Capítulo 65:

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Sentado em seu escritório, Arthur analisava uns papéis, mas teve de deixar de lado essa tarefa e ir até a sala de seu chefe, que o chamara com urgência.

Levantou-se e juntou todas as pastas que estavam espalhadas na mesa, empilhando-as e saiu da sala. Se o Sr. Diaz o chamava com tanta pressa, deveria ser algo extremamente importante. Bateu à porta e ganhou a permissão de entrar.

Arthur: Bom dia, Sr. Diaz. —  entrou na sala e fechou a porta —  O que queria falar comigo?

Carlos: Sr. Picoli, é um assunto extremamente delicado. —  ele respondeu sentado à mesa.

Arthur: Pode falar. —  ficou de pé em frente à mesa.

Carlos: Não precisamos mais dos seus serviços. —  foi direto ao ponto.

Arthur: Mas por quê? —  perguntou completamente perdido.

Carlos: Eu olhei seu currículo, me surpreendi, achei que seria um ótimo funcionário, mas me decepcionei. —  explicou.

Arthur: O que eu fiz de errado, Sr. Diaz? —  – Arthur perguntou confuso.

Carlos: Andei reparando você nos últimos dias. — começou a se justificar — Tem chegado atrasado, me entregando projetos fora do prazo, suas análises estão não estão detalhistas, enfim... — suspirou — Gosto de trabalhar com pessoas competentes, não com moleques que ainda têm muito que aprender.

Arthur: Mas eu fiz tudo do jeito que o senhor pediu, não entendo como pode ter dado algo errado. —  tentou se explicar.

Carlos: A decisão está tomada Sr. Picoli. — permaneceu firme — Vai receber seus direitos, pode passar no RH.

Frustrado, triste e decepcionado consigo mesmo, Arthur saiu da sala em silêncio, caminhando até sua seu próprio escritório de cabeça baixa, passou direto por sua secretária e entrou em sua sala, passando a mão no rosto.

Atrasava-se poucos minutos para chegar ao trabalho, mas por conta do trânsito algumas vezes, mas não se lembrava de em momento nenhum ter entregado algo fora do prazo ou sem detalhes específicos. Sempre foi perfeccionista, nunca dava um trabalho por terminado se este não estivesse completamente analisado e revisado.

Não entendia muito bem porque havia sido demitido, mas estava começando a acreditar que não tinha a competência que lhe era exigida naquela profissão. Pegou suas coisas, guardou tudo dentro da mochila e saiu do escritório. A secretária olhou-o curiosa, notando que ele estava diferente e abatido.

Laura: O que aconteceu, Sr. Picoli? — ela perguntou um pouco preocupada.

Arthur: Fui demitido, Laura. —  respondeu com sinceridade.

Laura: Mas como assim? —  ela se levantou —  Você sempre foi um ótimo empregado aqui. —  olhou-o.

Arthur: Parece que o Sr. Diaz não concorda com isso. —  suspirou —  Enfim, foi bom conhecer você, é uma ótima secretária. —  ele forçou um sorriso apesar de não ter ânimo.

Laura: Também foi ótimo conhecer você, Sr. Picoli. Boa sorte!

Ele passou no RH e logo saiu da empresa, somente carregando sua mochila nas costas. Caminhou devagar até o ponto de ônibus, imaginando no que poderia ter feito de tão errado para chegar ao ponto de ser demitido. Talvez ele realmente não fosse bom o suficiente para ocupar tal cargo. Passou a mão no rosto de novo. Estava totalmente perdido, pois agora não teria mais seu salário para juntar com o objetivo de pagar a cirurgia de sua mãe.

Quando pegou o ônibus de volta para a casa, ficou sentado sentindo-se frustrado e incompetente. O que falaria para a mãe? Suspirou. Seria decepcionante. Nem percebeu o tempo passar, afogado em seus pensamentos, quando deu por si, estava quase chegando em casa.

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