Capítulo 68:

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Três dias depois, Arthur tentou erguer a cabeça e foi para a faculdade após mais um dia  percorrendo as ruas atrás de um emprego. Recebeu uma estranha ligação de Carlos Diaz, pedindo para que retornasse para seu antigo emprego, mas ele ainda mantinha seu orgulho, recusando a oferta.

Além do mais, recebeu a ligação para uma entrevista no dia seguinte e julgava-se confiante para conquistar a vaga. Quando chegou na sala de aula, o professor ainda não estava lá, então Rodolffo notou que o amigo estava desanimado.

Rodolffo: Fala aí, bastião!

Arthur: Oi. — ele disse baixo, sentando-se na cadeira em frente ao do amigo.

Rodolffo: O que aconteceu com você? — inclinou-se apoiando os cotovelos na mesa, sem saber de nada.

Arthur: Nada, cara. — respondeu sem querer falar a verdade.

Rodolffo: Me conta, você não está nada bem. — ele insistiu.

Arthur: Ok. — virou-se e sentou-se de lado — Além de ter perdido o emprego, a Carla me largou.

Rodolffo: Está brincando?! — perguntou totalmente surpreso — Mas por que ela fez isso?

Arthur: Sem dúvidas não aguentou a situação e quis pular fora antes que piorasse.

Rodolffo: Ela disse isso?

Arthur: Não, na verdade foi embora sem nem ao menos me deixar um bilhete dizendo "adeus".

Rodolffo: Então você não pode ter certeza que tenha sido por isso.

Arthur: E por que outro motivo seria? — Arthur indagou.

Rodolffo: Eu não sei, mas Carla parecia muito bem e feliz estando com você.

Arthur: A Carla fez o que lhe era conveniente e eu não quero falar sobre ela. — virou-se para frente novamente.

Arthur assistiu à aula sem conseguir se concentrar em praticamente nada. Por mais que forçasse, seus problemas invadiam sua mente e ele não conseguia dissipá-los.

Durante o intervalo, ele saiu da sala ao lado de Rodolffo, que conversava com um outro amigo, marcando uma viagem de final de ano que algumas pessoas da turma fariam. Arthur estava calado e sentiu o celular vibrar no bolso. Atendeu-o sem saber quem era, já que desconhecia o número.

Quase deixou o aparelho cair quando se inteirar do que havia acontecido. Sua vizinha, havia ligado para avisar que sua mãe havia passado mal e foi levada de ambulância até o hospital central. Seu coração batia acelerado e as mãos começaram a suar frio. Rodolffo notou a palidez do amigo e logo se preocupou.

Rodolffo; Arthur, o que aconteceu?

Arthur: Minha mãe passou mal, cara. Foi para o hospital. — disse totalmente atônito.

Rodolffo: Que hospital? — perguntou bastante expressivo — Eu te levo lá!

Arthur: Hospital Municipal Souza Aguiar —  respondeu automaticamente.
Rodolffo: Vamos pra lá agora! —  Rodolffo precisou puxar o amigo pelo pulso, que ainda estava sem reação.

Um filme passava em sua cabeça, desde o dia em que descobriu a doença da mãe. Havia jurado que lutaria pra conseguir o dinheiro da cirurgia, mas falhou em seu objetivo. Estava desempregado e o medo o assolou, preocupado em saber que talvez aquela fosse a última chance da mãe, que os remédios já não retardavam mais o processo e somente a cirurgia era a solução da qual Beatriz precisava.

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