Capítulo 67:

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Dois dias depois, Arthur saiu cedo para procurar emprego e ficou na rua mandando currículos até a hora de ir para a faculdade.

Carla estava em casa, pensativa, ainda inconformada com o que o pai tinha feito com Arthur. Não entendia o motivo de ele ter demitido seu namorado, já que eçe sempre foi muito competente. Ela jurava que havia um outro motivo muito mais forte do que esses, o motivo real. Reunindo toda sua coragem, ela levantou-se e foi buscar o celular que havia deixado no quarto.

Arthur chegou em casa durante a noite e notou tudo silencioso. Dani estava sentada assistindo TV ao lado da mãe. Ele colocou a mochila em outro sofá e olhou para as duas, que permaneciam caladas. Algo estava errado.

Arthur: Onde está a Carla? —  ele perguntou ainda de pé.

Beatriz: Não sabemos, meu filho. —  respondeu —  Ela estava por aqui durante a tarde, eu cochilei e depois que Dani voltou da escola, não a vimos.

Arthur: O carro dela não está lá fora, eu sabia que ela não estava em casa.

Foi para o quarto e notou-o vazio. Por mais que aparentemente tudo estivesse em seu devido lugar, era como se faltasse algo. Foi até o armário e abriu-o, notando o lado de Carla completamente vazio. Foi como se uma cachoeira de água fria caísse em sua cabeça.

Não conseguiu nem ao menos reagir diante do que via. Ela havia fugido de sua vida. Deixando a porta do guarda-roupa aberto, foi até a cama e se sentou. Apoiou os cotovelos na perna, inclinado para frente e colocou o rosto nas mãos.

Carla o havia abandonado, porque sem dúvida não aguentaria a pressão daquela situação. Logo o mundo cor de rosa dela falaria mais alto e ele foi tolo de acreditar que ela poderia suportar uma vida ao seu lado, tendo que viver sem o luxo que estava acostumada.

Somente quando se deu conta de que a perdeu, que começou a ficar claro que sentimento tinha por ela. Amava Carla Diaz de uma maneira tão absurda, que essa situação de abandono, sem nenhuma justificativa ou um adeus, lhe doía no peito, como se seu coração estivesse sendo espremido. Era tão forte a sensação de perda que nem ao menos conseguia chorar. Não tinha forças para isso. Sua vida deu um giro de 360 graus em pouquíssimos dias.

Na semana passada, estava feliz, pois tinha um emprego fazendo o que gostava, tinha uma namorada que o fazia feliz e logo teria o dinheiro para a tão sonhada cirurgia de sua mãe. Porém tudo isso foi por água abaixo, o deixando totalmente perdido.

Beatriz entrou no quarto, vendo o filho cabisbaixo com o rosto enterrado nas mãos. Estava sofrendo e ela pôde entender o motivo, assim que viu o guarda-roupa sem nenhum vestígio de Carla.

Notando a presença da mãe pelos passos, Arthur levantou a cabeça, com a aparência ainda mais abatida.

Arthur: Ela foi embora, mãe. —  disse com profunda tristeza —  Carla me deixou porque não aguentou a vida que eu tinha para oferecê-la.

Beatriz: Acha que foi por isso? —  ela sentou ao lado dele.

Arthur: É o único motivo. —  suspirou —  Me iludi achando que ela poderia aceitar essa vida e não sentir falta de todo o luxo que tinha.

Beatriz: Dias melhores virão e quem sabe vocês não conversam? —  abraçou o filho com carinho.

Arthur: Acho que não, ela foi sem nem ao menos deixar um bilhete dizendo "tchau".

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