Casamento

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Kate Reed

Me observo no espelho e passo a mão pela sada de seda lisa que forma uma roda, depois olho para minhas mãos e subo para as mangas do mesmo tecido.

Quis ter algo simples, então era um vestido simples com o corpete justo e o decote reto, mostrava minha clavícula e o começo das mangas era perto do meu ombro.

Acho que nunca me vi muito arrumada, nunca fui de me arrumar muito e agora parecia bem arrumada. Minha maquiagem é prática, dando mais destaque para o vestido.

Meus cabelos estão presos em um coque para dar vista às minhas costas, o vestido era lindo. Minha mãe parecia estar apaixonada por ele pelo menos.

-Está tão linda.- ela fica atrás de mim e arruma um cacho que sai do coque.

-Queria que você tivesse feito, lembra?- abaixo o olhar.

-Ah, querida.- ela beija minha bochecha e fica na minha frente.- Eu faço seu vestido de um ano de casados.

-Não tem isso.- rio.

-Agora vai ter.- ela me observa e suspira.- Você está tão bonita, meu amor.

-Obrigada.- tento sorrir e ela me faz encará-la.

-O que?- minha mãe parece preocupada.

-Não achei que fosse casar desse jeito.- mexo os ombros.- Não parece o casamento mais feliz.

-Mas é pra salvar sua vida.- ela acaricia minha bochecha.- E, além do mais, ele é bem bonitão.

-É, eu sei.- sorrio.

-Não faz mal se aproveitar.- ela sorri maliciosa.- Ele parece não se importar nem um pouco se você quiser testar...

-Mãe!- arregalo os olhos e ela ri.

-Ok.- Mary entra.- Está tudo certo. Podemos ir agora.

-Tudo certo.- respiro fundo.

-Ok, seu pai está esperando na entrada do jardim.- Mary me ajuda com o véu não minto maior que a saia do vestido.

Caminhamos pelos corredores, minha mãe segura a minha mão enquanto descemos as escadas. Sinto que posso fazer isso quando ela está aqui comigo.

Chegamos perto da porta de vidro que dá para o jardim e meu pai está indo de um lado para o outro, ele estava nervoso. Sorrio quando ele para ao me ver.

-Você está linda.- ele sorri.- Está tão linda.

-Obrigada.- minhas bochechas coram.

-Não acredito que isso está acontecendo.- ele fala enquanto me aproximo.- Você ainda é uma criança pra mim.

-Lembre do bem maior.- minha mãe toca o ombro dele.- Vou estar lá.- ela beija a minha bochecha e depois beija meu pai.

Mary e ela saem e eu fico na frente do meu pai, ele sorri e beija minha testa, me sinto muito melhor depois dos dois me apoiarem, acho que eles só me dão mais força para fazer tudo isso.

-Pronta?- ele afasta uma mecha do meu rosto.

-Sim.- assinto cruzando meu braço com o dele.- Só me prometa que depois daqui vai levar eles para um lugar seguro.

-Prometo.- ele assente.

-Ok, então eu tô pronta.- mexo a cabeça.

Ficamos de frente para a porta e ele parece mais nervoso que eu, sorrio quando meu pai fica repetindo pra eu me acalmar, mas acho que na verdade é ele quem tem que se acalmar.

Ela Não É MinhaOnde histórias criam vida. Descubra agora