telefone em cima da mesa.

Beatriz: Calma, pode ter acabado a bateria e ela deve ter tido algum tipo de compromisso com o pai, logo ela aparece ou avisa. —  beijou a cabeça dele.

Arthur: Tomara, mãe. —  ele respirou fundo e voltou a ler os livros.

Anoiteceu e Carla não dera sinal. Arthur havia desistido de estudar, não conseguia se concentrar e só pensava nela. Perdeu a conta da quantidade de vezes que tentou ligar para ela, mas só dava desligado. O dia todo passou e ela não dera sinal.

Na manhã seguinte, Arthur acordou ainda mais nervoso, comeu rápido e ficou sentado na varanda. Tentou ligar para Carla, o celular chamou, chamou, e deu caixa postal novamente. Pelo menos chamava e aquilo já era alguma coisa. Precisava falar com ela, saber o que havia acontecido, entender porque ela não avisara nada.

Quinze minutos depois, o carro dela virava a esquina e ele se levantou na mesma hora. Apesar de aliviado, começou a ficar irritado por não ter recebido nenhum tipo de satisfação.

Carla: Lindo —   ela correu até ele e o abraçou.

Arthur: Até que enfim apareceu! —  disse sério sem abraçá-la.

Carla; O que houve? —  olhou para ele assim que o soltou.

Arthur: O que houve? —  olhou para ela, incrédulo —  PORRA, CARLA! —  explodiu —  FIQUEI TE ESPERANDO QUE NEM UM IDIOTA O SÁBADO INTEIRO E VOCÊ NÃO ME DEU NENHUMA SATISFAÇÃO!

Carla chegou para trás, um pouco assustada com a reação dele. Arthur era calmo, nunca perdia o controle. Encolheu-se um pouco e ficou sem saber o que dizer por um momento. Estava chocada com a reação dele, nunca o vira assim.

Carla: Arthur, calma... —  disse baixinho.

Arthur: Como quer que eu tenha calma? Me diz! —  disse abrindo os braços —  Fiquei o dia todo preocupado com você, nem conseguir estudar! Me diz por que deixou o maldito celular desligado? —  voltou a gritar —  ONDE VOCÊ SE METEU ONTEM CARLA?

Carla: Fica calmo... —  disse encolhida —  Está me assustando.

Ele respirou fundo e olhou pra cima, jogando a cabeça para trás. Ficou quieto por quase um minuto recuperando a calma e voltou a olhá-la. Cruzou os braços e ficou esperando a explicação dela.

Carla: Eu fui a um orfanato. —  disse abraçando o próprio corpo.

Arthur pareceu processar a informação de modo lento. Demorou a entender o que ouvira. Arregalou os olhos quando a ficha finalmente caiu. Carla fora a um orfanato. Estava confuso e passou a mão no rosto tentando organizar as ideias.

Arthur:  A um orfanato? —  perguntou parecendo querer ter certeza e ela assentiu —  E por que não me disse?

Comentários

MEU ANJO! 😇Onde histórias criam vida. Descubra agora